#eu apóio Rodrigo Delmasso deputado distrital 19123
Quando o navio começa a afundar, os ratos
logo se mandam. Lembrei disso ao ler que Romero Jucá, líder do governo no
Senado nas gestões de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, mudou
de lado e já prega abertamente voto em Aécio Neves contra
a presidente e, por consequência, contra o presidente do seu PMDB e candidato
a vice-presidente na chapa, Michel Temer. Não que Jucá se pareça com um rato,
mas apenas pelo efeito debandada, que fique claro…
Ignorando um pouco quem disse e prestando mais atenção em o que foi dito, o discurso merece atenção. Cada vez
mais gente reconhece publicamente aquilo que alguns poucos analistas
independentes diziam desde o começo: o governo Dilma flerta com o modelo
bolivariano de tal forma que assusta qualquer democrata legítimo – e até os
ilegítimos fisiológicos!
“Fui
líder do FHC, líder do Lula e líder no começo do governo da Dilma, mas sou
economista. Vou dizer a vocês com muita sinceridade: do jeito que o governo
tá tocando a economia não voto no PT, não voto na Dilma”, disse. “A
gente tinha duas opções de voto: era o Aécio e o Eduardo. Hoje perdemos uma.
Não quero influenciar ninguém, mas eu vou falar meu voto. Eu vou votar no
Aécio”, afirmou.
[...]
Para
Jucá, é preciso diferenciar os governos Lula e Dilma. “Lula fazia, ou faz, um
discurso social, às vezes quase socialista, na divisão de renda, nos
predicados que buscam igualdade, mas a prática dele é capitalista.”
“No
governo da Dilma, essa linha deu uma guinada. E por que essa linha deu uma
guinada? Porque a Dilma tem um discurso socialista e a prática dela é
socialista. Você tem um governo ideológico na forma de comandar a economia. E
ideologia, centralização, estatização não combina com o capitalismo. Isso dá
certo na Albânia, no Cazaquistão, em alguns lugares onde a visão é outra”,
criticou.
Lula não era um capitalista, tampouco era tão diferente de Dilma
assim. Tinha menos arrogância na área econômica, e teve o bom senso de
colocar Palocci e Meirelles para tocarem as políticas econômicas. Mas não
vamos esquecer que Guido Mantega foi apontado por Lula, e que o modelo
nacional-desenvolvimentista teve começo em sua gestão também.
Cabe perguntar: por onde Jucá andou nos últimos 12 anos? Não viu
as constantes tentativas de controle da imprensa por parte do PT? Não viu o
que o partido fez com o Mercosul, transformando-o em um antro de bravatas
antiamericanas e uma camisa de força ideológica? Não viu todo o carinho de
Lula para com Chávez? Nada disso e muito mais?
Está certo que nunca é tarde demais para acordar, e antes tarde
do que nunca. Saramago, o escritor português, rompeu com Fidel Castro quando
três intelectuais foram presos pelo “crime” de opinião. Fantástico! Uma
crítica de peso ao nefasto regime cubano. Só acho estranho ter ignorado
décadas de escravidão e massacre da população inocente. Onde estava Saramago
quando 15 mil cubanos morriam por discordar do socialismo?
Enfim, não vou reclamar se mais aliados do PT fizerem como Jucá.
Ao contrário: vou aplaudir, mesmo que desconfiado dos motivos para um
despertar tão tardio. Não importa. Agora é hora de impedir o golpe
bolivariano custe o que custar. Não vou julgar as intenções no momento. Todo
apoio é necessário e bem-vindo. Ou alguém acha o modelo venezuelano um bom
destino para o Brasil?
Rodrigo
Constantino
0 comments:
Postar um comentário