Ex-agente soviético afirma: “Khrushchev nomeou “Teologia da Libertação” a nova religião criada pela KGB.”
Novas revelações dos arquivos da KGB sugerem que a “Teologia da Libertação” foi mais bem sucedida que nos sonhos mais ousados de Khrushchev.
Se você pensa que a Rússia se tornou nossa amiga, pense novamente. Não vamos gastar todo o nosso dinheiro em bem-estar e em aquecimento global. A “eleição” do novo patriarca da Rússia em 2009 mostra que ainda precisamos nos defender contra os sonhos imperiais do Kremlin.
Há
tempos o Kremlin usa a religião para manipular as pessoas. Os czares
utilizaram a Igreja para instilar a obediência doméstica. Os governantes
soviéticos apaziguaram a população com a KGB, mas eles sonhavam com a
revolução mundial. Depois que a casa já tinha sido acalmada, então eles
encarregaram a KGB de trabalhar – através da igreja – para ajudar o
Kremlin a expandir sua influência na América Latina. Desde Pedro, o
Grande, os czares russos conservam a obsessão de encontrar um meio para
entrar no Novo Mundo.
Criar
um exército secreto de inteligência formado por servos religiosos, e
utilizá-lo para promover os interesses do Kremlin no exterior, foi um
trabalho importante para a KGB ao longo dos 27 anos em que fiz parte
dela. Centenas de religiosos que não cooperavam foram assassinados ou
enviados para os Gulags. Os complacentes foram utilizados. Como não era
permitido aos padres serem agentes da KGB, eles assumiram a condição de
cooptador ou de agente disfarçado. Um cooptador recebia privilégios da
KGB (promoções, viagens internacionais, cigarros e bebidas importados,
etc.). Um agente disfarçado gozava dos mesmos privilégios, além de
receber um salário suplementar secreto de acordo com a sua posição real
ou imaginária na KGB. Para preservar o sigilo, todos os padres que se
tornaram cooptadores ou agentes disfarçados eram conhecidos, dentro da
KGB, apenas pelos seus codinomes.
Revelações
recentes mostram que a KGB continua, como antes, a mesma cruzada
religiosa, apesar de a agência ter sido discretamente renomeada – FSB
(1)– para promover a ideia de que a criminosa polícia política
soviética, que matou mais de 20 milhões de pessoas, tinha sido dissipada
pelos ventos da mudança.
No
dia 5 de dezembro de 2008, morreu o patriarca russo Aleksi II. A KGB o
conduziu sob o codinome “DROSDOV” e o premiou com Certificado de Honra,
como mostra um arquivo da KGB acidentalmente deixado para trás na
Estônia (2). Pela primeira vez na história a Rússia poderia agora eleger
democraticamente um novo patriarca.
Em
27 de janeiro de 2009, os 700 delegados sinodais reunidos em Moscou
foram presenteados com uma lista fechada com 3 candidatos. Todos, no
entanto, pertenciam ao exército secreto da KGB: o metropolitano Kirill,
de Smolensk, trabalhou para a KGB sob o codinome “MIKHAYLOV”; o Filaret,
metropolitano de Minsk, foi identificado como tendo trabalhado para a
KGB sob o codinome “OSTROVSKY”; e o Kliment, metropolitano de Kaluga,
foi recentemente descoberto, tinha sido listado com o codinome “TOPAZ”
[3].
Os
sinos da Catedral de Cristo Salvador anunciaram em Moscou que um novo
patriarca tinha sido eleito. O metropolitano Kirill, também conhecido
como “MIKHAYLOV”, havia sido o vencedor. Provavelmente a KGB/FSB o
considerou em uma condição melhor para executar seus projetos
internacionais, domínio no qual ele concentrou seus esforços durante a
maior parte de sua vida profissional. Em 1971, a KGB o enviou a Genebra
(Suíça) como representante da Igreja Ortodoxa Russa no Conselho Mundial
de Igrejas (CMI), a maior organização ecumênica internacional depois do
Vaticano, que representa aproximadamente 550 milhões de cristãos de
várias denominações em 120 países. ( N. do E.: O Conselho Mundial de Igrejas (CMI),
desde que surgiu, representa apenas os inúmeros agentes da esquerda
infiltrados em denominações cristãs diversas, que, com o apoio de
milhares de idiotas úteis, endossam e fomentam, além do mais relativista
e caótico liberalismo teológico, movimentos subversivos de toda
espécie, incluindo aí terroristas, bem como toda a agenda do marxismo
cultural: aborto, gayzismo, feminismo, etc.) O objetivo era
usar sua posição no CMI para espalhar a doutrina da Teologia da
Libertação – um movimento religioso marxista que nasceu na KGB – pela
América Latina. Em 1975, a KGB infiltrou “MIKHAYLOV” no Comitê Central
do CMI, e em 1989 a KGB o apontou como presidente de relações
internacionais do patriarcado russo – posições que ele mantinha quando
foi “eleito” patriarca. De fato, no seu discurso de posse ”MIKHAYLOV”
anunciou que fundaria canais de televisão religiosos na Rússia que
fariam transmissões internacionais.
O
fato de “MIKHAYLOV” ser um bilionário provavelmente também o fez mais
apropriado para a Rússia, que agora é conduzida por uma cleptocracia da
KGB – meu antigo colega da KGB, Vladimir Putin, que é co-proprietário de
reservas de gás da Rússia, tornou-se um dos homens mais ricos da
Europa. Por sua vez, “MIKHAYLOV” foi incluído no mercado livre de
tabaco. A licença foi concedida a ele pelo governo Putin, que é
composto, sobretudo, por antigos oficiais da KGB [4].
Meu
primeiro contato com o empenho da KGB de utilizar a religião para
ampliar a influência estrangeira do Kremlin aconteceu em 1959. “A
religião é o ópio do povo” [5]. Eu ouvi Nikita Khrushchev dizer, citando
a famosa máxima de Marx, “então vamos dar-lhes ópio”. O líder soviético
veio a Bucareste junto com o seu principal espião, o General
Sakharovsky, meu chefe de facto naquele tempo, que em 1949 tinha
criado a “Securitate”, o equivalente romeno da KGB, e que se tornou seu
primeiro conselheiro soviético. Khrushchev queria discutir um plano para
assumir o oeste de Berlim, que havia se tornado uma rota de fuga
através da qual mais de 3 milhões de europeus do leste fugiram para o
Ocidente.
Naquele
tempo eu era o chefe interino da Missão Romena na Alemanha Ocidental e
chefe da estação de inteligência romena lá. Como um “especialista em
Alemanha”, eu participava da maioria das discussões. “Nós chegaremos a
Berlim”, Khrushchev nos assegurou. Sua “arma secreta” era Cuba. “Quando
os yankees souberem que estamos em Cuba eles vão esquecer que
estamos no oeste berlinense, e nós o tomaremos. Então usaremos Cuba como
trampolim para lançar uma religião concebida pela KGB na América
Latina”, retratada por Khrushchev como uma fortaleza já cercada que logo
se renderia ao Kremlin. Complexo? Absolutamente, mas é assim que a
mente de tiranos comunistas funciona.
Khrushchev
nomeou “Teologia da Libertação” a nova religião criada pela KGB. A
inclinação dela para a “libertação” foi herdada da KGB, que mais tarde
criou a Organização para a “Libertação” da Palestina (OLP), o Exército
de “Libertação” Nacional da Colômbia (ELN), e o Exército de “Libertação”
Nacional da Bolívia. A Romênia era um país latino, e Khrushchev queria
nossa “visão latina” sobre sua nova guerra de “libertação” religiosa.
Ele também nos queria para enviar alguns padres que eram cooptadores ou
agentes disfarçados para a América Latina – queria ver como “nós”
poderíamos tornar palatável para aquela parte do mundo a sua nova
Teologia da Libertação. Khrushchev obteve o nosso melhor esforço.
Lançar
uma nova religião foi um evento histórico, e a KGB tinha se preparado
cuidadosamente para isso. Naquele momento a KGB estava construindo uma
nova organização religiosa internacional em Praga, chamada “Christian
Peace Conference” (CPC), cujo objetivo seria espalhar a Teologia da
Libertação pela América Latina. Diferentemente da Europa, a América
Latina daqueles anos ainda não havia sido picada pelo besouro marxista. A
maioria dos latino-americanos era pobre, camponeses devotos que tinham
aceitado o status quo. A KGB pretendia infiltrar o marxismo
naqueles países com a ajuda da “Christian Peace Conference”, que foi
concebida para calmamente incitar os pastores a lutarem contra a
“pobreza institucionalizada”.
Nós,
romenos, contribuímos com o CPC com um pequeno exército de cooptadores e
oficiais disfarçados. Para preservar o sigilo total da operação, nós
também recebemos ordem para transformar todas as nossas organizações
religiosas envolvidas em questão de assunto internacional dentro de
entidades secretas de inteligência.
O
novo CPC era subordinado ao respeitável Conselho Mundial da Paz (CMP) –
outra criação da KGB, fundado em 1949 e agora sediado também em Praga.
Quando ainda era um jovem oficial de inteligência, eu trabalhei para o
CMP, e mais tarde dirigi suas operações romenas. Era genuinamente a KGB.
Em 1989, quando a União Soviética estava à beira de um colapso, o CMP
admitiu publicamente que 90% do seu dinheiro tinha vindo da KGB [6].
O
CMP publicou um periódico francês – “Courier de la Paix” – impresso em
Moscou. O “Christian Peace Conference” publicou um periódico em inglês,
“CPC INFORMATION”, editado pela KGB, que apresentou o CPC ao mundo como
uma organização global ecumênica preocupada com os problemas da paz. O
objetivo secreto do CPC, no entanto, era incitar o ódio contra o
capitalismo e contra o consumismo na América Latina, e espalhar a
Teologia da Libertação naquela parte do mundo.
Até
pouco tempo eu acreditava que a “Teologia da Libertação” havia sido
apenas mais um projeto descuidado de Khrushchev que desceria junto com
ele pelo ralo da história. Novas revelações dos arquivos da KGB, no
entanto, sugerem que a “Teologia da Libertação” foi mais bem sucedida
que nos sonhos mais ousados de Khrushchev.
Em
1968, o CPC – criado pela KGB – foi capaz de dirigir um grupo de bispos
esquerdistas sul-americanos na realização de uma Conferência de Bispos
Latino-americanos em Medellín, na Colômbia. O propósito oficial da
Conferência era superar a pobreza. O objetivo não declarado foi
reconhecer um novo movimento religioso, que encorajasse o pobre a se
rebelar contra a “violência da pobreza institucionalizada”, e
recomendá-lo ao Conselho Mundial de Igrejas para aprovação oficial. A
Conferência de Medellín fez os dois. Também engoliu o nome de nascimento
dado pela KGB: “Teologia da Libertação”.
A
“Teologia da Libertação” foi então formalmente apresentada ao mundo
pelo Conselho Mundial de Igrejas. Revelações mostram que todo o exército
de cooptadores e de oficiais disfarçados da KGB foi enviado de Moscou
para ajudar [7].
Aqui estão alguns extratos de documentos originais da KGB conhecidos como “Arquivo Mitrokhin” (descrito pelo FBI como o mais completo e amplo já recebido de qualquer fonte), e dos documentos do Politburo liberados pelo padre Gleb Yakumin, vice-presidente da comissão parlamentar russa que investigou a manipulação da igreja promovida pela KGB.
Aqui estão alguns extratos de documentos originais da KGB conhecidos como “Arquivo Mitrokhin” (descrito pelo FBI como o mais completo e amplo já recebido de qualquer fonte), e dos documentos do Politburo liberados pelo padre Gleb Yakumin, vice-presidente da comissão parlamentar russa que investigou a manipulação da igreja promovida pela KGB.
Agosto 1969. Agentes “Svyatoslav”, “Adamant”, “Altar”, “Magister”, “Roschin”, e “Zemnogorsky” foram enviados pela KGB até a Inglaterra para participarem no trabalho do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas. A agência [KGB] manobrou para frustrar atividade hostil [contra a Teologia da Libertação], e o agente “Kuznetsov” manejou para penetrar o diretório do CMI.
“ADAMANT”, que comandou este grupo de assalto da KGB, era o Metropolitano Nikodim. “KUZNETSOV” era Aleksey Buyevsky, secretário leigo do departamento de relações internacionais do patriarcado, comandado por Nikodim.
Fevereiro 1972. Agentes “Svyatoslav” e “Mikhailov” foram para a Nova Zelândia e Austrália para sessões do Comitê Central do CMI.
Como indicado anteriormente, “MIKHAYLOV” é Kirill, o patriarca da Rússia.
Julho 1983. 47 agentes de órgãos da KGB entre autoridades religiosas, clero e pessoal técnico da delegação da URSS foram enviados para Vancouver (Canadá) para a 6a Assembleia Geral do CMI.
Agosto 1989. O Comitê Central do CMI organizou uma sessão especial sobre perestroika. ... Agora a agenda do CMI é também nossa [8].
O “Arquivo Mitrokhin”, contendo cerca de 25 mil páginas de documentos da KGB altamente confidenciais, representa uma parte minúscula do arquivo completo da KGB, estimado em aproximadamente 27 bilhões de páginas (a “Stasi” da Alemanha Oriental tem 3 bilhões). Se este arquivo da KGB for realmente aberto sem ser higienizado, ele contará a verdadeira e assustadora história.
Em
1984, o Papa João Paulo II encarregou a Congregação para a Doutrina da
Fé, conduzida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, agora Papa Bento XVI, de
preparar uma análise da “Teologia da Libertação”. O estudo devastador
apresentou a “Teologia da Libertação” como uma combinação de “luta de
classes” e “Marxismo violento” [9], dando nela um sério golpe.
A
“Teologia da Libertação” – criada pela KGB – está ainda aumentando suas
raízes na Venezuela, Bolívia, Honduras e Nicarágua, onde camponeses
apoiam as tentativas dos ditadores marxistas Hugo Chávez, Evo Morales,
Manuel Zelaya e Daniel Ortega de transformarem os seus países em
ditaduras policiais de tipo KGB. Há poucos meses a Venezuela e a Bolívia
expulsaram – na mesma semana - os embaixadores dos Estados Unidos, e
apelaram à proteção militar russa. Embarcações militares e bombardeiros
russos estão agora de volta a Cuba – e novamente na Venezuela – pela
primeira vez desde a crise dos mísseis cubana. O Brasil, a décima maior
economia do mundo, parece estar seguindo os passos do seu governante
marxista, Lula da Silva, que em 1980 criou o “Partido dos Trabalhadores”
(PT), um clone do Partido Trabalhador da Romênia Comunista. Com a
recente inclusão da Argentina, onde a presidente, Christina Fernandez de
Kirchner, está conduzindo o país a uma dobra marxista, o mapa da
América Latina aparece, sobretudo, em vermelho.
Quando
a “Teologia da Libertação” foi lançada no mundo, a KGB era um Estado
dentro do Estado. Agora a KGB É o Estado. Mais de 6 mil antigos oficiais
da KGB são membros dos governos local e federal da Rússia, e 70% de
suas atuais figuras políticas tinham associações, de uma maneira ou de
outra, com a KGB [10].
Logo
que moveu seus quadros para dentro do Kremlin, a “nova” KGB/FSB decidiu
enviar armas nucleares para armar a teocracia religiosa anti-americana
que governa o Irã. Ao mesmo tempo, centenas de técnicos russos começaram
a ajudar “mullahs” iranianos a desenvolver mísseis de longo alcance que
podem carregar ogivas nucleares ou bacteriológicas a qualquer lugar do
Oriente Médio e da Europa [11].
A antiga manipulação da religião promovida pela KGB se transformou em uma política externa letal da Rússia.
Notas:
[1]. Federalnaya Sluzhba Bezopasnost, Serviço de Segurança Federal da Federação Russa.
[2]. Seamus Martin, “Russian Patriarch was KGB agent, Files Say”. The Irish Times, 23 de Setembro, 2000. Publicado em [http://www.orthodox.net/russia/2000-09-23-irish-times.html].
[3].
“Russian Orthodox Church chooses between ‘ex-KGB candidates’ as
patriarch,” Times Online, January 26, 2009. Christopher Andrew e Vasily
Mitrokhin, The Mitrokhin Archive and the secret history of the KGB (New York, Basic Books, 1999).
[4]. Patriarca Kirril (Gunialev) [http://www.russia-ic.com/people/general/328/].
[5].
Karl Marx, “Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel”,
1843, que foi lançado um ano depois no próprio jornal de Marx, Deutsch-Französische Jahrbücher, uma colaboração com Arnold Ruge.
[6]. Herbert Romerstein, Soviet Active Measures and Propaganda, Mackenzie Institute Paper no. 17 (Toronto, 1989), pp. 14-15, 25-26. WPC Peace Courier, 1989, no. 4, in Andrew and Gordievsky, KGB, p. 629.
[7]. “Manipulation of the Russian Orthodox Church & the World Council of Churches,” publicado em [http://intellit.muskingum.edu/russia_folder/pcw_era/sect_16e.htm].
[8]. New Times (revista secreta da KGB publicada em inglês para consumo no Ocidente), Julho 25-31, ed. 1989.
[9]. “Liberation Theology by Joseph Cardinal Ratzinger,” Ratzinger Home Page, publicado em [http://www.christengom-awake.org/pages/ratzinger/liberationtheol.htm].
[10]. De acordo com Gary Kasparov, “KGB State,” parte das posições governamentais russas é ocupada por antigos oficiais da KGB. The Wall Street Journal, September 18, 2003, encontrado em [http://online.wsj.com/article_print/0,,SB10638498253262300,00.html].
[11]. William Safire, “Testing Putin on Iran, The New York Times, May 23, 2002, internet edition.
Publicado na FrontPage Magazine em junho de 2009.
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