Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

PT não quer atear fogo apenas em Porto Alegre, prefere incendiar o país

Carlos Newton

A estratégia do PT mudou completamente. De início, a ideia era transformar o julgamento de Lula da Silva no “Dia da Revolta”, com “luta e combate contra a Ditadura da Toga”, nas palavras de José Dirceu, que fez a proposta em conclamação publicada nas redes sociais e no blog “Nocaute”, do jornalista e escritor Fernando Morais. Lula se empolgou e disse que iria a Porto Alegre para assistir ao julgamento de seu recurso contra a pena que lhe foi imposta pelo juiz Sérgio Moro – nove anos e meio de cadeira, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá. Mas depois começou a circular a informação de que ele não iria mais e faria um comício/protesto em São Paulo.
Na terça-feira, dia 9, surgiu a confirmação de que Lula não assistirá ao julgamento. E a justificativa realmente foi muito estranha. A sugestão de não ir a Porto Alegre teria sido feitas pelos advogados de Lula, que haviam solicitado que ele, na condição de réu, fosse ouvido no julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Como não houve autorização, os advogados então preferiram que Lula se ausentasse. Esta é a versão “oficial”.
MUITO ESQUISITO – De repente, tudo ficou muito esquisito. Primeiro, porque Lula nunca seguiu orientação de nenhum de seus advogados, seria algo insólito. Além disso, qualquer estagiário de Direito sabe que réu só pode ser ouvido em julgamento se dispensar os advogados e fizer a autodefesa, que é comum nos Juizados de Pequenas Causas e costuma acontecer também na Justiça Trabalhista, pois a CLT prevê expressamente tal possibilidade.
Em tradução simultânea, a estratégia do PT mudou por um motivo muito mais grave – o partido não quer mais tocar fogo em Porto Alegre, agora o objetivo é incendiar todo o país, tal como Lula prometeu há dois anos, antes do impeachment de Dilma, num discurso no Rio de Janeiro, quando anunciou que iria colocar nas ruas o “exército” do Stédile.
NOVA ESTRATÉGIA – É claro que o julgamento em Porto Alegre não passará em branco no dia 24. A nova estratégia do PT é organizar uma manifestação na capital gaúcha e também em muitas outras cidades. Depois, seguir realizando sucessivos protestos, para esquentar progressivamente o clima até o grande desfecho, às vésperas das eleições.
Detalhe principal: o registro da candidatura de Lula será feito no último dia, 15 de agosto. Imediatamente, algum partido adversário pedirá a impugnação. Abre-se prazo para o Ministério Público Eleitoral, que apresentará seu parecer de imediato. Depois, a defesa de Lula terá 5 dias úteis para contestar. Até esta fase, se passaram apenas dez ou 12 dias, e a impugnação deve chegar entre os dias 28 e 30 de agosto ao relator a ser sorteado no TSE .
A propaganda pela TV começa dia 31 e dela Lula participará, com toda certeza. Mas apenas nas primeiras semanas, porque o relator deve acelerar o parecer e encaminhá-la ao ministro revisor em dois dias, digamos, e o julgamento deverá ser marcado logo em seguida, entre os dias 10 e 12 de setembro.
IMPUGNAÇÃO – Com base da Lei da Ficha Limpa, a candidatura de Lula estará impugnada até o dia 12 de setembro. A partir daí ele não aparecerá mais no horário eleitoral da TV e seu nome não constará na urna eletrônica. É claro que o PT vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal, mas nenhum possível recurso tem efeito suspensivo. Portanto, o nome de Lula realmente não estará na lista de presidenciáveis. Este é o cronograma real, dentro dos prazos legais.
O PT, assessorado pelo professor paranaense Luiz Fernando Casagrande Pereira, aceita a tese dele, acreditando que Lula poderá concorrer mesmo tendo a candidatura impugnada. Bem, sonhar ainda não é proibido, mas o próprio Casagrande Pereira admite que em 12 de setembro a candidatura de Lula estará impugnada.
Ou seja, Lula vai desaparecer  do mapa 25 dias antes da eleição. Com apoio dos “exércitos” dos sem-terra, dos sem-teto e dos sem-juízo, o PT acha que conseguirá incendiar o país, eleger Lula e tudo o mais. No entanto, nada disso vai acontecer. Teremos um novo presidente que não se chamará Luiz Inácio Lula da Silva. Com dizem os árabes – “Mactub” (Assim estava escrito).

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P.S. – É claro que o PT está espalhando na praça que Lula vai concorrer de qualquer e criar uma tremenda confusão eleitoral, jurídica, política e social. Mas é tudo conversa fiada. Lula não participará da eleição. Podem apostar. (C.N.)































EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

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