Rafael Moraes Moura, O Estado de São Paulo
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma “minipalestra” ao final da sessão plenária desta manhã, que retomou a discussão sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Ao ser abordado por jovens estudantes de direito ao fim da sessão, Barroso conversou com o grupo por cerca de três minutos, deu recados sobre ética e patriotismo e defendeu o surgimento de uma geração de jovens idealistas para mudar os rumos do País.
“Os países, como as pessoas, passam pelo que têm de passar para se aprimorarem, para amadurecerem. Não havia como o Brasil se tornar um país desenvolvido com os padrões de ética pública e de ética privada que se praticavam aqui”, disse Barroso aos jovens.
Para o ministro, apesar da crise política, econômica e ética que abala o País, “nós vamos sair disso melhores do que entramos”. A fala de Barroso aos estudantes do Distrito Federal e de Minas Gerais foi acompanhada pelo Estadão/Broadcast dentro do plenário do Supremo.
O ministro é considerado voto certo a favor da execução antecipada de pena, um dos pilares da Operação Lava Jato no combate à impunidade. É comum as sessões do Supremo serem acompanhadas por estudantes de direito, que aproveitam a passagem por Brasília para acompanhar as discussões do tribunal.
“Nós precisamos de pacto de integridade para substituir esse pacto oligárquico que tem vigorado até aqui. E precisamos de uma nova geração, gente jovem, comprometida com o bem e com integridade. Nunca considerem que é normal desviar dinheiro público nem nunca considerem que é normal passar os outros para trás. Nós temos de fazer um processo histórico de elevação ética no país”, afirmou o ministro.
“Na ética pública, não desviar dinheiro. E na ética privada, de não passar os outros para trás. Essa vai ser a grande revolução brasileira”, acrescentou Barroso, que terminou o bate-papo posando para fotos com os estudantes.
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