Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 28 de maio de 2020

O SUICÍDIO DE UM DISCURSO

PERCIVAL PUGGINA

             FOTO ANDRADEJR
Desde o dia 24 de abril, com todas as franquias do jornalismo militante, rola em sessão contínua o filme “Uma Polícia Federal para chamar de sua”. Não por acaso, essa exata frase foi e continua sendo usada em várias matérias de imprensa, artigos de jornal, comentários de TV para manter aceso o discurso de que o presidente da República queria interferir na PF. Plantada por Sérgio Moro, essa suspeita virou convicção, e como tal resistiu a todos os depoimentos colhidos no inquérito aberto sob as atentas vistas de Celso de Mello. Aliás, suportou incólume o próprio documentário apresentado ao país no dia 22 de maio. Após o filme, os construtores da narrativa levantaram-se do sofá, desligaram a TV e proclamaram provada a acusação que faziam.
Bolsonaro substituiu o ministro da Justiça, trocou o Diretor Geral da Polícia Federal e uma semana mais tarde, tanto quanto eu, cá no meu isolamento, foi surpreendido com ação da PF atingindo 29 pessoas apoiadoras do seu governo. Na lista dos investigados há congressistas, jornalistas e empresários.
Na premência em alimentar a sanha midiática não se deram conta de que favoreciam o suicídio da própria narrativa. Quanto mais o partido da mídia saía à cata de informação, mais se ajustava a corda no pescoço da narrativa que cuidavam de manter viva.

















PUBLICADAEMPUGGINA.ORG

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