Por Rubem Azevedo Lima - Correio Braziliense
O
Supremo Tribunal Federal entendeu, majoritariamente, que o objetivo do
PT era usar o mensalão, sujando nossa democracia, a fim de abrir
caminhos eleitorais ao partido. Em troca dessa operação criminosa,
porém, com a notória aprovação de Lula, o PT abdicou de sua maior
riqueza: o exemplo de procedimento político mais ético entre todas as
nossas agremiações partidárias.
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Antes dele, nessa questão, era a UDN que liderava
em tal procedimento, até que fez outra escolha: deixou de defender a
democracia, para apoiar o regime de 1964. Falou-se, então, que os velhos
udenistas, sem macacão e sem mácula, haviam formado o PT.
Tal
sigla é cópia traduzida do nome, em alemão, de Partido dos
Trabalhadores, cujo líder (Karl Lueger) se elegeu prefeito de Viena, por
mais de 14 anos. Como diria Duda Mendonça, publicitário de Lula, a
marca PT "pegou", na segunda ou terceira eleição disputada pelo
dirigente petista.
Hoje, talvez só os
aposentados se lembrem da campanha em que Lula se elegeu. Ele jurou não
prejudicá-los, mas, ao empossar-se na Presidência, taxou a economia dos
aposentados. Brizola, presidente do PDT, exibiu em seu programa
partidário, na tevê, a imagem de Lula jurando não mexer nas
aposentadorias. O ex-presidente FHC quis fazer o mesmo, porém fora
derrotado, no Congresso, graças aos votos do PT.
A
conclusão da maioria do STF sobre o mensalão foi terrível para o PT.
Mas, em plena eleição municipal, seus cabos eleitorais foram a
presidente da República e o ex-presidente Lula. Fizeram comícios, com
cobertura de todos os meios de comunicação, ao contrário das
candidaturas de oposição. Seria isso lícito, em pleito com urnas de
última geração e retratos de todos os candidatos? Seria bom que o
Superior Tribunal Eleitoral respondesse a tal pergunta, para termos
eleições limpas, em pleito republicano e democrático, igual para todos
os litigantes, Brasil afora. Alguém já disse que o poder, não limitado
por leis, nunca está protegido e costuma cair.
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