por Felipe Fiamenghi
Nunca, na história deste país, um governo foi tão coberto, discutido e questionado.
Atitudes que, em outros tempos, passariam desapercebidas, hoje são temas de mesas redondas.
Isso é bom!
Pela primeira vez, os brasileiros sabem os nomes dos Ministros de Estado, dos Ministros do Supremo, do Presidente da Câmara e do Senado Federal.
O Brasil, porém, é um país onde sempre tivemos a cultura de que "política e religião não se discutem". Criamos, assim, um povo que, por mais que tenha interesse, ainda não consegue entender as movimentações do poder.
O pronunciamento do Presidente, ontem, deixou ambos os lados, críticos e apoiadores, mais perdidos do que calcinha em lua de mel. Mas, no fim das contas, foi bastante simples.
Foi um "All in". Bolsonaro apostou tudo. Colocou o seu mandato na mesa, em um jogo que não aceita blefe.
Se, depois do pronunciamento, com a rotina voltando ao normal, tivermos um pico de contágio e atingirmos 500, 600 mortes por dia, como na Itália, será responsabilizado por cada um dos cadáveres, perderá o apoio popular e a presidência. Será execrado não só pela esquerda, mas também pelos próprios eleitores.
Por outro lado, se nada acontecer e, no Brasil, o COVID-19 realmente não passar de uma "gripezinha", que não colapsará o sistema de saúde, nós sairemos na frente do mundo, mantendo uma economia ativa e produtiva, enquanto a Europa luta contra os efeitos colaterais da Peste Chinesa.
Além de sermos o maior produtor mundial de alimentos, também temos uma imensa capacidade de produção de Hidroxicloroquina, a principal aposta para o combate do vírus. Ou seja, temos aquilo que um mundo "pós crise" precisa: COMIDA E REMÉDIOS.
Vale lembrar que foi numa situação semelhante, com a Europa devastada pelo fim da Guerra, que os EUA se firmou como a grande potência global.
Quem quiser pode acreditar que o presidente apostou cegamente e, inconsequentemente, colocou sua cabeça a prêmio. Eu, particularmente, acredito que ele saiba muito bem as cartas que tem nas mãos (e na manga).
Se não fosse ousado em suas jogadas, aquele deputado do "baixo clero" não teria se tornado chefe do Executivo do 5º maior país da Terra.
Façam suas apostas!
"Homens prudentes sabem sempre tirar proveito dos atos que a necessidade os constrangeu." (MAQUIAVEL, Nicolau)
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