Grandes e pequenos - PAULA CESARINO COSTA
RIO DE JANEIRO - Cartão-postal do Brasil, porto de entrada dos turistas e uma das cidades mais bonitas que existem. Protagonista por natureza, o Rio foi acompanhado com atenção por boa parte do mundo, interessado na primeira viagem internacional do papa Francisco e no seu impressionante rebanho de jovens.
Depois de períodos sucessivos --na colônia, no império e na república-- de proeminência política, econômica e cultural, o Rio viveu décadas de crise, abandono e desimportância. Mais recentemente, recuperou relevância econômica e importância política. Conquistou grandes eventos, reconquistou empresas e voltou a ter voz política ativa.
Hoje, governador (Sérgio Cabral) e prefeito (Eduardo Paes) são do mesmo partido. O Estado é, já há alguns anos, o mais importante governado pelo PMDB. Quando foi reeleito com votação recorde, Cabral apostava que seria peça fundamental na eleição seguinte, a de 2014.
De lá para cá, helicópteros, guardanapos, policiais e bombeiros bagunçaram seu coreto. Em crise, o governador se abateu e desapareceu. Inicialmente por duvidosa estratégia política, depois impedido pelos gritos nas ruas, que continuam a se fazer ouvir na sala de estar de seu apartamento no Leblon.
Em outro estilo, o prefeito deu até entrevista ao coletivo Mídia Ninja e assumiu erros, mas foi o responsável por espalhar pelo mundo as cenas de despreparo da cidade durante a Jornada Mundial da Juventude.
Para a disputa eleitoral do ano que vem, o Rio voltará a ser protagonista. Tanto PT como PMDB estão preocupados com a disputa. A aliança dos partidos pode vir a balançar por aqui. Dilma tem avaliação ruim e pouca intenção de voto no Rio, Cabral é o mais mal avaliado pelo Ibope, Paes vai mal no Datafolha.
A cidade e o Estado ganham relevância, mas a classe política ainda está longe de estar à sua altura.
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