por Alex Pipkin, PhD.
Que o novo coronavírus é real eu não tenho nenhuma dúvida.
O surto viral matou muita gente em regiões na China, na Itália, nos Estados Unidos e em uma série de outros países, incluindo algumas regiões no Brasil.
Claramente, por interesses e posições abissalmente distintas, há uma enorme controvérsia, não somente em relação ao enfrentamento do Covid-19, como quanto ao número de mortes causados pela doença.
O que eu tenho gigantescas dúvidas, é factualmente, quanto às respostas e às iniciativas de ataque ao vírus, em especial no Brasil.
Interessante notar que as autoridades estatais - governadores e prefeitos - e toda uma legião de adeptos do "fiquem em casa", têm aludido a "ciência" como justificativa do isolamento social drástico no país.
Como não sou médico, aqui já começam minhas desconfianças...
Que ciência é essa, que em se tratando de uma doença nova, em que inexistem estudos científicos conclusivos e aceitos por toda a comunidade médica e de saúde pública, pode estabelecer e definir "medidas certeiras" sobre a forma de seu enfrentamento?
Que ciência é essa, visto que já estou literalmente cansado e angustiado de ler e ouvir relatos, inferências e entendimentos completamente distintos dentro da própria comunidade médica e de saúde pública?
O que eu possa realizar pragmaticamente, é que o número de casos e de mortes, encontra-se muito aquém das previsões alarmistas e sensacionalistas de alguns "especialistas" - médicos infectologistas e de outras áreas, biólogos, políticos, jornalistas, etc. - que se baseiam em estudos e em modelos estatísticos construídos para realidades diferentes, com suas respectivas idiossincrasias, demografias, climas, e com outras variáveis naturalmente aleatórias. Definitivamente, modelos que podem embasar decisões, penso eu, considerando-se igualmente características peculiares em nível econômico e social. Nesse sentido, o Brasil é bem diferente...
Além disso, chegam a ser tragicômicas as previsões do tal "achatamento de curvas e de picos", com estimativas que têm sido completamente desencontradas!
Afora regiões do norte e do nordeste brasileiro - e mesmo assim de forma controversa - as estruturas de saúde não colapsaram totalmente, e/ou faltam equipamentos em geral por atos de corrupção, que motivaram a construção de estádios, ao invés de hospitais. Ou mesmo por mais corrupção e incompetência, estimulando burocratas estatais a comprarem respiradores superfaturados, e o que é pior, que não funcionam!
Claro que o Covid-19 é real e grave, com alto poder contaminador, porém com relativamente baixo poder letal. O vírus tem se mostrado mortal, principalmente entre aqueles grupos caracterizados como de risco, ou seja, os idosos, pessoas a partir dos 60 anos e, em grande parte, vítimas de outras comorbidades. Evidente que já morreram outras pessoas fora dos grupos de risco, como normalmente falecem em razão de outros problemas de saúde, desde que o mundo é mundo.
No entanto, o que também é novo na história da humanidade, é a forma do enfrentamento da doença!
No entanto, o que também é novo na história da humanidade, é a forma do enfrentamento da doença!
A vida humana - social, econômica e de saúde - parece estar sendo administrada por profissionais médicos e de saúde pública que, primeiramente divergem das ações corretivas, e segundo e mais fundamental, desconhecem a dinâmica do mundo econômico real! Nunca antes visto na realidade a economia paralisou como agora.
Eu não tenho nenhuma brecha de dúvida de que a destruição da economia brasileira, no curto, no médio e no longo prazos, causará muitos mais mortes do que aquelas que ocorrerão em função do vírus.
O desemprego em massa, as doenças psicossomáticas e a própria aniquilação da estrutura de saúde pública e de assistência social nacional, levarão muitos brasileiros a óbito.
O verdadeiro vírus político, interesseiro e nefasto, conjugado com o populismo de governadores e de prefeitos, temerosos em reativarem a economia e serem eventualmente taxados de insensíveis à vida (saúde) humana, esse sim é "inovador", motivando atitudes e ações nocivas e que não trazem as melhores consequências para o todo da população brasileira.
Respostas ilusórias e enganosas a crise viral, tem inclusive demostrado algo ainda mais letal e destruidor.
A luta pelo poder tem servido de pretexto para ações autoritárias que, de fato, estão começando a comer pelas beiradas, na direção inimaginável da destruição total das liberdades e dos direitos civis dos brasileiros. Sabemos em que ações deste tipo podem resultar! Surreal!
Bem, não bastasse isso, essa irracionalidade alijada de dados e fatos verdadeiros, não parece ter nem só vontade política, como tristemente, data para acabar...
Temo e tenho afirmado que o remédio terá um gosto amargo, muito pior do que a doença! Em breve o veremos.
publicadaoriginalmenteemhttp://www.puggina.org/artigo/convidados/foco-na-vida-na-saude-ou-no-autoritarismo/17091
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