Pedro do Coutto
O titular do Planejamento sustenta que esse novo adiamento produz uma economia de 8,2 bilhões de reais. Tal volume não representa praticamente nada em relação ao montante que o governo paga aos bancos e ao mercado em geral pela rolagem dos títulos públicos que lastreiam a dívida interna do país. A dívida líquida como O Estado de São Paulo publicou na edição de 1º de maio atinge 3,4 trilhões de reais. Tal montante recebe a incidência da taxa Selic, mantida em 6,5%a/a.
DÍVIDAS DA UNIÃO – A matéria de O Estado de São Paulo foi produzida por Eduardo Rodrigues e Idiana Tonazelli. O texto separa a dívida líquida da dívida interna bruta. Esta ultrapassa a casa de 4 trilhões de reais. Mas esta é outra questão.
O problema essencial é que no Brasil quando se fala em reduzir gastos, o projeto recai sempre na área dos assalariados. O ministro do Planejamento por exemplo, poderia prestar uma colaboração mais efetiva ao Palácio do Planalto se primeiro revelasse o montante das dívidas das empresas e em seguida a forma que pretende usar para cobrá-las.
REFINANCIAMENTO – Vejam o que aconteceu com o refinanciamento das dívidas empresariais votado pelo Congresso e sancionado pelo Presidente da República.
A redução das dívidas aumentou e os prazos de pagamento foram alargados. Por qual motivo o Presidente da República não vetou o dispositivo? Enquanto a correção dos débitos é ampliada, uma vez que nos prazos estabelecidos é menor do que a inflação, por seu turno os salários do funcionalismo civil e militar perdem também a corrida contra os índices inflacionários. O funcionalismo não foi reajustado em 2017, e não será também em 2018. Com isso os vencimentos são reduzidos em seu poder de compra.
Claro: a inflação em 2016 bateu 4,5%, em 17 3%. Só aí verifica-se claramente a predominância de uma política de diminuição salarial. Isso porque para se diminuir a receita de alguém, basta que ela não seja reajustada pela inflação do IBGE.
EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET
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