Jornalista Andrade Junior

domingo, 17 de março de 2019

Rodrigo Maia critica ataques ao Supremo. Legislando em causa própria. Sem exceção, todos os políticos atuais estariam no xilindró, fazendo companhia a Lula, se estivéssemos num país sério

TOMAZ FILHO

Uma corte que abriga tipos como Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes só é defendida por quem tem o rabo preso. 
Por isso, é natural que deputados e senadores defendam a postura amoral desses seis 'magistrados'. 
Sem exceção, políticos recorrem ao caixa 2. Não é de hoje. A promiscuidade entre o Legislativo e o Executivo (mais recentemente o Supremo foi cooptado) vem de longe. 
FHC comprou a reeleição. 
E, ao abrir caminho para a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, jogou o Brasil no maior escândalo de corrupção jamais visto na história da humanidade.
O Mensalão e o Petrolão estão na conta de Lula, mas, não duvidem, os Três Poderes têm culpa em cartório.
Como diria aquele político, também cínico e amoral, 'Lula está preso, babaca!'
É isso que incomoda Rodrigo Maia e demais políticos. Eles têm ojeriza à ética.
Por isso, estão fechados com Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Marco Aurélio e Alexandre de Moraes. 
Não querem ser presos e, ainda, pregam a libertação de Lula, o maior de todos os ladrões da Lava Jato.
A propósito, bancamos o almoço em que as 'excelências' dos Três Poderes afinaram o discurso em favor da corrupção e da impunidade.


Abaixo, o texto publicado na Folha


O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou os ataques feitos por parlamentares a ministros do STF (Supremo Tribunal  Federal) e considerou graves as ameaças feitas aos ministros da Corte.


Na tentativa de serenar os ânimos e passar uma mensagem de harmonia entre os Poderes, Maia promoveu um churrasco neste sábado (16), na residência oficial da presidência da Câmara, com a presença dos presidentes da República, Jair Bolsonaro (PSL), do STF, Dias Toffoli, e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de 15 ministros e outros parlamentares.
Inicialmente o almoço seria restrito apenas aos chefes de Poderes. Os ânimos ficaram acirrados nos últimos dias com uma mobilização de congressistas contra os membros do Supremo.
Alguns senadores já vinham reclamando do que chamam de "ativismo judicial" e têm em mãos pedidos de impeachment contra diferentes magistrados, um requerimento de criação de CPI para investigar integrantes das cortes superiores e projetos que revertem decisões do tribunal e estabelecem mandato de oito anos para seus ministros.
"Muitas vezes o Supremo pode tomar uma decisão que, pessoalmente, não me agrade, mas isso não significa que eu não vou respeitar de forma muito contundente a decisão da maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal", disse Maia, após o almoço, defendendo o respeito entre os Poderes.
O que mais incomodou parlamentares na semana passada foi o inquérito anunciado por Toffoli para apurar a existência de fake news, ameaças e denunciações caluniosas, difamantes e injuriantes que atingem a honra e a segurança dos membros da corte e de seus familiares.
"Isso é muito grave e é muito importante que a gente, mesmo tendo alguma divergência em qualquer decisão, a gente respeite a decisão dos Poderes, principalmente um Poder que tem a atribuição de guardar a nossa Constituição", afirmou o presidente da Câmara.
Maia disse não ter discutido o atrito com STF com Bolsonaro. O presidente reproduziu neste sábado um vídeo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, com críticas ao julgamento do Supremoque definiu que crimes comuns (como corrupção e lavagem de dinheiro) associados a caixa dois devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.
"Não conversei. Toda crítica precisa ser respeitada num país que quer ser democrático, garantindo a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. Mas a crítica não pode passar para uma agressão, principalmente em relação a um Poder que tem a responsabilidade de guardar a Constituição", afirmou Maia.
Participantes do almoço disseram que o encontro foi descontraído. Bolsonaro discursou, mas, no geral, permaneceu mais quieto, sempre próximo dos presidentes dos outros Poderes.

Daniel Carvalho e Thais Bilenky, Folha de São Paulo























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