Roberto Rachewsky
Na Venezuela, o voto é feito numa urna eletrônica como aqui no Brasil. O eleitor se identifica e vota digitando no candidato de sua preferência.
O processo de votação tem uma etapa adicional que visa eliminar inconsistências através do que em informática se chama de “crítica”, a confrontação dos dados coletados pelo meio digital com o meio físico verificável materialmente pelo eleitor e por quem fará a auditoria confrontando o número total de votos processado na urna eletrônica com o número total de votos contidos na urna física.
Para que a “crítica” seja possível de ser feita, a urna eletrônica imprime em papel o voto feito pelo eleitor. Este poderá verificar o que foi impresso para então depositar o voto impresso na urna física que conterá todos os votos impressos daquela seção. Ao final da eleição, a contagem manual dos votos impressos deve ser feita para ver se ela “bate” com o resultado apurado pela urna eletrônica.
Sem a “crítica”, não é possível fazer a confrontação dos dados processados eletronicamente com o voto impresso, manuseado e confirmado pelo eleitor.
Na Venezuela, o ditador se negou a apresentar a ata com a “crítica” que confirma que o resultado é fruto do que o eleitor informou quando votou. Sem essa “crítica” é como a alegoria da caverna de Platão. Os eleitores vivem no escuro. Da realidade só veem as sombras que são explicadas por uma autoridade que diz tê-la visto como ninguém mais viu.
As eleições na Venezuela foram fraudadas? Devem ter sido, senão a “crítica” já teria aparecido.
PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/o-voto-e-a-caverna-de-platao/
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