Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não quero estragar a festa de ninguém, mas...

A esposa do Cel. Plazas Vega, condenado injustamente por uma Judiciário colombiano servil aos interesses do narcoterror comunista, dá seu parecer sobre as “negociações de paz” absurdas que o governo colombiano está fazendo com as FARC.

Quando as idéias e os pensamentos se atropelam em minha mente, aprendi que o melhor é tirá-los de lá. Também neste processo de vida aprendi que a melhor maneira de fazê-lo é escrevendo. Hoje amanheci incomodada e, por que não dizê-lo, amargurada. E com a mente atropelada de idéias e sentimentos acreditei que o sentimento era de ira. Mas no transcurso da manhã e no silêncio de minha solidão, conseguir identificar que não é isso: é dor!

Sim, dor de ouvir por todos os lados em notícias, jornais e ‘twitts’ que chegou o dia em que os colombianos tanto ansiavam, no qual “começaremos a encontrar a tão desejada paz”. Não é que eu não deseje a paz, nada seria para mim mais prazeroso, como para todos os colombianos decentes e de bons sentimentos, que conseguíssemos a paz. O que me mortifica é que não creio se vá conseguir isso com os eventos que estão acontecendo hoje, como os de se reunir na cidade de Oslo, ou em qualquer lugar do mundo, uns terroristas, assassinos, seqüestradores, para os quais se levantaram dezenas de ordens de captura, para que se desloquem e se reunam com delegados do governo e da política de nosso país, e com a assessoria da esquerda colombiana e seguramente de outros países.
Não é que eu queira estragar a festa de ninguém. O que ocorre é que desde o rincãozinho ao qual me coube viver, vi, aprendi e conheci muitas coisas que me tornam totalmente incrédula. Qualquer pessoa que conheça algo do que têm sido as FARC na Colômbia sabe que desde que este grupo foi criado seu objetivo principal foi chegar ao poder (de alguma maneira já o conseguiram). Eles afirmam que desde o começo têm lutado por princípios e ideais. Na realidade, esses “ideais” só foram os principais pretextos para exercer sua violência contra o nosso país. Acreditam que o caminho correto para chegar ao poder é a violência e a bandidagem. 
Essa pretendida ideologia tornou-se ainda mais turva quando chegou a este país a maldição do narcotráfico. Nesse momento esqueceram suas cartilhas e a partir daí, sua obsessão principal, cínica e descarada passou a ser o negócio da droga e o dinheiro maldito. O poder do dinheiro domina o mundo e eles o obtêm com a droga. Porém, como não têm o poder social e político esse dinheiro passa a ser o instrumento para consegui-lo. Dessa maneira começam a permear com sua maldita capacidade de compra todas as áreas de nossa sociedade, da política e o pior: da justiça!
Esse deus dinheiro levou este país à situação caótica em que vivemos hoje. Uma coisa porém tenho clara: os que estão sentados em Oslo não querem paz, querem poder. E todo este engano de querer negociar a paz não é outra coisa que seu caminho para chegar a ser os dirigentes deste país, e para sair das selvas onde o Estado os teve encurralados por tantos anos, para desfrutar de seu dinheiro e seu recém adquirido poder, livre e amplamente.
Sua atitude arrogante e prepotente diz tudo: pretendem que não são verdugos senão vítimas, que não têm seqüestrados, nem cometeram massacres, nem violentaram, nem destruíram colombianos com sua violência e sua perversidade. E é dessa maneira que querem se mostrar perante o mundo.
E os políticos e certos meios de comunicação seguindo-lhes nesse jogo e sentindo prazer em seus requerimentos, convencendo a todos de que vale a pena fazê-lo “pela paz”. E uma grande quantidade de colombianos ingênuos, ignorantes ou covardes, dizendo: “temos esperança de que dessa vez sim, se consiga a paz”.
Falo dos políticos em geral, porque não quero acusar a nenhum em particular. A mim não me agrada a política tradicional. Estou segura de que na “arte da política” quem quer que seja, e por muito bem intencionado e de boa-fé que seja, sempre terminará cedendo suas convicções e aceitando outras por “interesses políticos”. Admiro e respeito a muitos como pessoas e como seres humanos, mas não me agrada engajar-me. Creio que a política é culpada de muitas das desgraças de nossa nação. 
A Colômbia entrou em um túnel que não tem retorno e que terá que passar necessariamente pelo processo que estão vivendo alguns dos países que, através das garras do Foro de São Paulo, estão sendo governados por ditadores que vivem do narcotráfico e que são alcoviteiros com as rotas da droga, com o aborto, com a eutanásia, com tudo isso ao que eles chamam de liberdade, mas que é realmente uma libertinagem, onde já não restará nada de valores cristãos, onde já não haverá democracia senão que se fará o que eles, seus amigos e famílias decidirem e onde eles viverão na opulência e os demais terão supostamente “tudo”, mas dosificado pela vontade dos governantes.
Seguirão em sua sede de ódio e vingança, metendo militares presos injustamente através da guerra jurídica que já instauraram, e seguirão acabando com as famílias de tantos militares que têm dado suas vidas para proteger a dos colombianos. Como estão fazendo hoje na Argentina, condenando militares à prisão perpétua por operações realizadas há 40 anos.
Não quero aterrorizar ninguém, só convido a observar o que está acontecendo ao nosso redor, para imaginar o futuro da Colômbia nas mãos dos que hoje estão em Oslo discutindo a “tão sonhada paz”. Não quero estragar a festa de ninguém. Oxalá que nada do que tenho em minha cabeça ocorra. Oxalá que de repente não seja uma premonição.

Tradução: Graça Salgueiro

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