Jornalista Andrade Junior

domingo, 13 de maio de 2018

"O centro",

por Miranda Sá Com Blog do Miranda Sá

Aceito quase como um provérbio secular, há um pensamento muito repetido mundo afora pregando a eliminação dos extremos para revelar o que é íntegro; é uma lição de Aristóteles, no seu texto “Ética a Nicomaco”. Vem do grego, “In Medio Est Virtus”, e com a tradução latina do conceito, “virtus in médium”, que significam “a virtude está no meio”.
Nesta época em que a política brasileira está conturbada por desprezo à cultura humanista e falsificação dos seus valores, a Nação sofre pela falta de lideranças com estofo de estadistas e substituídas por robôs contendo ideologias deturpadas e/ou superadas por partidos cartoriais ditos “de esquerda”.
Observadores da cena política veem apenas a movimentação da direita e da esquerda, linhas paralelas que se tocam no infinito do interesse dos seus protagonistas. Ambas rejeitam qualquer posição divergente, e negam juntas a existência de outras tendências. Afirmam-se como “ideologias próprias” sustentando não haver espaço para uma terceira via.
Diante das massas e para conquistar o eleitorado, mostram uma polarização de fachada, propagandística, garantindo para só elas o apoio para ocupar bancadas no Congresso e cargos executivos na União, estados e municípios.
Entretanto, a prática discursiva da direita e esquerda entram, porém, em contradição ao aceitar por vínculo causal, subdivisões e alianças de “centro-direita” e “centro-esquerda”.
Só dessa maneira admitem a existência do Centro. É um fato objetivo o reconhecer esta adoção filosófica presente na consciência humana que anseia por um governo baseado na razão e na justiça; e que o objetivo inarredável do desenvolvimento social é a liberdade.
Vê-se, então, que o espectro político esquerda-direita é a limitação das opções por imposição conceitos totalitários, enquanto a vocação do centro amplia a ideia de liberdade, reivindicando um Estado-Providência para atender as necessidades básicas do povo, e diminuto, restrito a coordenar a vida social, distribuindo a Justiça e regulando a segurança pública.
Assim, queiram ou não queiram os extremistas, o mapa das posições políticas se amplia com a extrema direita, direita, centro-direita, centro, centro-esquerda, esquerda e extrema esquerda. Isto é um fato concreto, inegável.
Fica desta maneira reconhecido o Centro Democrático ou Centro Liberal, como uma força ideológica no prisma político. Não é um rotulo e muito menos uma sigla partidária; é a expressão da aceitação de um ideário progressista adotando doutrinas filosóficas e éticas que levem ao desenvolvimento econômico.
O “centrismo” sincretiza igualmente, sem preconceito, princípios da direita e da esquerda, embora se assumindo sempre como uma “terceira via”. “Uma” porque admite a existência de outras, ao contrário das posições extremistas.
A transformação da sociedade, da economia e da política é a ideia sustentada pelo Centro para a conquista do progresso numa sociedade livre, justa, solitária e democrática. Advoga uma reforma que alcance os poderes executivo, judiciário e legislativo, livrando-os dos vícios ocasionais, mas mantendo-lhes a independência.
Estabelecida esta harmonia estatal, requer também um sistema fiscal com impostos diretos e progressivos, impedindo qualquer privilégio tributário e tendo a sua aplicação transparente para combater a corrupção.
Finalmente, para o Centro Liberal o Estado existe apenas para garantir o direito à vida, à liberdade e ao direito da propriedade. Com tais fundamentos – que alguns consideram utópicos –, não podemos nos envergonhar por defende-lo.




















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