por Paulo Ricardo da Rocha Paiva - (Coronel de Infantaria e Estado-Maior)
Ex-Ministros da Defesa Preocupadíssimos …
Seis ex-ministros da Defesa reafirmaram no domingo passado, em nota, o compromisso das FA com a democracia, afirmando que estas Instituições de Estado têm como “missão indeclinável a defesa da Pátria e a garantia de nossa soberania”. A nota é assinada pelos ex-ministros José Viegas Filho, Nelson Jobim, Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann”. Quem são estes egrégios senhores que, um dia, foram responsáveis maiores em prover as condições de defesa, externas e internas, para sobrevida de nossa Pátria?
José Viegas não aguentou o rojão e apresentou pedido de renúncia devido à crise gerada por nota divulgada pelo Serviço de Comunicação Social do Exército, que segundo ele, fazia apologia do Regime Militar, confundindo apologia com a defesa da Força Terrestre, constantemente vilipendiada quanto ao seu desígnio maior de proteção dos brasileiros contra o comunismo internacional.
Em sua nota, José Viegas, um diplomata que, por certo, nunca compulsou uma leitura do arrazoado sobre uma “nação armada”, preconizado pelo Barão do Rio Branco, fez, sob ângulo completamente equivocado, menção à incompatibilidade entre o pensamento autoritário fundado na Doutrina de Segurança Nacional e a plena vigência das instituições democráticas.
Nelson Jobim se preocupou, sobretudo, em dar a impressão de que exercia sua plena autoridade sobre os oficiais-generais de quatro estrelas, em verdade, um ministro civil que não soube dissimular o seu desejo de ser um deles, inclusive envergando uniformes militares nas suas aparições em público, mas sem deixar de exercê-la, de forma jactante e tiranicamente injusta, quando da demissão do impoluto General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa, por críticas a apuração, de “mão única”, de violação dos direitos humanos pela Comissão da “Verdade”.
Celso Luiz Nunes Amorim, nada mais nada menos do que uma “cobra criada no COMUNOPETISMO”, muito mais preocupado, que seja dito, como ministro da defesa de “nações separatistas indígenas” do que com a obtenção de meios de defesa realmente contundentes, dissuasórios e definitivos para a garantia das (ainda nossas?) Amazônias verde e azul. Uma verdadeira lástima!
Imaginem que este pau mandado de Lula, ex-presidente e padrinho do enclave separatista Raposa Serra do Sol tem a “cara de pau” de chancelar que “as FFAA são instituições de Estado com importante papel na fundação da nacionalidade e no desenvolvimento do país. Sua missão indeclinável é a defesa da Pátria e a garantia de nossa soberania…”
Jaques Wagner, outra malcriada figura de retórica, do mesmo “COMUNOPETISMO de duas caras”, com currículo político altamente esquerdista, iniciado em 1969 no movimento estudantil, quando ingressa no diretório acadêmico da Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica/RJ e, posteriormente, atua no Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica/BA, do qual foi diretor e presidente. O homenzinho conheceu Lula num congresso de petroleiros e, em 1980, ajudou a fundar o PT e a CUT no estado. Este comunista declarado tem o topete de subscrever que “’a democracia no Brasil, mais que uma escolha, conforma-se como um destino incontornável, que necessita da contribuição de todos para o seu aperfeiçoamento”. Durma-se com um barulho destes!
Aldo Rebelo, um comunista integrante do revolucionário PC do B, nada mais nada menos do que o partido idealizador e coordenador da Guerrilha do Araguaia, justiça seja feita, para espanto de quantos, sempre simpático em suas declarações sobre as FFAA, preocupado com as condições periclitantes da indefesa Amazônia, mas que, em absoluto, de forma alguma pode se arvorar a ponto de assinar documento, nos termos que se seguem: -“Assim, qualquer apelo e estímulo às instituições armadas para a quebra da legalidade democrática – oriundos de grupos desorientados – merecem a mais veemente condenação.
Constituem afronta inaceitável ao papel constitucional da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sob a coordenação do Ministério da Defesa”.
Raul Jungmann, entre os signatários, o único que não foi ministro dos governos do PT, mas que, também, com todas as honras e sinais de respeito ao atual ocupante da pasta, assim como este, nunca se preocupou em denunciar os ajustes de “lesa pátria” que nos impedem de dissuadir ao invés de lutar, com que lógica, pode este ex-integrante do antológico PCB firmar uma declaração do tipo:
“A Constituição estabelece no seu artigo 142 que as Forças Armadas ‘destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constituídos e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem?"
Sim, excelentíssimos senhores ex-ministros da Defesa, apenas dá para concordar, quando, acertadamente, declaram que: “as Forças Armadas cumprem importante papel no enfrentamento das adversidades e na manutenção da unidade e do ânimo da população”; não pairam dúvidas acerca dos compromissos das FFFAA com os princípios democráticos ordenados na Carta de 1988; a defesa deles tem sido e continuará sendo fundamento da atuação das Forças.
Excelências! Se é assim que pensam, na condição de ex-ministros desta pasta, por que então não se esmeraram, pelo menos, no cumprimento da missão maior e inalienável que lhes cabia, quando no exercício de tão decisivo cargo, que se diga, o mais importante do Poder Executivo, só abaixo do Presidente da República?
Paulo Ricardo da Rocha Paiva - (Coronel de Infantaria e Estado-Maior).
Publicado originalmente na Revista Sociedade Militar
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