Jornalista Andrade Junior

sábado, 20 de outubro de 2012

A "mãe" de Obama

No primeiro debate, Obama estava sem o papai-teleprompter e a mamãe-imprensa.

No segundo, o papai ficou em casa, mas a mamãe veio, de mamadeira e tudo.

Seu nome: Candy Crowley. Emprego: jornalista da CNN. Função (teoricamente) no debate: moderadora. Vamos entender o que ela aprontou? Vamos!

O assunto da vez era o ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, que resultou na morte de 4 americanos - incluindo o embaixador Christopher Stevens -, para os quais o governo Obama não fornecera o reforço de segurança solicitado.

Obama disse a Romney: "No dia seguinte ao ataque, governador, eu estive em Rose Garden, e eu disse ao povo americano e ao mundo que nós iríamos descobrir exatamente o que aconteceu, que este foi um ato de terror."

Romney perguntou se Obama estava mesmo afirmando que, no dia seguinte, chamou o ataque de "ato de terror", o que, na verdade, ele e sua equipe (Hillary Clinton, Susan Rice, Jay Carney e companhia) demoraram 14 dias para fazer, preferindo antes culpar um vídeo crítico ao profeta Maomé no YouTube e prender o seu autor. (No Planeta Obama, não repare, um vídeo "hediondo" e "ofensivo" justifica um ataque homicida.)

E agora? Quem poderia defender o Obaminha, flagrado na mentira em rede internacional? Mamãe Crowley, claro. Num ato de terror jornalístico, ela confirmou que ele chamara sim de terrorismo, naquele dia, o ataque em Benghazi.

"Pegue a transcrição", disse Obama. E tchurum: Crowley sacou a transcrição de debaixo da mesa. Isso mesmo: a transcrição estava lá, prontinha para atender ao chamado, ainda que não necessariamente para ser lida.

(Lembra quando Tom Cruise usou a simples presença no tribunal de dois oficiais de uma base aérea para pressionar Jack Nicholson em "Questão de honra" e depois admitiu a Kevin Bacon que eles nada teriam a dizer? Pois é.)

Qualquer ser alfabetizado que leia a transcrição verá que Obama falou em terrorismo uma única vez, em termos genéricos, quando lembrava também o 11 de setembro:

"Nenhum ato de terror vai jamais abalar a determinação desta grande nação" e blá-blá-blá.

Dizer que isto é o mesmo que chamar especificamente o ataque em Benghazi de "ato de terror" é como dizer que chamei Obama de Tom Cruise neste texto, só porque o nome está ali em cima.

Mamãe Crowley, depois do debate, ainda tentou explicar sua intervenção em favor do presidente como "uma coisa natural que saiu", dizendo que só queria seguir adiante, como se o assunto já tivesse rendido o bastante, e que ela mesma falou na hora que Romney estava certo na maior parte, apenas achou que ele escolhera as palavras erradas (o Jabor, imagino, deve saber que palavras foram essas). Nada grave, em suma. Só um obamismo natural...

Que mal há em evitar o vexame de Obaminha quando está todo mundo olhando e alinhavar umas desculpas sonsas quando a maioria já voltou à vida normal? Isso aí rende até prêmio na mídia esquerdista. No Brasil, Candy Crowley ganharia uma coluna semanal e já estaria cogitada para uma vaga na ABL.

Nem Hillary Clinton assumindo a responsabilidade pela segurança em Benghazi botou a mão, digamos, no fogo por Obama tão prontamente quanto ela.

O presidente pode ficar tranquilo. O que não falta é gente para limpar a sua, digamos, barra quando ele expõe a sua obra de quatro anos no governo dos EUA e grita por telepatia:

"Manhêêê! Cabei!"


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Nota de rodapé 1: Que Obama se saia melhor (do que ele mesmo, diga-se) num debate de respostas ao público do que em outro de confronto direto com o adversário, é algo evidente e previsível. Que a imprensa esquerdista veja nisso uma vitória dele sobre Romney, também. Mas que ela ignore que, quando confrontado, Obama precisou de uma ajudinha materna na mentira, aí... "é uma coisa natural".

Nota de rodapé 2: Fazer-se de ofendido quando criticado por omissões que resultaram em mortes comove muita criancinha. Mas o luto pessoal não pode jamais camuflar a irresponsabilidade de um presidente.




Felipe Moura Brasil
edita o Blog do Pim e recomenda Candy Crowley para o Globo Online, o site oficial de Obama no país.

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