Jornalista Andrade Junior

domingo, 24 de fevereiro de 2019

"Traição",

 por Miranda Sá

“Assim como há uma Rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, Rua Traidores da Pátria. ” (Nelson Rodrigues)
Quando o machismo e o sexísmo se juntam, atrapalham qualquer pesquisa sobre “traição”, que é confundida com adultério… Para a palavra traição o doutor Google traz, entre dez referências, nove sobre deslealdade conjugal e/ou entre amantes.
Este verbete que dicionarizado é um substantivo feminino de etimologia latina “traditione (la) ” – entrega -, e tem uma vasta sinonímia a qual se acrescentam outras dezenas para o verbo “Trair”, e para “Traidor”, aquele (a) que trai.
A traição pelo adultério é por demais estudado na Psicologia e explorado na literatura. Psicólogos apontam uma imensa diversidade de fatores que levam à infidelidade, desde questões culturais até por vingança contra o parceiro (a) traidor (a).
Homero e Shakespeare trouxeram nas suas obras Ilíada e Otelo, referências ao adultério, e o nosso Machado de Assis deixou-nos o caso antológico de Bentinho e Capitu no romance “Dom Casmurro”. Jorge Amado politizou a traição levando-a para a quadrilha dos Capitães de Areia, que tinham por princípio a expulsão do bando de quem o traísse.
No cinema, foi alvo de muita polêmica em 1948, o filme “O Traidor”, baseado em livro homônimo de Humphrey Slater. A fita nada acrescentou à arte cinematográfica e a discussão prendeu-se à atuação do ator Robert Taylor, que fez o papel de um oficial britânico espionando para URSS. Diziam que atuou como espião para se livrar de perseguição do macarthismo.
A expressão mais odienta da traição é justamente a deslealdade para com a Pátria, como ocorreu com o traidor da Inconfidência Mineira, Joaquim Silvério dos Reis, que entregou os seus companheiros conjurados em troca do perdão de suas dívidas pela Coroa.
Na lei militar, traição é o crime de deslealdade de um cidadão à sua Pátria. Em tempo de guerra, se uma pessoa que coopera com o inimigo (colaboracionismo), é considerado um traidor e condenado à morte.
Durante as guerras, são sempre descobertos atos de espionagem típicos de traição, e ficou na Primeira Grande Guerra o exemplo bombástico da dançarina holandesa Mata Hari, celebre pela sua sensualidade e descoberta como agente dupla para alemães e franceses, sendo fuzilada por traição.
Também famosa é a expressão “quinta coluna”, referindo-se a traidor da Pátria: Surgiu na Guerra Civil Espanhola, no ataque de Franco à Madri com quatro colunas as quais o seu lugar tenente, general Queipo de Llano, acrescentou a quinta, pois encontraria na cidade apoio encoberto de um grupo de inimigos da República.
No Brasil dos nossos dias, a traição nacional é transparente. Partidos “de esquerda” apoiam abertamente, em notas oficiais, a ditadura sanguinária de Maduro, da Venezuela, ficando contra o governo brasileiro. E o chefe do PT, criminoso e preso Lula da Silva, recebeu dinheiro do ditador líbio Muamar Khadaffi para campanha eleitoral, segundo denúncia do ex-ministro António Palocci.
Este comportamento é crime previsto pela Constituição, que é rasgada por juízes nomeados para preserva-la, atentando contra a harmonia dos poderes republicanos. Agora mesmo usurpam a função de legislar do Congresso, cometendo uma traição à República.
… E temos também uma quinta-coluna atuando contra a necessária, fundamental e urgente reforma da Previdência. Conspiradores contra o futuro do País juntam-se a corporativistas, pelegos sindicais e agitadores da extrema esquerda psolista, para sabotar as propostas que garantirão as futuras aposentadorias. É o “quanto pior melhor” atravessando a Rua dos Traidores da Pátria…







EXTRAÍDADEBLOGDOMIRANDA

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