Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

ÁGUA E SABÃO

MIRANDA SÁ

“As lavadeiras fazem assim/ Assim, assim, assim…” (Cantiga folclórica)
FOTO ANDRADE JUNIOR
Tem uma trinca de ministros do STF que poderia até usar as perucas pomposas dos magistrados britânicos, mas não convenceriam ninguém porque vestem as togas malcheirosas da politicagem. Essa peça de vestuário da Roma Antiga não lhes imprime confiança; somente as suas decisões fariam isto.
É presumível que o uso da toga represente a Justiça, mas na verdade isola o seu portador do povo, como o azeite e a água. Sem se dar conta disto, os vaidosos dentre eles se auto divinizam ao vestir a capa.
Não vêm que é ilusória essa formalidade adotada para criar um vácuo em torno do Poder Judiciário, que se torna caricatural como o tratamento de “vossa excelência” que muitas vezes vem adjetivado como “vossa excelência é um imbecil”.
A liturgia tribunícia quando usa um isolante não impõe respeito. Igualmente os protocolos são, “data vênia” uma cretinice, e o simbolismo da toga, com o devido respeito, fica restrito ao imaginário dos acadêmicos de Direito…
No plenário e nas sessões abertas ao público, a toga é obrigatória para os magistrados e as becas para os advogados participantes. A toga e a beca, nesses dias conturbados em que a Política adentra nos tribunais e a Justiça sai pela porta dos fundos, dá até um trocadilho, a “troça” e a “breca”.
Em português castiço (vale a pena, não é professor Borto?), a troça é uma pândega e a breca é uma travessura.
Ver-se a tragicomédia escrita de uma canetada pelo ministro Marco Aurélio de Melo nos dá a oportunidade para criticar o STF, que de algum tempo para cá desnudou-se das vestes talares na obscenidade de um julgamento antipopular e antinacional, estabelecendo a impunidade e inspirando os bandidos para crimes mais audaciosos.
Esta provocação de Marco Aurélio que autoriza a soltura de presos condenados em segunda instância, em confronto com anterior decisão plenária do Tribunal, é uma provocação ao Estado de Direito.
Suas consequências são inimagináveis. De um lado joga o que resta de credibilidade no sistema jurídico ao lixo; do outro lado tenta barrar todos os esforços da luta contra a corrupção, empreendida pela Lava Jato.
Imprimiu uma insólita perplexidade nos poderes da República, cujo tripé se desequilibra com uma das pernas corroída pela ação dos cupins dominantes do sistema que nos parecia ter chegado ao fim, com a derrota do lulopetismo nas eleições.
Foi um golpe jurídico para favorecer o retorno dos corruptos à cena do crime, inocentados por uma justiça suspeita e investidos da antiga arrogância no seu modo de roubar a Nação. É mais outra tentativa de soltar o chefe da Orcrim política, Lula da Silva, preso por corrupção e lavagem de dinheiro em Curitiba.
Não é para se lamentar, porque não é um fato consumado. Os patriotas precisam se organizar e voltar às ruas. Não ficar acuados diante dos cem mil traficantes, estupradores, homicidas e ladrões do dinheiro público.
Vamos as ruas. Nada de se trancar em casa com medo da bandidagem. Vamos enfrentar os inimigos do Brasil frente a frente e azucrinar as “férias de Verão” dos criminosos togados.
É hora de lavar as togas sujas, lembrando que na antiga Roma havia uma “Toga sórdida” que inspirava repulsa ou piedade. Caminhemos cantando, com sabão nas mãos e a água do patriotismo: “Lava, lava, lavadeira, quanto mais lava, mas cheira”.













EXTRAÍDADEBLOGDOMIRANDA

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