Os
organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do
aborto, todos dispondo de muito dinheiro, são as fundações, (planejando e
financiando as ações) e as organizações não governamentais
(executando-as).
O aborto como solução para a gravidez indesejada não representa nenhum benefício para a mulher, pelo contrário, os especialistas honestos sabem que o aborto acarreta sérias conseqüências negativas (físicas e psicológicas), como, por exemplo, a síndrome pós-aborto, gerando mulheres deprimidas, inclusive com tendências ao suicídio. Sendo assim, o aborto em vez de resolver um problema, cria outros mais graves. Por isso, a solução adequada passa pela educação, pela conscientização e acima de tudo, pelo respeito integral à vida humana.
O
fato é que se legalizarem o aborto as mulheres pobres continuarão sem
acesso aos atendimentos básicos da rede pública e vítimas da
precariedade do sistema de saúde, que não dá conta das demandas
existentes. Na realidade, os que querem a despenalização do aborto têm
outros interesses, nada humanitários. O discurso sentimentalista é
demagógico e perverso, porque oculta outras intenções.
Estão
em jogo na questão do aborto interesses especialmente por razões
econômicas, políticas e demográficas. A pressão para a legalização do
aborto faz parte dessa estratégia de longo prazo e existe por causa de
ações com origem fora do Brasil. A legalização do aborto cria um
ambiente onde é possível desenvolver a pesquisa com clonagem reprodutiva
que produzirá resultados espetaculares na reengenharia da sociedade
humana, mas que hoje são imprevisíveis e estão sendo financiados sem
expectativa imediata de lucro, mas aparentemente quase como algo que
seria um meta-poder. Esta relação do aborto com a clonagem somente
existe, e de modo bem evidente, na mente dos grandes condutores das
fundações internacionais, como constatamos, por exemplo, o envolvimento
da Fundação Rockefeller com a Biologia Molecular. De modo imediato, a
legalização do aborto é desejada por ser o meio mais rápido e eficiente
de controle populacional.
O
ex-diretor do programa de controle populacional da USAID, nos anos 70,
Reimert Ravenholt, dizia que com o orçamento disponibilizado pelo
Congresso Americano à USAID (um montante que representou à época o
segundo maior programa de ajuda externa já promovido pelos Estados
Unidos em toda a sua história, menor apenas do que o Plano Marshall, que
reergueu economicamente a Europa depois da Segunda Guerra Mundial) era
possível reduzir de modo significativo o crescimento populacional de
qualquer país em desenvolvimento, em um período de cinco anos,
utilizando métodos convencionais como a esterilização e em apenas dois
anos se pudesse ser utilizado o aborto.
Ao
fim dos anos 70, quando os dirigentes deste plano perceberam que sua
apresentação como um plano norte-americano de controle populacional
começava a ser questionado pelos países em desenvolvimento, o magnata do
petróleo John Rockefeller III, juntamente com uma cientista social que
então trabalhava na Fundação Ford, resolveu introduzir o conceito de
emancipação da mulher e dos direitos sexuais e reprodutivos, para que se
pudesse impor a mesma coisa sem que se despertassem as mesmas reações.
Com isso, organizações como a Fundação Ford e as Organizações
Rockefeller passaram a financiar ativamente as redes de ONGs feministas,
o movimento homossexual, a educação sexual liberal, a dissidência
dentro da Igreja Católica, através de organizações como as “Católicas
pelo Direito de Decidir” e outras similares, e também a introdução
destes novos conceitos dentro da Organização das Nações Unidas para
pressionar as nações em desenvolvimento e, especialmente, as da América
Latina para legalizarem o aborto.
Os
organismos que estão trabalhando internacionalmente pela aprovação do
aborto, todos dispondo de muito dinheiro, são as fundações, (planejando e
financiando as ações) e as organizações não governamentais
(executando-as). Dentre elas estão as fundações Ford,
Rockefeller, MacArthur, a Buffet (entre outras), e a International
Planned Parenthood Federation (IPPF, que tem filiais em quase 150
países), a Rede Feminista de Direitos Sexuais e Reprodutivos, as
Católicas pelo Direito de Decidir (que não são católicas, mas usam o
nome para confundir principalmente os católicos), a Sociedade de
Bem-Estar Familiar no Brasil (Benfam) e a International Pregnancy
Advisory Services (IPAS), entre outras ONGs.
As
fundações usam as ONGs para seus fins utilitaristas, da forma mais
pragmática. O argumento, portanto, dos direitos reprodutivos não passa
de retórica, que seduz os desinformados (entre eles, os políticos), em
prejuízo de muitos, especialmente as mulheres pobres, que são as maiores
vítimas dessa lógica inumana.
Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté. Especialista em Bioética, é pós-graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. E-mail: hrneryprovida@gmail.com
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