Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

DE VOLTA PARA A CAIXINHA (O DELÍRIO DOS VELHOS CORONÉIS)

 por Jorge Barbosa Pontes.
 Tem candidato que insiste em afirmar que, se eleito, vai colocar a Polícia Federal e o Ministério Público Federal "de volta na caixinha, de onde nunca deveriam ter saído".
Chega ao ponto de dizer que essas instituições estariam se comportando como um "quarto poder". E completa, explicando que deseja restabelecer a "autoridade do poder político".
A bem da verdade, o que ele chama de atuação "fora da caixinha" nada mais é do que o exercício da Justiça sobre aquela elite política poderosa que nunca havia sido atingida por investigações e processos penais com consequências efetivamente gravosas, como condenações e encarceramentos.
E o que por alguns é visto como assombração, ou atuação "fora da caixinha", a sociedade brasileira assiste e aplaude como as ações implacáveis e legais da Polícia Federal, sempre referendadas pelo Ministério Público Federal e invariavelmente levadas a cabo em cumprimento a ordens de um juiz federal.
Quem na realidade vivia numa caixinha, numa redoma de vidro, eram os membros dessa elite anacrônica que levou o Brasil à bancarrota, com os inúmeros esquemas bilionários de delinquência institucionalizada.
Esses políticos que nos vêem hoje "fora da caixinha", o fazem numa visão em paralaxe da realidade, pois certamente não fomos nós quem saímos da caixinha, e sim eles, que foram "desentocados", tiveram suas blindagens e armaduras transpostas e estão sendo submetidos aos processos que os cidadãos comuns sempre se submeteram.
Em suma, não foram os leões soltos nas ruas, e sim eles, os políticos, que foram arrebatados dos seus castelos inexpugnáveis de impunidade e hoje enfrentam os leões que ali sempre estiveram.
Esses mesmos políticos observam agora, incrédulos, o tripé da persecução penal, formado pela Justiça, Ministério Público e Polícia Judiciária cumprindo mandados de buscas em gabinetes de deputados, senadores, e também condenando e encarcerando empreiteiros bilionários, parlamentares, ex-governadores e ex-presidentes da República.
Com essa conversa fiada de "colocar de volta na caixinha", nunca a concessão de mandato para diretor-geral e de autonomia administrativa e orçamentária para a Polícia Federal foi medida tão imperativa.
*Jorge Pontes é Delegado de Polícia Federal e foi diretor da Interpol
































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"Dilma não pode ser esquecida",

editorial do Estadão
 A campanha eleitoral já está há duas semanas nas ruas do País, mas quase nenhum candidato a presidente foi capaz de abordar aquele que deveria ser um dos principais assuntos desta eleição: o terrível legado dos governos lulopetistas, especialmente o de Dilma Rousseff.
Dilma sofreu impeachment em 12 de maio de 2016 e foi afastada em definitivo em agosto daquele ano. Desde então, o País luta para superar a imensa crise causada por sua incompetência e sua visão de mundo, consubstanciada na ideia segundo a qual “despesa corrente é vida” – frase símbolo do modo Dilma de pensar e que quase levou o País à ruína. 
Os números de sua passagem pela Presidência não permitem dúvida sobre o desastre: Dilma saiu pela porta dos fundos do Palácio do Planalto deixando atrás de si uma inflação de mais de 9%, uma taxa de juros próxima de 15% e desemprego de 10,9%, contra 6,5% em 2014, quando a petista foi reeleita. O número total de desempregados saltou de 6,4 milhões para 11 milhões nesse curto período, uma alta impressionante de mais de 70%. Tudo isso sob o pano de fundo de uma brutal recessão de 7,6% registrada entre a reeleição de Dilma e seu impeachment – lembrando que a petista recebeu a economia crescendo a uma taxa média de 4,64% ao ano nos quatro anos anteriores, durante o governo de seu criador, Lula da Silva. Nem é preciso grande exercício de imaginação para especular como estaria o País hoje se ela ainda estivesse a presidi-lo.
No entanto, nada disso parece fazer parte dos discursos dos principais candidatos ao Palácio do Planalto, que desde o começo da campanha deveriam ter usado o governo Dilma como exemplo óbvio do que não se pode fazer na Presidência.
Mesmo os presidenciáveis que integravam a oposição àquele tenebroso governo preferem ignorá-la, centrando fogo no atual governo, como se fosse este o responsável pelo descalabro em que o País vive. Pode-se fazer muitos reparos ao trabalho do presidente Temer, mas é preciso reconhecer que, a despeito das imensas dificuldades resultantes do turbulento processo de impeachment, seu governo estabilizou a inflação, reduziu a taxa de juros, realizou algumas importantes reformas necessárias para a retomada da atividade econômica e conferiu um mínimo de racionalidade ao processo político. Tudo isso em menos de dois anos. É um feito, sob qualquer aspecto.
Mesmo assim, é seu governo, e o não o de Dilma, que é tratado como “herança maldita” na campanha eleitoral. Consolidou-se o discurso segundo o qual Temer resume, em si, o que há de pior no País, desde a corrupção até a cassação de “direitos sociais”, passando pelo desemprego e pela lenta retomada econômica – e tudo isso se traduz em uma impopularidade da ordem de 70%, inédita na história nacional. Enquanto isso, Dilma Rousseff aparece como favorita para ganhar uma das vagas ao Senado por Minas Gerais. 
Não se chega a tal situação sem uma estratégia muito bem pensada. Quando conquistou a Presidência, em 2003, Lula da Silva tratou logo de qualificar o governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, de “herança maldita”, malgrado o óbvio fato de que, não fosse a estabilidade da economia proporcionada pela administração de FHC, a agenda social lulopetista, que tantos votos ainda rende ao demiurgo petista, não sairia do papel. Mas esse embuste funcionou perfeitamente – tanto que os candidatos tucanos à Presidência depois de FHC trataram de se desvincular do ex-presidente, pois temiam perder votos.

Sem que se faça nesta campanha a denúncia da verdadeira herança maldita com a qual o Brasil tem de conviver desde que o PT alcançou o poder, permite-se que alguns candidatos alcancem bom desempenho nas pesquisas eleitorais oferecendo ao País as mesmas ideias estapafúrdias que fizeram do governo de Dilma o mais desastroso de nossa história recente. Esquecer o que Dilma fez – sob o patrocínio entusiasmado de Lula da Silva, o mesmo que, agora, promete fazer o Brasil “ser feliz de novo” – é condenar o País a um futuro sinistro.

















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"Eles querem lhe enganar!",

 por Carlos José Marques
Em plena reta final da campanha, com a indecisão dos eleitores granjeando o tabuleiro político, não existem ainda propostas consistentes e factíveis para um futuro governo. Você, caro leitor, sabe realmente o que cada um dos candidatos à Presidência vai fazer se porventura vier a sentar na cadeira de comando do Planalto a partir de janeiro próximo? Provavelmente não. E não sabe porque eles não disseram efetivamente ou desviaram a sua atenção com promessas vagas e inexequíveis. Sim, é razoável supor que muitos deles querem lhe enganar e acenar com o paraíso para conquistar o seu voto e nada mais. Esse filme já foi visto. Na eleição passada, Dilma Rousseff e a tropa petista venderam um festival de ilusões: luz barata, gasolina com tarifa congelada, inflação sob controle, empregos e renda subindo. Todo mundo depois pagou o preço de aceitar ser ludibriado. Deu no que deu. Por isso, qualquer desatenção agora pode ser fatal. Há no ar um festival de baboseiras para atrair os incautos. Ainda mais com a entrada em vigor do horário eleitoral gratuito na TV e os programas maquiados, repletos de jingles de motivação e mentiras a granel. Convence quem tem mais lábia, tiradas fáceis e saídas mirabolantes. No campo da fantasia, cada um dos postulantes escolhe à revelia as bandeiras marqueteiras como a tresloucada ideia de limpar o nome de 60 milhões de devedores do SPC em um passe de mágica. Não vai acontecer. Você sabe que não. Custaria perto de R$ 100 bilhões e o Orçamento Federal não comporta tamanho desatino. Nem negociando em parcelas, descontando aqui e acolá, somando a benevolência das instituições financeiras envolvidas. Pode esquecer. Fake news tripudiada nas redes sociais com uma montanha de memes.
Presidenciáveis se acham no direito de reduzir o anseio geral do povo a mero instrumento de manobra para alcançar seus próprios objetivos. Depois rasgam os compromissos firmados e jamais adotados. Esses ficam para as calendas. Sejamos realistas: não há, por exemplo, como falar em juros e câmbio controlados (a proposta está lá nas peças programáticas de certos presidenciáveis) sem que isso provoque um desarranjo geral e irresponsável da economia. É uma lorota pensar em tributar lucros e dividendos sem comprometer, seriamente, a capacidade de investimentos e da geração de empregos das empresas.
Uma coisa segue ligada a outra como numa equação direta e transitiva. Se o lucro for comprometido, os projetos de expansão e a abertura de novas vagas seguirão pelo mesmo destino, qual seja: o da penalização inevitável, na ponta do processo, da camada da população de baixa renda. Diz o ditado: “não existe almoço grátis”, como também não ocorrem soluções simplistas e redentoras. Um pouco mais de atenção a essas armadilhas dos postulantes pode evitar dissabores mais adiante. O País já se mostra desiludido, desenganado em demasia, para ser levado por novas gambiarras. O mais valioso mecanismo, a arma certeira, contra o atual estado de anarquia política é o voto, que deve ser usado com critério. De maneira calculada e cirúrgica. Nada de votos de protesto ou em branco, ou nulo. Se você não escolhe, outros o farão por você. E, se escolher mal, sentirá mais à frente as consequências.
Candidatos evitam neste momento tratar de medidas amargas, mesmo que vitais e inadiáveis. A Reforma da Previdência, por exemplo. Não há quem não fale em revisá-la. As contas públicas estão no limite da insolvência, o rombo do déficit não pára de crescer, a ameaça de calote nas pensões e benefícios é real e, mesmo assim, a maioria dos postulantes insiste em começar o projeto todo de novo, como se houvesse tempo hábil para tanto. Faltam responsabilidade e sinceridade de quem, neste momento de campanha e da busca ensandecida por simpatizantes, encara os desafios como meros erros do passado facilmente suplantáveis. Não é bem assim. A gravidade do quadro após anos de recessão está a exigir a escolha de um mandatário compromissado com a disciplina dos gastos públicos, o equilíbrio fiscal e o incremento do comércio exterior para ampliar fontes de recursos. Tarefa dificílima, para a qual não cabem platitudes e roteiros fantasiosos. Não se deixe enganar.
IstoE




















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"Dinheiro, tem. Mas acaba",

por Carlos Alberto Sardenberg
 O próximo presidente vai gastar muito dinheiro — algo em torno de R$ 1,4 trilhão. Essa espantosa despesa consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), já aprovada pelo Congresso, e que será a base do projeto de Orçamento federal para 2019 — o qual, aliás, será encaminhado amanhã ao Legislativo.
Olhando o dinheiro, muitos candidatos se encantam. E os candidatos liberais se encantam mais ainda quando verificam que a União dispõe de estatais e imóveis. Já pensaram? 
Vendem-se ativos, paga-se dívida e tome gastos sociais e investimentos.
Pura ilusão. O presidente vai mesmo gastar aquele trilhão e tanto, mas não vai decidir onde e como.
Começando pelo Orçamento, conforme os parâmetros da LDO. A maior parcela vai obrigatoriamente para benefícios do INSS, nada menos que R$ 635 bilhões. Depois, vem a folha de salários e encargos do funcionalismo, com R$ 322 bilhões. Em seguida, a conta de despesas sociais, como o benefício de prestação continuada. Mais R$ 225 bilhões. Somando essas três rubricas, já se foi a parcela de 83,5% do gasto total.
Há ainda despesas que podem ser remanejadas aqui e ali, mas têm que ser feitas, por determinação constitucional, em educação e saúde. Isso leva mais R$ 135 bilhões.
Tudo somado e subtraído, daquela espantosa cifra inicial sobra para o próximo presidente decidir onde gastar a mixaria de R$ 98 bilhões, algo como 7% da despesa total. E para todo o funcionamento da máquina e investimentos.
É verdade, que na parte das receitas, tem um dinheiro bom — R$ 303 bilhões — que são renúncias fiscais, ou dispensa do pagamento de impostos para diversos setores e empresas. É tentador: cancelem-se algumas isenções e aparecem mais alguns bilhões.
Verdade, mas as isenções não caíram do céu. Foram colocadas no Orçamento por lobbies políticos e econômicos bastante poderosos, que continuam todos por aí. Não será fácil eliminá-las, tudo dependendo de negociações no Congresso. Dirão: o presidente recém-eleito vem com muita força. Mas os deputados e senadores também estarão carregados de votos novos.
Deve-se notar ainda que todas as despesas previstas para 2019 na LDO registram aumentos em relação a este ano. Há, por exemplo, reajustes salariais para diversas categorias, inclusive para juízes. A conta de aposentadorias continua subindo.
Há candidatos falando em introduzir o orçamento de base zero. Significa eliminar todas as vinculações e regras obrigatórias. Bacana, mas depende de um amplo conjunto de emendas constitucionais e centenas de leis.
E o dinheiro das privatizações e imóveis? De fato, há estatais que valem dinheiro, como a Petrobras e o Banco do Brasil, não por acaso aquelas cuja venda tem mais restrição política, ideológica e de poderosas corporações.
E os imóveis? No balanço patrimonial da União aparece uma fortuna, pouco mais de R$ 1 trilhão, com a observação de que muitos imóveis podem estar subavaliados.
Todo governante novo — por novo entendendo-se aquele que nunca esteve no poder federal — começa com essa expectativa, de fazer caixa com a alienação de imóveis.
Mas quando se olha a coisa no detalhe, o quadro muda bastante. Nesse trilhão e tanto, encontram-se: parques, reservas, quartéis das Forças Armadas, prédios de repartições e escolas, os tais palácios, residências, como o Alvorada ou o Jaburu, e até estradas. É verdade que se poderia vender a luxuosa residência do vice-presidente, o Jaburu, já que o vice não faz nada, a não ser política ou politicagem. Mas quem o compraria? Daria um hotel? Sem condição.
Cita-se muito como um bom ativo o velho prédio do Ministério da Fazenda, no Centro do Rio. De novo, quem compraria um edifício deteriorado, precisando de reformas, num momento em que sobram prédios comerciais?
Todos admitem que há problemas nas contas públicas. Já é um avanço. O próximo passo é admitir que a crise fiscal é muito grave, urgente e, pois, sem soluções simples. Há dois pontos aqui: primeiro, o candidato entender o tamanho da encrenca; segundo, mostrar isso ao eleitorado e convencê-lo de que não há solução fácil.


O Globo




























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Enfrentar o ‘inevitável’,

por William Waack
O esforço de muitos analistas em traçar cenários pós-eleitorais tem trazido uma curiosa “mediana” de previsões, especialmente entre economistas que já viram de tudo (começando pelo Plano Cruzado). Cofres públicos vazios, dívida pública subindo e quebradeira geral dos Estados “inevitavelmente” levarão a reformas para lidar com a crise fiscal. Candidatos carimbados como “reformistas”, segundo essas previsões, farão mais rápido o necessário. Até mesmo os “populistas” agirão na direção “correta”, pois reconhecem a bomba fiscal.
A velocidade relativa com que uns e outros atacarão os gastos públicos permite até previsões numéricas. Assim, a eleição de um “reformista” sugere um dólar de R$ 3,40 no meio do ano que vem. Se for um populista, dólar de R$ 4,60. A taxa de inflação sob um “reformista” permaneceria em 4,5%; um “populista” a levaria para 8%. E assim por diante com juros e crescimento do PIB que, dependendo do otimismo quanto à recuperação do consumo das famílias, poderia até chegar a uns 3% já em 2019. 
Não critico economistas por raramente acertarem previsões; com jornalistas acontece o mesmo. O que sempre me fascina no raciocínio deles é a pouca margem que atribuem à estupidez humana na tomada de decisões – no caso do Brasil, não fazer nada relevante frente à questão fiscal (uma “não decisão” a cargo de humanos) equivale a uma das posturas mais estúpidas possíveis. E, a julgar pelo andar da carruagem político-eleitoral, até mesmo bastante provável.
Da mesma maneira, não posso criticar quem, confrontado com o cenário difuso e nebuloso do momento atual da corrida eleitoral, se apega a “inevitabilidades”, a coisas que “terão” de acontecer. É uma forma de tornar a imprevisibilidade menos imprevisível. E, também, em confiar que decisões coletivas claramente prejudiciais aos interesses de um país (especialmente de prazo mais dilatado) acabam sendo evitadas. Mas é bom considerar Brexit, Trump e o apoio popular à greve dos caminhoneiros. Não era para acontecer, mas aconteceu.
A ideia da “inevitabilidade” de um futuro risonho para um País com tantos recursos e tamanho é tão arraigada quanto a noção de que o tempo trabalharia a nosso favor. Ela mascara o fato (traduzido em estatísticas muito eloquentes) de que na comparação com economias mais avançadas estamos estagnados há mais de uma geração, e estamos ficando velhos. Populistas no Brasil e não só os de esquerda desenvolvem a ficção política de que o País foi feliz e bem sucedido em algum ponto do passado – no caso do PT, nos 13 anos que nos amaldiçoaram por muitos mais.
É a falta de compreensão do papel das pessoas e das ideias que elas abraçaram na confecção do desastre no qual fomos jogados que explica amplamente a popularidade de um criminoso condenado e cumprindo pena de prisão, chefe de um dos maiores esquemas de corrupção da recente história do planeta. A eleição dos governos do PT não era “inevitável” do ponto de vista histórico, nem a adoção de seus postulados desastrosos de economia inclusive por parte relevante do empresariado, interessado em protecionismo, subsídios e anabolizantes para o consumo.
A pergunta abrangente que me parece relevante neste ponto da corrida eleitoral é a de averiguar se há forças comprometidas com o rompimento da estagnação política e econômica atuais, não apenas na configuração tosca do “deixa que eu chuto”. Vai ser necessário enfrentar e derrotar parte do nosso jeito de ser – patrimonialismo, corporativismo e regionalismos – para libertar o que poderíamos ser: inovadores e criativos. Também acho que uma vitória de “reformistas” é menos pior para nosso futuro. Mas é pouco.

O Estado de S.Paulo



























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"Professor Unrat",

por J.R. Guzzo
A coluna Fatos, regularmente publicada nesta VEJA digital, também é cultura. Só de vez em quando, claro, e sempre em doses moderadas, pois artigos escritos por jornalistas raramente farão muito mal a alguém se ficarem nos limites da leitura ligeira. 
É o que será tentado nas linhas abaixo, levando-se em conta que certas obras de primeira classe podem ajudar na compreensão do presente ─ no caso, uma cena particular da aflitiva disputa eleitoral pela Presidência da República que está aí. 
Trata-se de comparar O Anjo Azul, um dos momentos mais festejados na história do cinema universal, e a inédita candidatura por default, como se diz no português de hoje, do professor Fernando Haddad. 
O filme, um símbolo pungente da Alemanha a caminho da catástrofe, lançado em 1930 e inspirado na obra de Heinrich Mann, narra a tragédia humana do professor Unrat ─ um impecável educador cuja vida entra em decadência e acaba em ruínas, na miséria, na sarjeta e na cadeia.
A desgraça de Unrat é o resultado de uma paixão alucinada por Lola-Lola, uma dançarina de cabaré, “O Anjo Azul”, que em dois anos de convívio destrói a sua reputação, suas finanças e o seu amor próprio. 
De homem respeitado e temido, ele se transforma num palhaço, serviçal de Lola e sua trupe de companheiros suspeitos, e desliza progressivamente para a humilhação, a loucura e a delinquência. 
Haddad, na sua atual aventura política, lembra o professor que liquida a sua honra a serviço de Lola-Lola. 
Anulou a própria personalidade, e assumiu publicamente o papel de pano de estopa de um ex-presidente da República que está na cadeia ─ e se mostra disposto a qualquer extremo para escapar à punição dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a que foi condenado. 
Haddad é o candidato do PT na vida real, pois o seu líder está impedido pela Lei da Ficha Limpa de disputar a eleição. Mas não pode dizer que é candidato enquanto o chefe não mandar ─ coisa que, nos seus cálculos, deve demorar o máximo possível de tempo para lhe render o máximo possível de lucro na vida pessoal.
Ninguém está dizendo aqui que a comparação é entre o caráter do professor Unrat e o caráter de Haddad. Unrat, no fundo, não era um homem bom, e tinha uma inclinação fatal para a vida torta. Haddad, ao contrário, manteve até agora uma postura de integridade, respeito às leis e boa educação em sua vida pública e pessoal ─ justamente o oposto do que tem sido há anos a conduta exibida pelo grande líder. 
Mas ao aceitar na frente de todo mundo o papel de objeto inanimado, sem vontade própria e disposto a tudo para servir aos interesses de um homem que pensa unicamente em si mesmo, Haddad está descendo ladeira abaixo, como no tango de Gardel. Tornou-se um cúmplice integral do grupo de arruaceiros que está no comando do partido. 
É o instrumento-chave da tentativa de sabotar a eleição com a farsa do “duplo cenário”, da litigação judiciária de má fé, da “intervenção da ONU”, da foto do não-candidato na urna eletrônica e tudo o mais que possa fraudar o processo eleitoral com a produção de desordem. 
Enfim, ao oferecer-se como voluntário para a posição de “poste”, está contribuindo diretamente para destruir o futuro de seu partido. Cuesta Abajoacaba mal, é claro, como a história do “Anjo Azul”. 
No tango, o homem apaixonado fala do amor de sua vida ─ que era como un sol de primavera, mi esperanza, mi pasión … 
Mas as ilusões terminam, e ahora, cuesta abajo en mi rodada, como diz, o amante lamenta ter acabado triste en la pendiente, solitário y ya vencido. O que lhe sobra é o sonho con el tiempo viejo que hoy lloro, y que nunca volvera. Está bom assim ou precisa mais, em matéria de tristeza? Está bom assim.

Veja




























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"A beleza da democracia",

por Ascânio Seleme
 Corrupto condenado, Dirceu está livre por decisão do ministro Toffoli e pode percorrer o país em noites de autógrafo e passar o Natal em família


Na terça-feira, recebi convite da Força Sindical para o lançamento da revista “1968 e os trabalhadores”, um documento produzido pelo Centro de Memória Sindical para iluminar o papel dos trabalhadores naquele ano de grandes transformações políticas e culturais em todo o mundo. O conteúdo da revista não será discutido aqui, embora possa até ser um bom registro histórico, já que se conhece muito mais o papel de estudantes e intelectuais em 68 do que o dos trabalhadores. O que chama atenção é o título da convocação da Força: “José Dirceu e Aldo Rebelo estarão presentes no lançamento da revista”.
Dirceu e Rebelo são apresentados no release respectivamente como ministro da Casa Civil do governo Lula e che fe da Casa Civil do governo de São Paulo. Rebelo assumiu em agosto a função na gestão do governador Márcio França, cujo nome não é citado no texto do e-mail. Dirceu ficou dois anos no governo Lula, até ser demitido no escândalo do mensalão. Isso também não é explicitado na convocatória. Tampouco é mencionado o fato de ele ter sido em seguida cassado de seu mandato de deputado federal e condenado pelo STF a sete anos de prisão por corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.
O texto da Força Sindical tampouco informa que o ex-ministro também foi condenado a outros 30 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito da Operação Lava-Jato. E que só está solto por força de liminar concedida pelo ministro do STF Dias Toffoli, advogado-geral da União no mesmo governo Lula do qual Dirceu participou. Dirceu, de acordo com o release, foi uma das fontes consultadas para a produção da revista sobre os trabalhadores porque “em 68 era uma grande liderança estudantil”.
O fato é que um homem condenado no total a quase 40 anos de prisão em dois casos muito graves de corrupção é um dos homenageados de uma central sindical que colocou o seu nome como chamariz da peça publicitária que convoca para o lançamento do documento histórico produzido por intelectuais afiliados ou simpatizantes. Em plena atividade política e social, o mesmo José Dirceu deu uma entrevista no começo da semana para o jornalista Eumano Silva, do portal Metrópoles, onde afirma que “o mensalão foi uma farsa, não existiu”.
Na entrevista em que fala sobre seu livro de memórias recém-lançado, Dirceu diz que o escreveu para sua filha de 8 anos e para as novas gerações. Ele afirma que fez um balanço de suas muitas vidas (de fato, esta característica dele é inquestionável) e que este primeiro volume conta sua história até 2006, ano em que foi denunciado no primeiro escândalo. Ele diz ainda que já tem material reunido para fazer o volume dois. Mas que só vai escrever no ano que vem, porque de agora até novembro percorrerá o Brasil em seções de lançamento do livro. “Depois tem o fim de ano, a família”. Quer dizer, Dirceu está certo de que, apesar de condenado a dezenas de anos de cadeia, seguirá sua vida normalmente.
Essa é a beleza da democracia brasileira. Enquanto um homem condenado por não importa qual crime estiver livre por força de mandado judicial, livre estará e nada se pode fazer contra isso. Pode-se tentar encarcerá-lo outra vez através dos mecanismos legais, dos foros apropriados. Fora disso, não, nada. Dirceu está livre por decisão do ministro Toffoli e pode percorrer o país em noites de autógrafo, participar de evento da Força Sindical e passar o Natal em família. Ponto.
Da mesma forma que Lula, preso por corrupção e lavagem de dinheiro em primeira e segunda instância, nesta por órgão colegiado, não pode ser candidato a presidente ou a qualquer outro cargo eletivo por força da Lei da Ficha Limpa. Mas aí, os mesmos que chamam Dirceu de guerreiro do povo brasileiro vão às ruas e fazem comícios defendendo que se desrespeite a lei e a Justiça, solte-se Lula e permita-se que ele seja o candidato do PT em outubro.
E essa é outra característica da beleza da democracia. A liberdade de expressão e de manifestação permite que qualquer um brade contra o juiz da Lava-Jato, contra os desembargadores do TRF-4, e contra os ministros do STJ e do STF. Mesmo que seja em vão.

O Globo








































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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

PERDEM FEIO PARA O BOLSONARO E QUEREM ORIENTAR A OPINIÃO PÚBLICA?

Percival Puggina
Ao assistir pelo YouTube a entrevista que os jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos haviam feito com o candidato Bolsonaro, tive a confirmação de só colher ganhos na decisão tomada, há muitos anos: não perder tempo com a TV Globo, suas novelas e telejornais.
Ser informado e ter a opinião conduzida por quem calça luvas de boxe para entrevistar o candidato e sai grogue do ringue não parece, mesmo, risco que se deva tomar.
Não sei se, como tem sido afirmado durante o dia, Bolsonaro saiu da entrevista eleito presidente. Já os dois entrevistadores e a emissora saíram menores do que começaram a noite. Erraram feio.
Erraram na estratégia, atacando pontos em relação aos quais o entrevistado estava mais do que preparado. Talvez se tenham julgado mais competentes e, por isso, foram buscar seus cartuchos no mesmo arsenal a que, em vão, colegas de outras emissoras haviam apelado. Erraram mais e com consequências piores porque Bolsonaro, desta feita, resolveu revidar e, enquanto este encaixou os golpes, a dupla, visivelmente, cambaleou.
Nada, porém, supera o desabono decorrente do uso irresponsável do poder da emissora. Em horário nobre, deixaram de lado real interesse público, os temas nacionais (sociais, econômicos e políticos), e investiram na tática marota de desacreditar o entrevistado para alcançar objetivo político.





















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PT quer Lula preso

Com Blog do Noblat, Veja
É questão de vida ou morte para o PT sem voto, que precisa em desespero eleger e reeleger deputados, senadores e governadores, que Lula continue preso. E que fique preso pelo menos até depois do segundo turno da eleição.

O ideal seria que ele fosse solto e pudesse ser candidato a presidente. Aí o PT iria para o céu. Mas soltá-lo agora, sem que possa concorrer, seria um desastre para o partido. Reduziria suas chances de se dar bem nas urnas.
Lula está cansado de saber disso. Mas como imagina que poderá – quem sabe? – eleger Fernando Haddad presidente, topou jogar o jogo. Por falta de escapatória, também. A eleição de Haddad seria o único passaporte de Lula para a liberdade a prazo curto.
Mais do que somente para a liberdade. Para ser beneficiado por um indulto presidencial. E para compartilhar o governo com Haddad. No limite, para que Haddad e a vice Manuela d’Ávilla renunciassem, forçando a convocação de nova eleição.
Quem seria então o candidato do PT a presidente? Adivinhe! Delírio tudo isso? Outro dia, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o alter ego de Lula, disse ao jornal Gazeta do Povo, do Paraná:
“Na campanha, vamos deixar claro para o povo o seguinte: votar no Haddad é votar no Lula. É o Lula quem vai governar. Vamos tirar o Lula da cadeia em algum momento. E vai sair direto para o Palácio do Planalto para governar junto com Haddad.”
Empenhada em proteger Lula do juiz Sérgio Moro que ameaçava prendê-lo à época, Dilma presidente nomeou-o chefe da Casa Civil, o segundo cargo mais importante do governo. A nomeação acabou abortada por ato do ministro Gilmar Mendes.
Haddad está conformado em servir a Lula na campanha como boca de aluguel. Quanto mais demorar para que o substitua como candidato, melhor para Haddad nos seus cálculos, mas muito melhor para o PT sem votos e “luladependente”.
– Estou aqui pra representar Lula e fazer chegar ao povo mineiro as propostas do Lula e reinstalar a República no país – afirmou, ontem, Haddad em uma entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Na vida real, o candidato será Haddad. Mas no mundo da fantasia do PT, os eleitores enxergarão Lula em Haddad. Enganá-los – esse é o objetivo. Para evitar que o PT colha uma nova derrota humilhante como a das eleições municipais de há dois anos.
















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"A farra dos sindicatos",

editorial do Estadão
A julgar pela grave denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o grupo político que passou a atuar no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a partir de 2016 - “sob influência do PTB e do SD” -, o órgão foi tomado por uma “organização criminosa” disposta a “fazer negociações ilícitas de registros sindicais”. O grupo é acusado de “vender” registros sindicais para entidades dispostas a pagar propina para escapar da “burocracia existente” na Secretaria de Relações do Trabalho.
“Os elementos probatórios reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades sindicais ingressam no esquema criminoso em razão da burocracia existente na Secretaria de Relações do Trabalho, que dificulta - e muitas vezes impede - a obtenção de registro àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida ilícita que lhes era exigida”, destacou a PGR.
Na denúncia de 91 páginas, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, detalha o funcionamento da suposta “organização criminosa”, dividida por ela em cinco “núcleos”, quatro dos quais são objeto da peça acusatória: “administrativo”, “sindical”, “político” e “captador”. No total, foram denunciadas 26 pessoas, incluindo o ex-ministro Helton Yomura, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, os deputados federais Jovair Arantes (PTB-GO), Cristiane Brasil (PTB-RJ), Paulinho da Força (SD-SP), Wilson Santiago Filho (PTB-PB) e Nelson Marquezelli (PTB-SP) e outros. São acusados de integrar o chamado “núcleo político”, que seria o núcleo responsável por “indicar e manter os integrantes do núcleo administrativo (que aceleravam a tramitação dos processos de registro) em suas funções comissionadas” no MTE.
A denúncia foi oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Edson Fachin, e baseou-se em provas colhidas no âmbito da Operação Registro Espúrio, além de informações e outras provas oferecidas por um ex-funcionário do MTE que celebrou um acordo de colaboração premiada com a PGR.
Hoje, o Brasil tem cerca de 17,2 mil sindicatos registrados, 70% representando interesses dos trabalhadores e os outros 30%, dos empregadores. São sindicatos demais, em número que desafia o bom senso. Só em 2006, durante o governo do ex-presidente Lula da Silva, o MTE autorizou o registro de 9.382 entidades sindicais, mais da metade do atual número. Ou seja, a farra dos sindicatos é um problema antigo e revela uma “cultura sindicalista” que, entre outras razões, parece destinada a absorver tantos recursos quanto possível, seja da União, seja dos trabalhadores.
Em 2016, antes, portanto, do início da vigência da Lei n.º 13.467/2017, que instituiu a chamada reforma trabalhista, os sindicatos de empregados e empregadores movimentaram, no total, cerca de R$ 3,5 bilhões. Desde novembro de 2017, quando a lei entrou em vigor, a arrecadação dos sindicatos vem caindo substancialmente com o fim do chamado imposto sindical, obrigando os sindicatos a adotar duros ajustes fiscais e a rever suas formas de atuação, antes amparadas por uma fonte inesgotável de recursos financeiros.
Foi esta torrente de dinheiro fácil que alimentou ao longo dos anos a proliferação dos sindicatos no País, muitos deles bem distantes da proteção dos interesses dos trabalhadores. Alguns foram transformados em apêndices de partidos políticos. Não foi por outra razão que o fim da contribuição sindical obrigatória - uma excrescência já no nome -, foi uma das inovações benfazejas trazidas pela Lei n.º 13.467/2017.
Em países como os Estados Unidos, França e Reino Unido, com grande tradição de lutas sindicais, há pouco mais do que uma centena de sindicatos. Na Argentina, são cerca de 90. Não é razoável supor que os números de categorias profissionais e interesses laborais a serem resguardados naqueles países são tão menores do que os que existem aqui. Caso seja recebida pelo STF, a denúncia oferecida pela PGR contra o grupo político acusado de delinquir no MTE poderá ajudar o País a entender a brutal discrepância.

















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