escreve Ana Paula Henkel Ronald Reagan e o papa João Paulo II, duas figuras de origens tão diferentes, encontraram um terreno comum em sua feroz oposição ao comunismo
Com tantas notícias ruins no Brasil todos os dias, tantos desmandos por parte de ministros do Supremo Tribunal Federal, tanto desrespeito à nossa Constituição e, pior, o Brasil de Lula de mãos dadas com terroristas e financiadores de terroristas, não é difícil desanimar. Apesar de sermos profissionais da imprensa e termos que lidar com uma avalanche de informações diariamente, acredite, a desesperança também chega para nós, jornalistas.
E como o destino às vezes percebe que precisamos de um pouco de esperança, no último sábado, 12 de outubro, visitando um dos lugares mais incríveis da Califórnia — a Fundação Ronald Reagan —, recebi uma injeção de ânimo, perspectiva e fé, muita fé. A fundação, chamada oficialmente de Ronald Reagan Library, majestosa no topo de uma colina em Simi Valley, é muito mais do que um simples repositório de história — é um tributo vivo ao homem que moldou grande parte do final do século 20.
Conforme você se aproxima do local, a vista ampla dos vales ao redor cria uma sensação de tranquilidade. Mas, uma vez lá dentro, você é imediatamente envolvido pelo pulso da história que vibra em cada corredor. Caminhar pela fundação é como adentrar os momentos que definiram o legado de Ronald Reagan. O meticulosamente preservado Air Force One, que levou Reagan em jornadas cruciais, ergue-se como um testemunho do poder e da responsabilidade da presidência da nação mais poderosa do planeta. Cada exposição conta uma história — do humor de Reagan, de sua determinação, sua fé e sua crença inabalável na liberdade. Crença desafiada incontáveis vezes como presidente e até mesmo antes de chegar à Casa Branca
Mas a fundação não é apenas um arquivo das realizações de Reagan; é um espaço que respira o otimismo que ele encarnava — tão necessário nos dias de hoje. Você sente isso nas cartas trocadas entre Reagan e líderes mundiais, nos objetos pessoais que mostram sua humanidade e nos discursos que ainda ecoam com o poder de suas convicções. Conforme se percorre as galerias, torna-se evidente que esse lugar não é apenas sobre o passado. Ele é um lembrete da coragem necessária para liderar com princípios em tempos de incerteza — como agora — e da luta duradoura pela liberdade contra forças que sempre voltam e insistem em extingui-la. Uma feroz oposição ao comunismo Um dos relacionamentos mais significativos capturados na vasta coleção é o de Ronald Reagan e o papa João Paulo II. Essas duas figuras, de origens tão diferentes, encontraram um terreno comum em sua feroz oposição ao comunismo.
Eles não eram apenas aliados políticos, mas homens de profunda fé, impulsionados por uma missão compartilhada de desmantelar os regimes opressores que escravizaram milhões sob a bandeira do totalitarismo ateu. Ambos escaparam por pouco de tentativas de assassinato em 1981, uma experiência que solidificou ainda mais seu vínculo e a crença de que foram poupados para um propósito maior.
Seus encontros privados, muitas vezes envoltos em segredo, não eram apenas compromissos diplomáticos — eram conversas sobre a própria alma da humanidade. Reagan e João Paulo II enxergavam o mundo com clareza moral, onde a liberdade era um presente de Deus, e nenhum governo tinha o direito de tirá-la. Juntos, desempenharam um papel crucial no apoio ao movimento Solidariedade na Polônia, que se tornou um farol de esperança para a eventual queda da Cortina de Ferro. Em uma das impressionantes galerias, a amizade entre eles é imortalizada, não apenas nas histórias contadas, mas na sensação palpável de que seus esforços combinados ajudaram a mudar o rumo da história.
\A admiração de Reagan pelo papa ia além da estratégia política. Ele via em João Paulo II um líder espiritual cuja coragem inspirou milhões a se levantarem contra a tirania. Ambos acreditavam na santidade da vida humana e na importância da liderança moral em um mundo onde o mal não podia ser ignorado ou apaziguado. Na verdade, antes de ser eleito, ainda durante o planejamento de sua campanha, Reagan viu em João Paulo um dos maiores aliados para uma de suas maiores lutas de toda a sua vida — a queda do comunismo.
O potencial de Hollywood Quando Reagan era apenas um ator, e durante seu mandato como presidente do Screen Actors Guild (SAG), de 1947 a 1952, ele se tornou profundamente consciente da ameaça representada pelo comunismo em Hollywood. Em uma época em que a União Soviética buscava infiltrar e influenciar a indústria cinematográfica americana, Reagan reconheceu o potencial de Hollywood como uma poderosa ferramenta de propaganda e trabalhou diligentemente para expor a influência comunista dentro da comunidade de entretenimento, defendendo medidas para proteger a indústria contra elementos subversivos.
A liderança de Reagan durante esse período demonstrou seu compromisso em proteger os valores e a livre expressão americanos, estabelecendo as bases para sua futura carreira política e sua postura firme, como presidente, contra o comunismo. A luta de João Paulo II contra o comunismo era antiga, uma vez que sua querida Polônia havia ficado nas garras dos soviéticos depois da Segunda Guerra Mundial. E na próxima terça-feira, 22 de outubro, o mundo se lembrará, mais uma vez, das marcas deixadas por esse incrível homem e verdadeiro servo de Deus na Terra.
Foi em 22 de outubro de 1978 que milhões ao redor do globo testemunharam um momento de profunda importância com a eleição do cardeal Karol Wojtyła como papa João Paulo II, marcando o início de uma nova era para a Igreja Católica e a esperança para aqueles atrás da Cortina de Ferro. Sendo o primeiro papa polonês e o primeiro fora da Itália em mais de quatro séculos, sua eleição ressoou profundamente no coração de seus compatriotas, acendendo uma centelha de esperança em uma nação havia muito oprimida pelo comunismo. A voz desse humilde pastor tornou-se um grito de liberdade, desafiando audaciosamente o regime totalitário que buscava suprimir a dignidade humana e a fé.
Naquele dia histórico, o mundo sentiu o pulso da mudança; a eleição de João Paulo II não foi apenas um momento no tempo, mas um poderoso testemunho da resiliência do espírito humano, iluminando o caminho para um futuro de real esperança. E hoje, nas colinas da Califórnia, a Fundação Reagan se ergue como um poderoso símbolo dessa visão compartilhada — uma visão que entrelaçou fé, liberdade e a convicção de que o futuro poderia ser melhor se as pessoas de boa vontade se unissem contra a opressão. Assim como as palavras do papa mobilizaram os fiéis na Europa Oriental, a postura ousada de Reagan contra a União Soviética mobilizou uma nação e o mundo.
13 de maio
Curiosamente, minha mais recente visita à fundação se deu no dia em que celebramos Nossa Senhora Aparecida no Brasil. Para João Paulo II, a aparição de Nossa Senhora, em 1917, previu o sofrimento da humanidade sob o comunismo. Quando o papa quase morreu no atentado de 13 de maio de 1981, a mesma data em que Nossa Senhora apareceu em Fátima, ele não viu isso como uma coincidência. Ele acreditava firmemente que foi a mão da Virgem que desviou a bala assassina, e esse milagre não só reforçou sua fé, mas também confirmou seu papel como um instrumento divino na batalha contra o mal do comunismo.
Ronald Reagan, por outro lado, veio de um contexto protestante. Ele não tinha a devoção católica à Virgem Maria, mas a sua fé inabalável em Deus e o seu senso de destino o prepararam para compreender o poder desses eventos. Quando se encontrou com João Paulo II, algo mais profundo do que as palavras políticas foi trocado entre eles. Reagan, que havia sobrevivido a uma tentativa de assassinato apenas seis semanas antes do ataque ao papa, acreditava que ele também tinha sido poupado por um propósito maior.
E esse propósito, como ele e o papa acreditavam, era trabalhar juntos para pôr fim ao comunismo, que eles viam como um mal moral. Foi nesse espaço espiritual, entre a fé católica de João Paulo II e o entendimento protestante de Reagan, que surgiu algo extraordinário. Apesar de não ser católico, Reagan compreendeu o significado da Virgem Maria para João Paulo II — um símbolo de proteção, de força e de esperança. E, de certa forma, essa compreensão o transformou.
Ele passou a ver que a fé que movia o papa também tocava a sua própria vida e missão. Talvez o gesto mais comovente que demonstra essa transformação tenha sido o desejo de Reagan, compartilhado com Nancy, sua mulher, de que a canção Ave Maria fosse cantada em seu funeral. Para um protestante, esse pedido era muito mais do que uma escolha musical; era uma profunda homenagem à Mãe de Cristo, reconhecendo seu papel espiritual, tão caro ao papa e a milhões de católicos. Reagan, ao fazer essa escolha, mostrou ao mundo que a fé transcende barreiras. Ele se conectou a algo maior, a uma espiritualidade que uniu sua vida à de João Paulo II de forma inquebrável.
. A história entre Ronald Reagan e o Papa João Paulo II é mais do que uma aliança política contra o comunismo; é uma história de fé compartilhada, de destino, e de uma profunda crença no poder do divino. Para João Paulo II, as aparições de Nossa Senhora em 1917, que previram o sofrimento da humanidade sob o comunismo e o triunfo do Sagrado Coração de Maria, marcaram sua vida. Ronald Reagan, por outro lado, veio de um contexto protestante. Ele não tinha a devoção católica à Virgem Maria, mas a sua fé inabalável em Deus e o seu senso de Watch on Instagram View more on Instagram o prepararam para compreender o poder desses eventos.
Quando se encontrou com João Paulo II, algo mais profundo do que as palavras políticas foi trocado entre eles. Foi nesse espaço espiritual, entre a fé católica de João Paulo II e o entendimento protestante de Reagan, que surgiu algo extraordinário. Apesar de não ser católico, Reagan compreendeu o significado da Virgem Maria para João Paulo II - um símbolo de proteção, de força e de esperança. Talvez o gesto mais comovente que demonstra essa transformação foi o desejo de Reagan, compartilhado com Nancy, de que a canção “Ave Maria” fosse cantada em seu funeral. Para um protestante, esse pedido era muito mais do que uma escolha musical; era uma profunda homenagem à Mãe de Cristo, reconhecendo seu papel espiritual, tão caro ao Papa e a milhões de católicos.
Quando ouvimos “Ave Maria” nos últimos momentos da despedida de Ronald Reagan, não ouvimos apenas uma canção. Ouvimos o eco de uma amizade forjada na fé de uma missão compartilhada e de uma crença comum de que Deus, através de seus mensageiros e de seu amor, estava guiando o curso da história para algo maior. Reagan, ao fazer essa escolha, mostrou ao mundo que a fé transcende barreiras.
Ele se conectou a algo maior, a uma espiritualidade que uniu sua vida à de João Paulo II de forma inquebrável. Fiquem com o tenor irlandês Ronan Tynan cantando Ave Maria no funeral de Reagan – e tentem não se emocionar. Neste 12 de Outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, dizemos: SALVE, RAINHA!❤️ . View all 336 comments Add a comment...
Assim, quando ouvimos Ave Maria nos últimos momentos da despedida de Ronald Reagan, não ouvimos apenas uma canção, mas o eco de uma amizade forjada em fé, de uma missão compartilhada e de uma crença comum de que Deus, por meio de seus mensageiros e de seu amor, estava guiando o curso da história para algo maior. Foi uma despedida que selou para sempre a aliança espiritual entre um presidente protestante e um papa católico, ambos imbuídos de um mesmo sentido de destino.
Precisamos resgatar esses valores. Só esse tipo de força nos sustentará diante das árduas tempestades que estamos atravessando.
Ana Paula Henkel, Revista Oeste
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