Paulo Silva Pinto, Poder360
Qu Yuhui, ministro conselheiro da Embaixada da China em Brasília, criticou nesta 6ª feira (23.ago) o posicionamento de países europeus sobre as queimadas na Amazônia. “Qualquer crítica a outro governo tem de ser cautelosa”, disse ele em entrevista a jornalistas.
Perguntado se considerava uma violação da soberania brasileira nos moldes das críticas que têm sido feitas ao governo chinês pela atuação nos protestos em Hong Kong, Qu disse que sim.
O tema central da entrevista era a situação na cidade chinesa que tem 1 sistema político especial, e na qual os protestos têm se intensificado nas últimas semanas. O governo chinês se queixa de críticas à atuação da política. Aproximadamente 400 pessoas foram presas, a maior parte de forma temporária.
O diplomata disse que “a crise ambiental brasileira é fabricada”. Ressalvou que estava falando por ele mesmo, pois não há posição oficial do país sobre o tema.
“A política ambiental do governo brasileiro tem sido consistente. O país é 1 dos mais rigorosos do mundo, se não for o mais rigoroso, nas exigências ambientais. As empresas chinesas que estão aqui atestam isso”, afirmou.
Disse também que as preocupações do governo brasileiro ao se opor à interferência externa na área são justificadas. “É legítimo o governo brasileiro manter a integridade territorial”, disse.
Qu está no Brasil há 5 anos. Mas trabalhou aqui também no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A política ambiental dos 2 governos é muito semelhante, ainda que ideologicamente sejam diferentes”, afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro irá à China em outubro. Em novembro, o chinês Xi Jinping virá para o Brasil, na cúpula do BRICS, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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