Jussara Soares, O Globo
— Um presidente não tem autoridade de fazer reforma política, cada parlamentar vota de acordo com seu interesse. O que eu pretendo fazer, tenho conversado com o Parlamento também, é fazer uma excelente reforma política para acabar com instituto da reeleição, que no caso começa comigo se eu for eleito, e diminuir um pouco, 15% ou 20%, a quantidade de parlamentares - disse Bolsonaro.
Em entrevista a jornalistas na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, onde tem gravado seus programas eleitorais, o candidato também sinalizou que pode manter quadros da administração Michel Temer (MDB) em um eventual governo. Ele, no entanto, se recusou a citar nomes.
Questionado se o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, será mantido no cargo, como vem sendo especulado, Bolsonaro foi evasivo:
- Eu não sei se (Goldfajn) vai ser mantido. O que está dando certo tem que continuar. Não vou dizer que tudo está errado no governo Temer - disse, afirmando que a queda do dólar teria relação mais com a eleição do que com a atuação direta do presidente do Banco Central. - O dólar caiu muito mais por pesquisa do que por ação dele.
O presidenciável afirmou que o nome para o Banco Central será decidido junto com o seu consultor para a área econômica, Paulo Guedes. Ele ainda atacou seu adversário Fernando Haddad (PT) por se consultar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.
— Não (tenho um nome para o Banco Central), isso eu converso com o Paulo Guedes. Eu prefiro conversar com ele do que outro candidato conversar com o presidiário - atacou.
Bolsonaro disse que o astronauta Marcos Pontes, capitão da Aeronáutica, deve anunciado para a pasta da Ciência e Tecnologia de seu eventual governo:
— Vem o quarto ministro aí, mais um militar. É o coronel da aeronáutica Marcos Pontes. (Está) Quase confirmado - afirmou, adiantando que a proposta é separar a Ciência de Tecnologia da área de Comunicações, atualmente juntas em um mesmo ministério sob comando de Gilberto Kassab (PSD).
Neste sábado, Bolsonaro gravou entrevistas para emissoras de televisão do Nordeste, onde a campanha vai concentrar esforçar na última semana antes da votação.
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