Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Embaixador diz que, no governo Lula, as queimadas eram piores e a mídia não divulgava

José Carlos Werneck

   beija flor - foto Andrade Junior
Em Paris, o embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, afirmou em entrevista a um programa na TV France 24 que no mandato do ex-presidente Lula ocorreram incêndios muito mais graves na Amazônia, mas ninguém mencionou isso, porque Lula é o queridinho da Imprensa.
“Preciso dizer uma coisa muito importante: em 2005, aconteceu a mesma coisa, aliás, pior. Você pode ir aos arquivos para ver, mas o presidente era Lula, queridinho da imprensa, então ninguém saiu espalhando o que estava ocorrendo na floresta. Ninguém disse que era culpa do Lula”, disse o embaixador.
NA CALIFÓRNIA – Segundo ele, as pessoas tampouco responsabilizaram o ex-presidente americano, Barack Obama, pelos incêndios na Califórnia. Perguntado pela entrevistadora, se então isso seria só uma coisa da imprensa, afirmou:
“Claro, Bolsonaro derrotou a esquerda com 58 milhões de eleitores que eram contra Lula e seu partido. Mas a esquerda não admite perder eleições no Brasil.”
Ele disse também que a imprensa estrangeira está tentando acabar com a reputação do Brasil e do presidente Jair Bolsonaro no exterior. porque o país é muito competitivo no setor agrícola.
CONSULTAS – O Ministério das Relações Exteriores cogita em chamar à Brasília, o embaixador brasileiro em Paris, para consultas, o que em diplomacia demonstraria a insatisfação do Governo brasileiro com as declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, consideradas ofensivas.
Na entrevista, o embaixador declarou, igualmente, não acreditar que o acordo UE Mercosul será desfeito, porque a Europa está dividida: “Temos de um lado França e Irlanda, e, de outro, a Alemanha, que quer ratificar o acordo”.
Na quinta-feira , Macron convocou, por meio das redes sociais, os países membros do G7 a discutirem a série de queimadas na floresta amazônica e classificou os incêndios criminosos de uma crise internacional.
FOTO ANTIGA – “Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão do nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está em chamas”, ressaltou Macron, que reproduziu junto ao texto uma foto da mata em chamas que tem pelo menos 15 anos, o que levou o presidente brasileiro a acusá-lo de ser ‘sensacionalista’.
As fotos, divulgadas pelo presidente da França, para criticar seu colega brasileiro, são de um fotógrafo que morreu em 2003 .
“A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século 21”, afirmou, em resposta, Jair Bolsonaro no Twitter.
GANHOS POLÍTICOS – “Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais.”
Os desentendimentos entre os dois presidentes se acirraram desde que o brasileiro ameaçou deixar o Acordo de Paris sobre o Clima e o Macron reagiu prometendo barrar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.

Mas a tendência é que o radicalismo das partes em luta se dilua, no decorrer, nas próximas semanas e uma aposta que isso venha a ocorrer é o anunciado isolamento de Emmanuel Macron pelo G7 e a notícia que a chanceler alemã, Angela Merkel, vai telefonar para o presidente Jair Bolsonaro, no decorrer da próxima semana.



















extraídaderota2014blogspot

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