informações de Anderson Scardoelli, Revista Oeste
Responsável por deixar Cesare Battisti viver anos no Brasil como cidadão comum e inocente, Lula pediu desculpas aos familiares das vítimas do terrorista italiano. Afirmou, contudo, que foi induzido ao “erro” por outro petista, o então ministro da Justiça Tarso Genro.
“O Tarso Genro tomou a decisão porque achava que ele era inocente. O Tarso Genro me disse o seguinte: ‘não dá para mandar ele embora porque ele pode ser detonado na Itália e ele é inocente'”, disse Lula ao ser entrevistado pelo canal do jornalista Fabio Pannunzio no YouTube.
Nesse sentido, Lula enfatizou que o seu aliado não foi o único a pedir pela não extradição de Cesare Battisti — que era condenado pela Justiça italiana a prisão perpétua por envolvimento em quatro assassinatos. “Toda a esquerda brasileira, todo mundo [da esquerda] defendia que o Battisti ficasse aqui”, complementou Lula, que tomou a decisão em favor do terrorista em seu último dia de mandato como presidente, 31 de dezembro de 2010.
Desculpas “inúteis”
O mea culpa de Lula não comoveu um dos filhos das vítimas de Cesare Battisti. Afinal, o condenado só voltou à Itália em 2018, quando o então presidente Michel Temer decidiu por sua extradição. Dessa forma, Alberto Torregiani ironizou a postura adotada agora pelo líder petista.
“Melhor tarde do que nunca, mas são inúteis”
“As desculpas de Lula? Melhor tarde do que nunca, mas são inúteis. Quero ver o que diz quem havia apoiado a sua decisão. Por que falar isso hoje? Para ser notícia? Deve ter suas motivações”, disse Torregiani em entrevista à agência de notícias Ansa.
“Fico atônito, mas volta-se a esse caso ciclicamente. Se não se fala nada sobre Battisti em três meses, começo a me preocupar”, prosseguiu o homem que é filho de um joalheiro assassinado pelo terrorista, que confessou seus crimes ao voltar à Itália. “No entanto, não fazemos nada com as suas desculpas”, finalizou.
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