Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

“Banco Central Independente”

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O cenário econômico gerado pelo assédio do mercado sobre o Bacen ilustra perfeitamente o que alguns economistas chamam de “armadilha fiscal” ou “dilema mexicano”. Essa situação evidencia um ciclo vicioso entre política monetária e política fiscal, onde o aumento dos juros para conter a inflação acaba agravando o problema fiscal, criando mais pressões inflacionárias no médio prazo. 

Vamos destrinchar o dilema:

 

1. O Dilema (Dilema Mexicano):

      •    O Tesouro Nacional apresenta um déficit primário, ou seja, as receitas não são suficientes para cobrir as despesas, excluindo os juros da dívida.

      •    O Banco Central, para conter pressões inflacionárias (por exemplo, devido ao aumento dos gastos públicos ou expectativas de descontrole fiscal), eleva a taxa Selic.

      •    Esse aumento da Selic eleva os juros da dívida pública, já que boa parte dela é indexada à Selic ou corrigida por índices que dependem da taxa de juros.

      •    Com o aumento do custo da dívida, o déficit fiscal piora ainda mais, exigindo novos financiamentos pelo Tesouro, o que pode alimentar mais inflação (se houver aumento da base monetária) ou piorar o endividamento.

 

2. Ciclo Vicioso Gerado:

      •    Banco Central aumenta juros: Para controlar a inflação e “dar um sinal de responsabilidade” ao mercado.

      •    Custo da dívida cresce: Aumentam as despesas com juros pagos pelo Tesouro.

      •    Déficit fiscal aumenta ainda mais: Elevando a necessidade de mais financiamento.

      •    A inflação persiste: Por pressões fiscais ou pela inércia inflacionária, exigindo novos aumentos de juros.

 

Resultado: Uma dinâmica de juros altos e dívida crescente, sem uma solução clara.

 

3. Quem é o responsável no cenário?

      •    Banco Central: Atua com base em expectativas de mercado e metas de inflação. Contudo, ao focar exclusivamente na inflação sem considerar o impacto fiscal de suas decisões, pode agravar o problema estrutural das contas públicas.

      •    Governo/Tesouro Nacional: Muitas vezes é pressionado politicamente a aumentar despesas, mesmo em cenários de déficit. Isso gera pressões inflacionárias que levam o Banco Central a agir, retroalimentando o ciclo.

 

No caso, o aumento dos gastos públicos gera uma contradição, já que o próprio Banco Central, ao elevar os juros, também contribui para o aumento desses gastos.

 

4. Como resolver o impasse?

 

O dilema exige coordenação entre a política fiscal e a política monetária, mas isso pode ser desafiador em um contexto em que o Banco Central é autônomo. Algumas estratégias incluem:

      1.   Ajuste fiscal estrutural:

      •    É necessário reduzir o déficit primário para criar um ambiente de maior previsibilidade fiscal.

      •    Isso inclui reforma tributária, controle de despesas obrigatórias e melhoria na gestão da dívida pública.

      2.   Revisão do mix de política monetária e fiscal:

      •    Muitos economistas sugerem que o Banco Central poderia considerar outras ferramentas de política monetária, como intervenções no câmbio ou regulação do crédito, para aliviar a dependência da Selic.

      •    O governo, por sua vez, precisa evitar sinais de descontrole fiscal que pressionam o Banco Central a agir.

      3.   Controle da indexação da dívida pública:

      •    Uma forma de reduzir a exposição do Tesouro à Selic seria diminuir a parcela da dívida atrelada a juros variáveis (como títulos pós-fixados) e priorizar emissões prefixadas.

      4.   Foco no crescimento econômico:

      •    Sem crescimento, a relação dívida/PIB tende a piorar. O estímulo ao investimento privado e a redução da burocracia podem ajudar a reverter o ciclo.

 

Conclusão:

 

O dilema mexicano reflete a falta de coordenação entre a política fiscal (gastos públicos) e monetária (taxa de juros). Enquanto o Tesouro não equilibrar suas contas, e o Banco Central continuar aumentando juros sem considerar os impactos fiscais, o Brasil permanecerá nesse ciclo vicioso. A solução exige ações combinadas e uma visão de longo prazo, envolvendo tanto o ajuste fiscal quanto a moderação nas decisões de política monetária.

 

QUEM PODE MEDIAR?

 

O CONGRESSO NACIONAL 

 

*Por isso e diante da gravidade requeiro uma tomada de decisão dos dois novos Presidentes do CONGRESSO NACIONAL, de forma bicameral e com a máxima URGÊNCIA URGENTISSIMA!




















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