Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

"É preciso reprimir a lavagem de dinheiro no sistema financeiro",

editorial de O Globo

Deputados do Partido Nacional uruguaio denunciaram à Justiça negócios obscuros entre o governo do Uruguai e a cleptocracia ditatorial da Venezuela comandada por Nicolás Maduro.
Rodrigo Goñi e Gonzalo Mujica solicitaram uma investigação sobre a origem de mais de US$ 50 milhões depositados na filial uruguaia do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (Bandes), instituição financeira estatal venezuelana. Esses fundos teriam sido remetidos “por gente vinculada a Maduro”.
Goñi é da centro-direita e Mujica, um ex-integrante da Frente Ampla de esquerda que governa o país. A oposição uruguaia tem reclamado, também, investigações sobre as conexões comerciais entre familiares do presidente Tabaré Vázquez e a ditadura da Venezuela. Há duas semanas, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, divulgou a suspeita sobre uma transferência superior a US$ 1 bilhão, via Bandes e Montevidéu.
São muitos os indícios de que a cleptocracia venezuelana tem usado o circuito financeiro de países como Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Nicarágua, Honduras, El Salvador, República Dominicana, Bolívia, Turquia, China, Espanha e Estados Unidos, entre outros, para lavar lucros de negócios ilícitos que abrangem desde importações de alimento até o narcotráfico. A Justiça americana registra lavagem de até US$ 1 bilhão, confessada pelo ex-chefe do Tesouro venezuelano, Alejandro Andrade, preso na Flórida.
Na vizinha Argentina existem duas dezenas de inquéritos em curso mostrando que o desvio de capitais venezuelanos irrigou a contabilidade paralela de aliados políticos e empresas durante os governos do casal Néstor e Cristina Kirchner. Não se conhecem dados sobre a lavagem dos petrodólares venezuelanos no Brasil.
Porém, são muitas as provas judiciais disponíveis sobre os vínculos de corrupção do condomínio civil-militar de Caracas com empresas brasileiras, a exemplo da Odebrecht, em negócios subsidiados por recursos públicos administrados por instituições como o BNDES.
Levará tempo para que sejam desveladas as conexões criminosas da cleptocracia venezuelana com pessoas, empresas e governos, sobretudo na América do Sul.
O que já se conhece sugere urgência no empenho dos governos para reforçar mecanismos de cooperação contra a lavagem de dinheiro no sistema financeiro regional.
A dimensão da ameaça e o risco de contaminação justificam a bandeira vermelha.










extraídaderota2014blogspot

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