Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FAZER DE CONTA

Em tempos de crise e de intranquilidade social por causas diversas, a CONFAMIL houve por bem convidar a Família Militar a fazer algumas divagações que o nosso imaginário possa exortar, como forma de construir uma base de apoio confiável, para tentar entender esse mar encapelado por tantas conturbações. Vamos exercitar a nossa memória criativa para ver se conseguimos chegar a um estímulo comparativo utilizando o recurso do FAZER DE CONTA sobre questões que afligem a todos nós e que, por razões desconhecidas, carecem de uma vontade politica capaz de solucioná-las, de modo a entender a realidade em que vivemos.
Assim sendo, vamos FAZER DE CONTA que temos um governo que se interessa pelo povo como seres desejosos de viverem com dignidade e não como meros vassalos do Estado; vamos FAZER DE CONTA que não existe corrupção dos agentes públicos na apropriação de recursos públicos para fins pessoais em detrimento do povo para o atendimento de suas necessidades básicas; vamos FAZER DE CONTA que a probidade administrativa é uma constante nas administrações nos níveis municipal, estadual e federal; vamos FAZER DE CONTA que a infraestrutura do País está em tão perfeito estado de conservação que a produção circula livremente pelo País; vamos FAZER DE CONTA que o sistema educacional é perfeito, sendo o foco principal da atenção do executivo para erradicar o analfabetismo; vamos FAZER DE CONTA que o sistema de segurança pública é tão eficaz que qualquer cidadão pode circular livremente pelas ruas a qualquer hora do dia ou da noite sem risco de assaltos; vamos FAZER DE CONTA que o sistema de saúde pública funciona com eficiência e eficácia e que nenhum cidadão corre o risco de a ele recorrer e não ser atendido; vamos FAZER DE CONTA que a justiça social é de tal forma atendida que não existe qualquer movimento reivindicatório por melhores salários e adequadas condições de trabalho; vamos FAZER DE CONTA que existe uma politica salarial adequada para todas as categorias profissionais, inclusive para os servidores do Estado que os permita viver com dignidade; vamos FAZER DE CONTA que existe uma política de reaparelhamento das FFAA para que estas cumpram com eficiência e eficácia suas funções constitucionais; vamos FAZER DE CONTA que a Comissão da Verdade deixou de ter razão de existir por não haver sentido a sua vigência ante a impossibilidade de agir com isenção na apuração dos fatos passados que se dispôs a examinar; vamos FAZER DE CONTA que essa mesma Comissão se volte para tratar de assuntos realmente importantes em termos de direitos humanos, não servindo unicamente como fonte arrecadadora de recursos para remuneração  de terceiros mais interessados em serem ressarcidos à custa da descoberta de eventuais restos humanos; vamos FAZER DE CONTA que a justiça decidiu reorientar sua linha original de conduta no sentido de defender os ricos contra os pobres para agir com isenção em seus julgamentos independentemente da posição social das partes envolvidas num processo; vamos FAZER DE CONTA que os chefes militares decidiram agir em defesa dos militares em atividade e inativos exigindo o respeito e a dignidade que lhes são devidos pelo exercício de sua profissão e integral dedicação ao serviço do País; vamos FAZER DE CONTA que existe uma politica econômica que prioriza  o beneficio ao cidadão e não ao Estado; vamos FAZER DE CONTA que foi sepultado em definitivo o conceito de partido único para governar o Pais. E assim sucessivamente para tantas e intermináveis questões igualmente preocupantes. Poderíamos divagar muito mais nessa nossa proposta de sonhar sem limites, pois as suposições feitas nos conduz a uma sedutora UTOPIA dificilmente realizável. Mas estaríamos incorrendo num erro grave de vir a sofrer muito mais quando voltássemos à realidade do que vivenciamos em nosso País. PESADELO seria a palavra que mais se coaduna com esse momento que, esperamos, seja o mais breve possível, uma vez que tudo na vida é cíclico e segue uma espiral ascendente em torno de um eixo evolutivo (Pietro Ubaldi), e nada pode impedir que essa evolução continue indefinidamente. Da mesma maneira com que enfrentamos esse PESADELO que está encerrando o seu ciclo evolutivo, sublimado pelo exacerbado egoísmo dos dias de hoje, a nova espiral ascendente, evoluirá em um nível mais elevado, isso significando um novo avanço pautado na maneira de pensar das pessoas. É irremediável que todo esse processo danoso porque estamos passando se desmorone em razão de seus próprios erros. Contudo, é preciso não perdermos o foco sobre a necessidade de colaborar no sentido de abreviar o término desse PESADELO. Waldemar da Mouta Campello Filho Capitão-de-Mar-e-Guerra Presidente da CONFAMIL Coordenador do Sistema CONFAMIL.

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