Eu também quero
O
universo que recebe alguma benesse do desgoverno cada vez aumenta mais.
Na
medida em que periclita a possibilidade de reeleição do neurônio paraplégico, os grandes mentores de seu futuro político
sacam da cartola novas benfeitorias, como moeda de troca pelo voto dos incautos.
Assim, os já bolsistas buscam
maneiras de receberem “melhorias”, e
os que ainda não compartilham dos prêmios,
procuram avançar na cornucópia de onde o desgoverno sempre poderá sacar e
destinar propinas institucionalizadas para eles.
Algumas das manifestações que inundaram o País nos últimos tempos, de
fato, foram tentativas nesta direção.
Talvez a mais contundente, e já conquistada parcialmente, é a lei do
passe - livre.
Aquele grupo reivindicante deseja ser premiado com a passagem livre ou
pelo menos a meia - passagem. Quem vai pagar a conta? Não interessa.
Por vezes, a nossa atenção é chamada pelo fato de o desgoverno oferecer
em alguns bandejões espalhados pelas cidades, refeições por apenas um real.
Parece que os benefícios advindos do desgoverno caem dos céus. É um milagre, pois por apenas um real, lá
está uma lauta refeição. Quem paga a conta? Não interessa.
É gritante que o dinheiro arrecadado através do IR e da batelada de impostos
que temos a obrigação de pagar, é um montante fabuloso.
Considerando - se o alto grau de
corrupção, dos volumosos recursos para a sustentação da maquinaria
governamental, do executivo, do legislativo, do judiciário, dos ministérios, das
autarquias, o destinado para a infra - estrutura, para o bem estar da população
e de sua saúde, deve ser irrisório.
Ou seja, breve sobrará pouco para ser destinado para o desenvolvimento,
para a saúde, para a educação, para a ciência e tecnologia, nem para a
Segurança Pública, nem para as Forças Armadas. É simples assim.
Sim, eu também quero a minha bolsa,
pois cansei de ser explorado, enfastiei de ser enganado, e o pior, cansei de
ver a vitória dos patifes, fartei de assistir a corrupção aumentar e a
impunidade grassar, e agora quero a minha parte na partilha antes que o País
afunde.
Após esta elementar conclusão, e na certeza de que em breve faltarão
migalhas do bolo para todo mundo, nós que ainda não somos beneficiados devemos
iniciar o levantamento das nossas necessidades. Inclusive da falta de dinheiro,
para iniciarmos o planejamento, a elaboração das nossas palavras de ordem e
alinhavarmos as nossas pretensões.
Primeiro, esqueçamos o nosso apego aos valores morais, enterremos a
cidadania, olhemos aos outros como desiguais, como de fato são, uns espertos,
esqueçamos o futuro da Nação e nos chafurdemos no bem – bom, agora, e já.
Depois de algumas reuniões de
orientação, marcaremos as datas quando sairemos às ruas, mascarados e de preto que
é o melhor e será mais contundente.
Nas ruas, em grupos, não se esqueçam, ninguém terá identidade, nem
responsabilidade.
Incógnitos na multidão é só fazer o que lhe der na telha. Aproveite, use e abuse.
Extrapole.
Caso surjam alguns meganhas,
para o grupo “arrebenta”,
preconizamos “pixar”, depredar, apedrejar, desmoralizar; quanto ao grupo “arrastão”, mais vivo, desviar – se para
outras áreas, e se possível, invadir e assaltar agências e lojas.
Os lucros serão divididos depois, entre todos, pois somos todos pelo social.
Alguns serão presos.
Os encarcerados, de acordo com a Lei da Irresponsabilidade, serão soltos
na manhã seguinte.
Aos bravos “cumpanheiros” que
forem entrevistados, recomendamos que em viva voz, anunciem que também querem
alguma vantagem, pois no jargão “o Brasil
é de todos”, eles têm sido, costumeiramente, os tolos.
Quem sabe, sobra algum para as nossas hostes de idiotas.
Brasília, DF
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
0 comments:
Postar um comentário