“Só podia ser mulher” é bastante comum de se
ouvir quando uma mulher faz alguma “cagada” no trânsito. Enquanto nós
homens podemos nos livrar de qualquer embaraço na direção com uma
desculpa esfarrapada, as damas que circulam por aí desapegadas da
lataria costumam rodar sob a estigma da inabilidade. Mas será que ser
homem é realmente sinônimo de vocação para o volante?
Bem,
em parte sim. Uma pesquisa publicada pelo jornal científico Sex Roles
revelou que os sexos apresentam mesmo diferenças na hora de dirigir um
carro. Porém, a descoberta mais surpreendente é que, ao lembrar do
estereótipo do cara que sempre pilota a caranga como mulher nenhuma, os
homens passam a conduzir melhor.
Os
pesquisadores concluíram que enquanto eles são melhores que elas, em
média, no uso de sinais geométricos para navegar, ambos os sexos são
igualmente bons ao dirigir usando pontos de referência. “Mesmo quando
não há contrastes ligados ao sexo (como no caso do ponto de referência),
este estereótipo genérico pode melhorar o desempenho”, afirma o
pesquisador Harriet Rosenthal, da Universidade de Durham, no Reino
Unido.
Segundo Rosenthal, o clichê de que os
homens são melhores na direção que as mulheres não leva em conta o tipo
de instruções recomendadas. Os testes realizados por sua equipe
mostraram que a lembrança do estereótipo afetou a navegação masculina
tanto por pontos de referência quanto a geométrica -- cujas variações
provam o “molejo” extra na condução dos homens.
No entanto, para os cientistas não é novidade que
os estereótipos podem alterar a maneira como uma pessoa lida com seu
cotidiano. De acordo com eles, ser lembrado de um estereótipo negativo
-- como por exemplo, “as garotas são ruins em matemática” -- pode gerar
muita tensão no grupo estereotipado. Um bom exemplo disso é que as
mulheres que vivem numa cultura desigual são mais propensas à
incapacidade de visualizar mentalmente objetos em rotação -- um
ostensivo “talento masculino” -- do que as que vivem em sociedades
igualitárias. Por outro lado, quando o estereótipo atribui qualidade em
uma tarefa específica, o efeito é exatamente o oposto. Conclusão: em vez
de aporrinhar a sua gata porque ela ralou o parachoque, que tal
investir algumas horas lhe ensinando alguns macetes?
0 comments:
Postar um comentário