As
pias escorrem água pelo chão, os sanitários apresentam deterioração, as
camas constituem verdadeiras torturas para os que estão para fechar os
olhos para sempre.
A maioria da população já não acredita no conto de que Cuba é uma potência médica. Creia-me, amigo leitor, a saúde em Cuba está de pernas para o ar.
O Sistema de Saúde Pública cubano atravessa um momento crítico. A realidade assalta cada hospital onde os enfermos se chocam com a triste realidade de não receber uma atenção médica adequada.
Embora
se diga que a assistência médica em Cuba é gratuita, há meses que se
divulga o custo das consultas, check-ups e internações em hospitais. A
Saúde Pública cubana se privatiza, por baixo dos panos.
A
corrupção impera. Os médicos especialistas, após consultar pacientes,
recebem tantos “presentes” que não podem carregá-los sem ajuda, isso sem
contabilizar o dinheiro em espécie que levam em seus bolsos. As
cirurgias estéticas e implantes bucais não se realizam se os pacientes
não soltam a grana.
O
doutor Márquez, à frente de implantes bucais no Hospital Arnaldo Milián
de Villa Clara, é um exemplo vivo. Lá, embora te realizem uma revisão e
preencham tremenda papelada, não realizam o implante se o dinheiro não
está na frente. Com muita sorte te convertes em bucha de canhão para
aprendizes estrangeiros que trazem os materiais e vêm praticar em Cuba.
Missões no exteriorA desmedida exportação de trabalhadores da saúde para o exterior é a causa de falta de pessoal médico. No encerramento de 2012, mais de 31 mil trabalhadores da saúde cubana estavam em terras venezuelanas, negócio redondo para o governo que paga um mísero salário aos “cooperantes”, como chamam os médicos e enfermeiras no exterior.
Para
sair para trabalhar no exterior, se não tens uma mão amiga “acima”,
quer dizer, nas direções estaduais e nacionais do ramo, tens que
subornar, em sua grande maioria, aos que outorgam a saída.
A
corrupção dos dirigentes converteu-se em uma máfia organizada. O
pessoal aspirante a trabalhar no exterior deve ser liberado
primeiramente por diretores do centro trabalhista, quer seja hospital ou
policlínica. Daí para cima, pelos diretores municipais ou estaduais de
saúde. Existem casos que só o ministro do ramo autoriza.
"Senhor Dinheiro” sempre joga seu papel. Comenta-se que uma “missão” equivale a comissões entre 300 e 500 CUC [1],
ou algum eletrodoméstico de qualidade como computador, tv de tela
plana, segundo o que prefiram os que têm a chave da saída. As missões
para a África são mais caras do que as da América Latina. Lá pagam
melhor. Não se deve esquecer que existem os requisitos indispensáveis:ser confiável politicamente e passar no filtro da Segurança do Estado que é quem dá a última palavra.
O Arnaldo Milián Castro por dentroSegundo
dados oficiais, o Ministério de Saúde Pública em Cuba conta com uns 800
grupos de trabalho para resgatar o programa do Médico da Família que
conta com mais de 11.500 consultórios médicos. A maioria em um estado
crítico da edificação e com carências de pessoal e material.
Em
Santa Clara, anúncios de publicidade alardeiam a qualidade dos centros
de saúde. Os posters são chamativos e até estimulam a visitar os locais.
Só que ao chegar se choca com outra realidade.
Após
percorrer o Hospital Arnaldo Milián de Castro de Villa Clara, o
resultado assusta. Na sala de cuidados intensivos, onde internam
pacientes com etiqueta de morte, as condições são apavorantes. Chamam a
sala de “o matadouro”.
Quatro
cubículos com cinco camas cada um, sem ar condicionado - há mais de um
ano. O único desfibrilador, com defeitos técnicos. Até os ventiladores
brilham por sua ausência. Só um monitor (cardíaco) corre de um paciente
para outro. Tiram-no do que ainda o necessita para outro que está pior.
As
pias escorrem água pelo chão, os sanitários apresentam deterioração, as
camas constituem verdadeiras torturas para os que estão para fechar os
olhos para sempre.
Este exemplo mostra que o sistema de Saúde Pública em Cuba está muito longe de ser o que foi um dia. A maioria da população já não acredita no conto de que Cuba é uma potência médica. Creia-me, amigo leitor, a saúde em Cuba está de pernas para o ar.Comentário muito pertinente de uma leitora cubana ao artigo acima:
Tenho
que comentar que há seis anos nasceu meu sobrinho no Hospital de Villa
Clara. Eu viajei imediatamente para lá e conto-lhes que as condições são
deprimentes, o banheiro é um asco, há um tanque todo oxidado para lixo e
a água suja das toalhas sanitárias ensangüentadas das mães que davam à
luz escorre pelo mesmo, já que está com o fundo furado.
As BARATAS correm por todos os lados. Na verdade tivemos muita sorte de sair dali com nosso bebê bem. De qual saúde fala o país? Em lugar de estar feliz pela chegada do bebê, eu estava desmaiando, tinha que descer e caminhar umas quadras para ir a um banheiro em um “Rápido”.
As BARATAS correm por todos os lados. Na verdade tivemos muita sorte de sair dali com nosso bebê bem. De qual saúde fala o país? Em lugar de estar feliz pela chegada do bebê, eu estava desmaiando, tinha que descer e caminhar umas quadras para ir a um banheiro em um “Rápido”.
Há
alguns meses viajei com minha filha pequena de 2 anos que adoeceu,
tinha febre e falta de ar e levei-a imediatamente ao pediátrico que tem
em Marianao. Quando cheguei, me disseram que tinha que ir a outra sala
para que a atendessem porque os médicos de plantão não podiam atendê-la
(em nenhum momento lhe mediram a temperatura), a menina estava chorando e
eu também...
Subimos e descemos pelos elevadores porque as grades estavam fechadas, subimos escadas e eu desesperada com minha filha. Quando chegamos ao suposto lugar, resulta que era a sala para estrangeiros, que tinha que pagar a consulta de 30 CUC e o medicamento também em CUC.
Obviamente minha paciência chegou ao fim disse-lhe que ia denunciá-los, que eu sou cubana e que tenho os mesmos direitos que os que estavam no atendimento do plantão. Comecei a reclamar e então, depois que um doutor imbecil me deu um sermão, me passaram e a atenderam. A verdade é desesperadora. A nós que vivemos no estrangeiro NÃO nos dão o dinheiro, trabalhamos muito talvez mais que os doutorzinhos que estão sentadinhos lá esperando que lhes chegues com um presente ou lhes pague por isso, e porque não me deu na telha NÃO lhes paguei nem um centavo. Espero não passar por essa situação outra vez. Agora trato de levar o remédio de minha filha e curá-la em casa.
Subimos e descemos pelos elevadores porque as grades estavam fechadas, subimos escadas e eu desesperada com minha filha. Quando chegamos ao suposto lugar, resulta que era a sala para estrangeiros, que tinha que pagar a consulta de 30 CUC e o medicamento também em CUC.
Obviamente minha paciência chegou ao fim disse-lhe que ia denunciá-los, que eu sou cubana e que tenho os mesmos direitos que os que estavam no atendimento do plantão. Comecei a reclamar e então, depois que um doutor imbecil me deu um sermão, me passaram e a atenderam. A verdade é desesperadora. A nós que vivemos no estrangeiro NÃO nos dão o dinheiro, trabalhamos muito talvez mais que os doutorzinhos que estão sentadinhos lá esperando que lhes chegues com um presente ou lhes pague por isso, e porque não me deu na telha NÃO lhes paguei nem um centavo. Espero não passar por essa situação outra vez. Agora trato de levar o remédio de minha filha e curá-la em casa.
Nota da tradutora:[1]
Em Cuba, desde 1994 existem dois tipos de moeda que só têm valor dentro
da ilha: os Pesos Cubanos, de valor inferior e que se usam nos
mercados, feiras, farmácias etc., e os CUC (Peso Cubano Convertível) que
se usam nos hotéis, lojas, hospitais, tudo o que somente o estrangeiro
tem acesso. 1 dólar custa, em valores estimados em 25 de agosto de 2013,
data em que este artigo foi publicado, 0,96749 CUC. Se a pessoa quer
trocar dólares em espécie por CUC, sofre um acréscimo de 10%.
Tomando-se como base estes valores, cuja fonte é do próprio Banco Central Cubano, e tomando-se a conversão do dólar ao real na base de R$ 2,40, temos que 300 CUC equivalem a R$ 698,40 ou se 500 CUC, R$ 1.164,00, que é o valor máximo que cada médico cubano receberá no Brasil, através da ditadura castrista, por sua participação no programa “Mais Médicos”.
Tradução: Graça Salgueiro
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