por Carlos I. S. Azambuja.
Sempre que se refere a qualquer membro do Partido, ele é esterilizado psicologicamente e tirada sua individualidade. É convertido no kamarada ou quadro.
Não é por acidente que o ser humano está ausente dos escritos dos comunistas. O indivíduo não tem cabimento na teoria e no programa dos partidos comunistas. A ideologia só se interessa pelo homem como membro de uma classe e, no que se refere ao programa, os indivíduos são manejados como massa.
Na medida em que o indivíduo siga sendo ele mesmo, diz-se que está animado por esperanças e interesses pessoais; é sensível às dúvidas e ao otimismo; é capaz de ser tocado pelo mistério da vida; é imprevisível e capaz de ater-se às suas próprias opiniões.
As mesmas qualidades que fazem dele um indivíduo o desqualificam para os fins partidários. Tende demasiado a não ser facilmente convencido, a mostrar-se cético, a aborrecer-se pelas reiteradas abstrações próprias da ideologia comunista, a duvidar do método, a manter uma opinião ainda mesmo depois de ter sido convertido alinha partidária e a simpatizar ou antipatizar com seus semelhantes sem permissão do Comitê Central. Em conseqüência, não é confiável. Necessita ser desenvolvido e integrado à massa, a fim de que o Partido cumpra sua missão histórica.
De conformidade com a doutrina comunista, todos os aspectos do ser humano que não se prestem à sua politização são burgueses.
*Historiador
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O texto acima foi transcrito de um dos capítulos do livro "A Hidra Vermelha", editado em 1985, e reeditado em 2016 por um grupo de amigos.
extraídadepuggina.org
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