O
Tribunal de Contas da União adiou por mais uma semana o exame do caso
de Graça Foster. Ela pertencia à diretoria da Petrobras quando se fez a
compra da refinaria de Pasadena, e, como é evidente, não existe nenhuma
razão para outros diretores da empresa, à época, estarem com seus bens
indisponíveis, e ela não. O governo opera freneticamente nos bastidores
para evitar que essa decisão seja tomada.
A situação
dela piorou bastante. Reportagem publicada pelo Globo (ver post
anterior) mostra que tanto Graça como Nestor Cerveró — o então diretor
apontado pela própria Dilma Rousseff como o principal responsável pela
operação desastrosa — transferiram bens pessoais para familiares em meio
ao imbróglio de Pasadena. Qualquer advogado apenas mediano sabia que a
apuração do caso poderia resultar em bloqueio de bens, fosse em razão do
processo do TCU, fosse em razão de uma ação por improbidade
administrativa.
Vou aqui
emitir uma opinião que não é nova sobre um assunto que é ainda mais
velho. É evidente que Graça Foster perdeu a condição de presidir a maior
empresa do país, mormente porque de economia mista, embora seu controle
esteja com o estado brasileiro.
Ficou
evidente, isto é inquestionável, que Graça fez parte da turma que se
organizou para fraudar a legitimidade da CPI da Petrobras no Senado.
Sim, a comissão era governista até o osso, mas isso não justifica a
conspirata que frauda a própria democracia. A reunião que veio a
público, como se sabe, foi realizada na antessala da presidente da
Petrobras.
Atenção!
Um inquérito da Polícia Federal investiga se Graça prestou informações
falsas ao Senado sobre a compra de Pasadena e sobre contratos que a
empresa de seu marido mantém com a Petrobras. Um novo inquérito deve ser
aberto para apurar a ação organizada para fraudar a CPI. E ela será uma
das investigadas.
Resta a
pergunta óbvia: alguém nessa situação pode presidir a maior empresa do
país? A resposta é “não”. Só o episódio da CPI deveria bastar. Ainda que
Graça seja honestíssima no que concerne a enfiar ou não a mão no
dinheiro público, resta a máxima: a mulher de César tem de ser honesta e
tem de parecer honesta.
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