Percival Puggina
A essas alturas, as opiniões estão divididas entre: a) os que sentem falta daquele saudável equilíbrio institucional proporcionado pelos pixulecos; b) os que se esforçam para retomar seus direitos pessoais ou coletivos aos pixulecos, propulsores dos mais proveitosos negócios à beira de poder, e c) os que ainda não entenderam o que está acontecendo no país. De um algum modo, nos corredores do Congresso Nacional e do STF, estes sentimentos fluem como miasmas da grande política nacional.
O STF vai soltar os bandidos? Desfará com os pés o que a Lava Jato fez com as mãos? Viva o pixuleco! Com ele se restaura o sabor exótico da democracia à brasileira, conforme servida nas melhores lavanderias do ramo. A paz volta a reinar na central do crime.
De toda essa tragédia moral restará, ao menos, assim espero, a lição para os que ainda não entenderam: Presidente sem pixuleco, que não paga por voto, é a autoridade mais frágil da República. Por tal motivo, mera racionalidade política, a função governo deve ser atributo da maioria parlamentar. Basta isso para gerar responsabilidade individual dentro da base e resolver 90% das encrencas institucionais.
Bater pé e defender o fetiche de um poder presidencial que só se afirma em condições morais insalubres não altera evidências como as que décadas de história estão a demonstrar.
extraídadepuggina.org
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