editorial de O globo
O Brasil e, em especial o Rio, frequentemente açoitado por tempestades de verão, poderiam tirar lições da passagem do furacão Irma pela Flórida, nos Estados Unidos, e das ações para proteger a população e reduzir danos. É claro que o Irma, que varreu o território americano com ventos de até 209 quilômetros por hora, é um fenômeno extremo, sem paralelo por aqui. Mas, por isso mesmo, demanda planos de contingência precisos e bem coordenados. E é nesse ponto que pode nos inspirar.
Antes mesmo de o furacão chegar aos EUA, a população da Flórida foi amplamente informada pelos meios de comunicação sobre como proceder. O governador do estado, Rick Scott, deu inúmeras entrevistas pedindo que moradores abandonassem suas cidades, deixando claro que as medidas teriam de ser tomadas com antecedência, já que, durante a tempestade, equipes de resgate não teriam como agir. Mensagens por celular foram enviadas a todas as pessoas — moradores ou não — que se encontravam na rota do Irma, com instruções sobre o que fazer antes, durante e depois do fenômeno. A julgar pela força avassaladora do furacão e pelo reduzido número de vítimas, o esquema de proteção revelou-se eficiente.
Já em solo brasileiro, planos de contingência não costumam ser levados a sério. Veja-se o que aconteceu na última grande chuva no Rio, em junho. A prefeitura, que dispõe de radar para monitorar a chegada de frentes frias, permitindo saber se a chuva será fraca, moderada ou intensa, recebeu a informação, mas não a repassou para a população.
Resultado: após um temporal — atípico para a época, mas não para o Rio —, a cidade ficou debaixo d’água. Não houve vítimas, mas o funcionamento da cidade foi seriamente comprometido, já que vias importantes ficaram alagadas por horas. No dia seguinte, o prefeito Marcelo Crivella disse que o Rio havia “passado no teste”. O seu secretário de Ordem Pública, Paulo Amendola, foi além. Contou que não alertara a população sobre a chuva para não provocar pânico.
Em janeiro de 2011, quando bairros inteiros de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis foram arrasados por uma tromba d’água, na maior tragédia provocada pelas chuvas no país, os planos de contingência também falharam. Os institutos de meteorologia previram a enxurrada, mas a informação não chegou aos municípios. Mais de 900 pessoas morreram e centenas ficaram desaparecidas.
Um caso de exceção ocorreu em Areal, onde a prefeitura usou um carro de som para alertar a população ribeirinha sobre a iminente cheia do Rio Piabanha, salvando dezenas de vidas.
O Rio costuma aprender com as tragédias. O Instituto de Geotécnica (GeoRio), criado após as arrasadoras chuvas de 1966, ajudou a estabilizar as encostas. Após a tromba d’água na Serra, a Defesa Civil instalou sirenes para alertar moradores em situações de risco. Mas seria bom que aprendesse a agir antes. Não evitará catástrofes, mas poderá salvar vidas e reduzir transtornos e danos.
TERÇA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2017
Quase um terço dos membros da CPI da JBS foi financiado pela empresa
Thiago Faria e Renan Truffi - O Estado de S.Paulo
Recém-criada no Congresso, a CPI mista da JBS tem cerca de um terço de seus atuais integrantes financiado pela empresa, líder mundial de processamento de carnes. Ao todo, foram cerca de R$ 4 milhões doados para as campanhas que elegeram 15 parlamentares dos 49 que fazem parte do colegiado.
A comissão, que nesta terça-feira, 12, teve a sua primeira reunião de trabalho, ainda tem 19 vagas para serem preenchidas. A maior parte é do PMDB do Senado, que deve indicar os nomes apenas hoje.
extraídaderota2014blogspot
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