Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Quem vive de emendas não se emenda. Nem se recomenda.

   Percival Puggina


      Os porta-vozes do lulopetismo apregoarem que os péssimos resultados das eleições municipais nada têm a ver com o pleito nacional de 2026 é razão mais do que suficiente para entendermos o contrário. O grupo político que governa o país de modo cada vez menos compreensível nunca diz o que pensa. Sempre que se manifesta, conta uma narrativa montada em laboratório. Quando seus líderes afirmam: “Esses números de agora nada representam para 2026”, estão, na verdade, contando contos para burros tontos.

Mesmo com a força das redes sociais drasticamente reduzida pelas canetas do poder e pelo esquerdismo voluntário das plataformas, a maior força política brasileira não é a direita, mas o antipetismo onde a direita se inclui. É ele que agrega a direita e boa parte do centro do arco ideológico. Não estou falando do Centrão, esse grupo de siglas ocas e balofas que envergonham a simples ideia sobre o que seja partido político. Verdadeiras colchas de retalhos, elas parecem caleidoscópios sensíveis aos interesses de cada dia. São uma conversa contínua e nada meritória entre meios e fins. Corrijo-me: sobre meios sem fim. Quem vive de emendas não se emenda nem se recomenda.

Quando falo do centro do arco ideológico, penso principalmente nos cidadãos que sabem o que não querem (a esquerda, seus métodos e objetivos), mas não receberam informação suficiente e fundamentada sobre os meios para livrar o Brasil de seus males atuais. Por isso, dediquei um quarto de século de minha atividade partidária aqui no Rio Grande do Sul à formação de lideranças jovens que hoje exercem papel relevante na vida municipal, estadual e nacional. Partido que não faça isso é cartório, clube, lojinha. Tudo, menos partido político. Fora da vida partidária desde 2013, cuido disso sempre que sento para escrever.

O antipetismo está em posição amplamente favorável para 2026 porque os dois primeiros anos do lulismo foram abundantes para reforçar sua rejeição pelos eleitores que, como admitiu Lula penitente – “ganham mais de dois salários mínimos e não querem mais votar na gente”. Até hoje, foi amplo o mostruário dos defeitos.

De um lado: incapacidade administrativa, uso sistemático dos recursos dos cidadãos para comprar apoio parlamentar, arcabouço fiscal perdulário para gastar dinheiro que não existe, perda de poder aquisitivo dos salários, aparelhamento da administração pública.

De outro, a máquina petista apoia e celebra a complacência do Congresso perante os já longos anos de sujeição da sociedade à crescente juristocracia e à perda de direitos fundamentais, censura, prisões políticas e exílio.

De outro ainda, foram anos de nanismo à dimensão internacional do Brasil, com persistentes apoios ao terrorismo, ditaduras, antissemitismo e à escória da política mundial.

Chavões e xingamentos, incongruências e narrativas, políticas de cancelamento da divergência e autolouvações já não resolvem o problema da esquerda.











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