por Alex Pipkin, PhD.
Bem, do episódio Moro-Bolsonaro, na sexta-feira passada, após o pedido "antecipado" de demissão do ex-juiz, da desconexa fala do presidente, e dos desdobramentos do final de semana, que envolveram prints do ex-ministro em relação a deputada Carla Zambelli e o seu respectivo posicionamento, de uma perspectiva meramente descritiva, NÃO "MORAL", como opinador dos acontecimentos, formei apenas uma opinião.
Pelo que tenho estudado sobre o comportamento humano - inclusive tema de minha tese de Doutorado - distintamente do que li de alguns analistas políticos, minha visão é de que as iniciativas de Moro podem, factualmente, fortalecer o comportamento de apoio ao presidente, mais do que o contrário. Claro que alguns, com base na suposta moralidade, apoiarão a saída de Moro do governo, mas esse não é o ponto que quero enfatizar.
Além disso, repito, não se trata daquilo que moralmente acredito ser certo ou errado, nem meu juízo de valor, mas efetivamente e apenas uma observação de como acredito que o comportamento humano funcione.
Seria singelo demais constatar que realmente nós, seres humanos, temos uma essência tribalista, valorizando os mais "próximos", no sentido de cooperar com todos aqueles com os quais temos ou desejamos ter semelhanças em termos de valores identitários.
Seria singelo demais constatar que realmente nós, seres humanos, temos uma essência tribalista, valorizando os mais "próximos", no sentido de cooperar com todos aqueles com os quais temos ou desejamos ter semelhanças em termos de valores identitários.
Por natureza, o ser humano anseia pertencer a um determinado grupo social, quer pertencimento!
Definitivamente somos seres sociais! Por consequência, as pessoas presumivelmente rejeitarão aqueles que aparentam apresentarem diferenças relacionadas aos atributos que essas valorizam.
Qualquer um que estuda o comportamento humano ou o comportamento de consumo de marcas, sabe que os indivíduos exibem a virtude relacionada a lealdade e, ao mesmo tempo, naturalmente possuem disposições emocionais que os levam a punir atitudes não cooperativas, distintas do script grupal esperado, expressando assim sentimentos de vingança.
Embora o ex-ministro tenha apostado na sua reputação ilibada, o que de fato é muito valorizado pelas pessoas, a forma empregada no evento midiático da sexta passada (repito, não estou avaliando o mérito!), manifestando-se publicamente, inclusive num momento de grave crise viral no país, impingindo graves acusações ao presidente, soa para muitos como um ato de traição.
Similarmente, seus prints "delatando" a deputada Carla Zambelli, aparentam-me transmitirem uma correspondente simbologia de traição.
Digo isso porque acho que as pessoas esperam que os outros indivíduos das tribos - especialmente os "amigos" - comportem-se de maneira cooperativa. Na ausência dessa reciprocidade, elas naturalmente agem como punidores sociais daqueles que atuam distintamente desse comportamento esperado.
Seria conveniente lembrar o que aludiu o romancista e poeta Victor Hugo sobre a traição: “A metade de um amigo é a metade de um traidor”!
Seria conveniente lembrar o que aludiu o romancista e poeta Victor Hugo sobre a traição: “A metade de um amigo é a metade de um traidor”!
Novamente, trata-se aqui de uma singela opinião, baseada em uma observação descritiva, fruto de minha leitura dos fatos. Evidentemente que posso estar equivocado!
Portanto, minha opinião não retrata meu wishful thinking, muito menos julgamento do complexo mérito da questão, mas simplesmente a tentativa de decodificação do possível, intrincado, multifacetado e inquietante comportamento do bicho homem.
Adiante veremos como tal comportamento social responderá verazmente.
EXTRAÍDADEPUGGINA.ORG
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