REINALDO AZEVEDO
Os novos escravos do comunismo – Autoridade cubana proíbe médicos de seu país de deixar alojamento militar
Laryssa Borges, na VEJA.com. Volto no próximo post.
Apenas dois dias depois de desembarcarem
no Brasil para o Programa Mais Médicos, os médicos estrangeiros tiveram
evidências de que os profissionais cubanos não vão desfrutar da mesma
liberdade que os demais inscritos no projeto do governo federal. No que
foi classificado como o momento mais tenso desde o desembarque dos
cubanos em Brasília, a vice-ministra da Saúde de Cuba, Márcia Cobas, deu
ordens expressas para que os médicos não deixem os locais onde estão
hospedados para fazer qualquer tipo de atividade de lazer.
O médicos
estão hospedados em áreas militares de Brasília, com acesso restrito. Os
homens estão no Alojamento da Guarda Presidencial, e as mulheres, no
Batalhão da Cavalaria Montada. No domingo, alguns estrangeiros se
aventuraram a passear pelos principais pontos turísticos de Brasília,
como a Esplanada dos Ministérios e o Teatro Nacional. Os profissionais
arcaram com despesas de táxi e lanche para conhecer a cidade.
Convidados, os cubanos não puderam ir ao passeio. Oficialmente, o
Ministério da Saúde diz que não há restrições de deslocamento para
nenhum profissional.
Segundo o
relato de médicos, a vice-ministra cubana deu ordens ríspidas para que
os profissionais passassem dia e noite estudando o conteúdo programático
apresentado pelo governo brasileiro e, em especial, a língua
portuguesa. “A ministra deles ordenou ‘vão estudar esta noite, vão
estudar português’”, disse ao site de VEJA o médico venezuelano Ankangel
Ruiz Medina, formado em Medicina do Trabalho pela Universidad de
Oriente.
No
alojamento, a segregação entre os médicos é evidente. “Os cubanos têm
restrições para falar. Conosco mesmo eles não falam muito”, completou
Medina. A cubana Maira Perez Sierra, formada em Medicina Geral Integral,
negou qualquer problema nos primeiros dias de estadia no Brasil. “Nos
receberam com muito boas condições, com muita qualidade, numeraram
nossas camas, nossos nomes estavam afixados. Nos trataram muito bem.
Tinham internet e telefone à disposição. Não nos sentimos aglomerados”,
relatou.
Aulas
No primeiro dia oficial de aulas dos
médicos estrangeiros e brasileiros com diploma do exterior, houve apenas
discursos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e uma espécie de
‘ode’ feita pela vice-ministra cubana sobre a qualidade da medicina na
ilha dos Castro. Nesta tarde, a ideia é que pelo menos parte dos
profissionais comece a estudar noções de “formação do povo brasileiro”,
enquanto os demais médicos cuidarão de questões administrativas e
burocráticas, como abertura de contas bancárias e documentação para os
profissionais. A aula foi acompanhada por olheiros de associações
médicas, que tentam na justiça derrubar a validade do Programa Mais
Médicos.
Nesta
segunda-feira, o representante do Ministério da Educação para o Programa
Mais Médicos, Vinícius Ximenes, proporcionou um dos momentos de maior
“alívio” aos cubanos. Apesar de serem avaliados por três semanas em
programas do governo, os médicos não terão de comprovar proficiência em
português após o curso. De acordo com Ximenes, haverá uma avaliação
“contínua”, “formativa” e “global”, mas não uma “prova de proficiência”.
Após a
aula inaugural, médicos cercaram representantes do governo para tirar
dúvidas sobre as regiões para as quais podem ser alocados. As perguntas
giraram em torno de dúvidas sobre o tamanho e a diversidade de São
Paulo, do Pará e do Paraná, que tipo de pessoas moravam nesses estados e
como eram as condições de vida nessas regiões.
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