Robson Bonin, Veja
Com a reforma da Previdência praticamente encaminhada na Câmara, um movimento de Jair Bolsonaro tem sido lembrado por alguns parlamentares, que o classificam como o grande “xeque-mate” na banda fisiológica do Congresso, o lance que fez a diferença nessa “nova” — nem tão nova assim, é verdade — relação com o Legislativo.
Bolsonaro, com toda a sua aparente desorganização na política, jogou a responsabilidade do jogo para o Parlamento. Quando o presidente deixa claro que não vai liberar nacos de poder e fazer o feirão de ministérios em troca de apoio, e que, se as pautas não andarem, será culpa exclusiva do Congresso, que renuncia ao seu papel para chantagear o Executivo, a única saída é todo mundo trabalhar.
É essa clareza sobre a falta de disposição do Planalto de interferir na pauta do Congresso que fez a turma de Rodrigo Maia, a ala com alguma responsabilidade, trabalhar sem esperar pelo Executivo. Afinal, na avaliação de alguns parlamentares, se a política no Legislativo não fizer a sua parte, ninguém fará por ela. E o país irá para o buraco.
Hélio Negão, um dos deputados mais próximos do presidente, confirma que a coisa é feita de caso pensado: “O Bolsonaro não vai influenciar aqui dentro da Câmara. Os últimos presidentes que tentaram, foram para a Papuda. É melhor que cada poder faça seu trabalho sem cobrar nada em troca”.
Ao evitar controlar o Parlamento, como Lula, Dilma e Temer tentaram fazer com sucesso ou não, Bolsonaro corre o risco de dar poder ao Congresso simpático a processos de impeachment. Para equilibrar essa balança é que o presidente tem buscado as ruas. Ele sabe que enquanto desfrutar de popularidade, a banda fisiológica do Parlamento, ainda que ferida, pensará duas vezes em revidar
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