Raquel Brugnera jornal da cidade
foto Andrade Junior
Não há um processo de fritura do Ministro Sérgio Moro dentro do governo, o que há é um processo midiático de tentativa descolamento do nome de Moro ao nome de Jair Bolsonaro.
Possivelmente porque a chapa dos sonhos da direita brasileira começa a ganhar força política para 2022 e a mídia precisou intervir porque nem a esquerda, nem o centrão, nem os liberais econômicos estavam gostando de ver a campanha antecipada.
O ministro Moro já havia reclamado que o Coaf estava desassistido dentro da pasta da economia e Paulo Guedes admitiu que não conseguia dar a devida atenção ao órgão, então Bolsonaro transferiu o COAF para o Banco Central, mudou o nome para Unidade de Inteligência Financeira e alguns nomes que haviam sido sugeridos por Sérgio Moro, também foram mudados para readequar à nova casa.
A notícia dessas exonerações foi usada para reforçar a “crise” entre ambos, mas é preciso considerar que o próprio Sérgio Moro já havia reclamado da atuação do órgão, além de haver uma declaração do diretor de sua confiança, reclamando que Dias Toffoli “aceitou um pedido de Flávio Bolsonaro para barrar todas as investigações com dados do COAF”, o que não é verdade.
Dias Toffoli simplesmente aproveitou o pedido de explicação de Flávio quanto à exposição de seus dados (inclusive dados errados admitidos pelo MP), com intuito de barrar todas as investigações do país, incluindo das esposas dos membros do STF.
Demonstrou nesta declaração que estava mais alinhado à mídia tendenciosa do que à verdade dos fatos, foi necessária a exoneração de um agente do governo que não foi capaz de compreender a jogada do STF.
Outro ponto que está sendo usado na fabricação da crise entre Bolsonaro e Sérgio Moro, é a saída do ministro dos holofotes.
Mas quem acompanha a estratégia do governo já percebeu que logo depois de um ataque, onde há desgaste da imagem dos ministros, eles saem do foco, nem que para isso o presidente tenha que chamar para si a atenção da mídia raivosa. Isso já aconteceu com a Ministra Damares Alves e com os Ministros Paulo Guedes e Abraham Weintraub.
Enquanto os ministros trabalham duro com suas equipes nos bastidores, alguém entra na mira da imprensa para mantê-los entretidos.
Longe dos noticiários, Moro se debruçou no texto da Lei do Abuso de Autoridade, que passou na Câmara na última semana e caberá a ele assinalar quais parágrafos devem ser vetados. Como previsto, não será o texto como um todo e sim, trechos polêmicos como o uso de algemas e a punição de agentes da justiça.
Mas independentemente do esforço da mídia em convencer os mais inocentes de que há crise entre Bolsonaro e Moro, a dobradinha entre os dois era - e continuará sendo - o fantasma atrás da cortina para a oposição, já que ambos têm o apoio incondicional da direita conservadora.
Por isso insistirão na crise entre o Presidente e o Ministro, justamente para enfraquecer a onda de apoiadores que já os veem como Presidente e Vice.
extraídaderota2014blogspot
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