Silvio Navarro:
O Brasil pós-Dilma Rousseff já produziu quase 11
milhões de desempregados, todos ansiosos pela aparição de algum tipo de
trabalho. Mas existe um cargo vago que ninguém em sã consciência parece
interessado em ocupar: o de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. E
não só pelas unhas que Delúbio Soares prometeu desencravar quando foi
descoberto o Mensalão, nem pelos quilos de pixulecos que João Vaccari
Neto levava na mochila, nem por tudo o que Paulo Ferreira, João de
Fillipi Jr., Edinho Silva, Paulo Okamotto e Cia ainda vão contar.
O Brasil quer saber como dorme o biólogo Márcio
Costa Macêdo, ex-deputado sergipano e herdeiro da contabilidade da
roubalheira do partido. A Polícia Federal vasculhou o andar das finanças
da sede do PT nacional, no centro de São Paulo, e achou papeis – que
não são de Aracaju. O que esses papeis têm a dizer saberemos em breve.
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Macêdo tem tudo para transformar-se em mais um
daqueles tesoureiros-kamikazes do PT, aos quais a história vem
reservando duros castigos. Ele nunca deveria ter aceitado o cargo
ocupado por gente como João Vaccari Neto e outros pretéritos gurus do
lulopetismo messiânico.
Mas cabe aqui uma ressalva: a tesouraria do PT e
suas campanhas corruptas talvez sejam mesmo coisa para biólogos. São
espécies em extinção.
Num dos mais momentos históricos do Mensalão, o
ainda deputado Roberto Jefferson encarou José Dirceu, até então
festejado como o maior dos enxadristas políticos, e deu um conselho
profético:
─ Saí daí, Zé! Saí logo daí, Zé!
O recado sem prazo de validade deveria ser ouvido por todos os tesoureiros do PT.
EXTRAÍDADECOLUNADEAUGUSTONUNESFEIRALIVREVEJA
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