Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

OS 12 MAIS

MIRANDA SÁ
“Gente é para brilhar,/ que tudo mais vá para o inferno,/ este é o meu slogan/ e o do sol” (Maiakóvski)

 A professora Heley Abreu, 43, teve 90% do corpo queimado para impedir que crianças fossem queimadas, no incêndio criminosos provocado na creche da cidade de Janaúba-MG.
Imaginei fazer este ano a lista dos “dez mais” – com pessoas que se destacaram neste ano do Senhor de 2017… Trata-se de uma escolha pessoal, sem pretensão de impingi-la a ninguém. Muito menos aos milhares de amigos do Twitter.

Não invento nada; não criei, apenas redescobri uma antiga fórmula do jornalismo para avaliar pessoas e até coisas que se projetaram em certo período.

O mérito de fazer sobressair fatos, nomes e instituições vem de longe, do século passado, mais propriamente dos anos 1940. Seu nascimento se deve a um fotógrafo, Ibrahim Sued, que fazia freelance nos jornais “A Vanguarda”, “Diário Carioca” e “Tribuna da Imprensa”, do Rio de Janeiro.

Com a sorte – Madrinha dos fotógrafos – flagrou um momento em que o líder da UDN, Otávio Mangabeira fez um gesto dando a impressão de beijar a mão do general americano Dwight D. Einsenhower que visitava o Brasil. E criou uma celeuma política bombástica.

Daí em diante, a sua carreira na imprensa se firmou e mesmo semianalfabeto, com brilhante inteligência (herdade de seus ancestrais libaneses) Ibrahim Sued tornou-se o inovador do colunismo social, explorando aquilo a que se refere Arnaldo Niskier a “fogueira das vaidades”. Escreveu para vários jornais, revistas, e teve um programa na TV-Globo.

As listas dos “dez mais” de Sued alcançavam surpreendentes personagens que iam do presidente Dutra ao sambista Ataulfo Alves e eram esperadas por todos, de todas as classes sociais.

Pela fama adquirida, o colunista social impôs bordões ao coloquial brasileiro, como “café society”, “champanhota”, “de leve” e inspirado nos ditados árabes, “os cães ladram e a caravana passa” e “cavalo não desce escada”… Foi citado numa crônica de Manoel Bandeira, entrou na letra de um samba de Jorge Veiga e numa paródia de Juca Chaves.

A divulgação de listas de “dez mais”, segundo pesquisas, foi inspirada nas colunistas da imprensa norte americanas Elza Maxuel e Louella Parsons, mas no Brasil quem as consagrou foi sem sombra de dúvidas Ibrahim Sued.

Mais tarde esta seleção de realce de personalidades ganhou o mundo, com os dez finalistas da UEFA, os dez jogadores mais festeiros do futebol do jornal esportivo Às, da Espanha, e os dez livros mais vendidos divulgados pela Editora Saraiva.

A revista Exame divulgou também os dez mais procurados pelo FBI por crimes de colarinho branco e por terrorismo, e o popular animador da televisão Silvio Santos apresenta a anos o Troféu Imprensa, lista anual dos destaques da tevê.

A minha lista inflacionou. Em vez de dez tem doze, não pude limitá-la. Trago-a à apreciação dos que leem os meus artigos:

1º)  A professora Heley Abreu, 43, teve 90% do corpo queimado para impedir que crianças fossem queimadas, no incêndio criminosos provocado na creche da cidade de Janaúba, em Minas Gerais;

2º)  Os juízes Sérgio Moro e Marcelo Bretas, que conquistaram o respeito nacional julgando os crimes de corrupção investigados pela Operação Lava Jato;

3º)  A procuradora Raquel Dodge, cuja atuação à frente da Procuradoria Geral da República até agora não decepcionou como ocorreu no STF;

4º)  A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos que se projeta, como uma flor no pântano da mediocridade e da corrupção parlamentar;

5º)  O humorista de apresentador de televisão Danilo Gentili, que ganhou a maior audiência no seu horário por mérito pessoal;

6º)  O jornalista Fernando Gabeira pelas excelentes reportagens televisivas e artigos que refletem a visão equilibrada da política nacional;

7º)  A repórter Andrea Sadi, uma revelação na nova geração de jornalistas, pela qualidade da sua atividade profissional;

8º)  O fotógrafo Sebastião Salgado laureado internacionalmente pela sua dedicação ao trabalho artístico e educativo;

9º)  A diva do teatro brasileiro Bibi Ferreira, incansável no seu afã de representar e produzir peças de real valor dramático.

10º)  A cantora Anitta, pelo trabalho que vem realizando como artista e produtora de clipes de ótima qualidade;

11º) O técnico da Seleção Brasileira Tite, que arrumou o time pelo conhecimento do futebol e liderança pessoal
12º) O jornalista e escritor potiguar, Rubens Lemos Filho pelo excelente livro “Memórias Póstumas do Estádio Assassinado”, denunciando a demolição de uma obra de arte arquitetônica em Natal – O Machadão – pelos propineiros, e narrando a sua história futebolística.
EXTRAÍDADEATRIBUNADAIMPRENSA

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