Jornalista Andrade Junior

sábado, 3 de agosto de 2024

A abertura das Olimpíadas e o contexto

 Roberto Rachewsky 


Eu não tenho nada contra “drag queens“. Até já fui a um ou dois shows da “drag queen” mais famosa do Brasil, Rogéria, ali na Galeria Alaska, na av. Nossa Senhora de Copacabana, no Rio de Janeiro. O ideal de liberdade permite que cada um use seu direito de agir como bem entende, necessariamente, sem violar o mesmo direito dos outros.

As Olimpíadas surgiram na Grécia Clássica. A exaltação do corpo são, esbelto, forte, não tinha nada de hedonismo exibicionista; era um exercício virtuoso que honrava a capacidade humana de atingir todo seu potencial. Era o reconhecimento do esforço, da disciplina, da superação própria ou competitiva, com base na justiça materializada através dos louros que os melhores, mais rápidos, mais fortes, mais resistentes recebiam por serem vencedores sob critérios objetivos.

A questão a que temos que responder quando vemos esse espetáculo onde se exibem”drag queens”, de gosto e comportamento duvidoso, não é o que temos contra a cultura pop, pós-moderna, mas sim: o que os promotores das Olimpíadas têm contra o ideal clássico do real, do belo, do harmônico, do ser contextualmente perfeito, como é representado por cada um dos grandes esportistas que participam das Olimpíadas?

Gosto é subjetivo. Cada um pode ter sua preferência estética. No entanto, no contexto de uma Olimpíada, a estética é real, objetiva, não pode estar sujeita às percepções ideológicas que visam a corromper e anular o espírito olímpico.

Ver shows de “drag queens” em Paris é possível, porém, circunscrito a um contexto apropriado. Para quem quiser se divertir assistindo a espetáculos dessa natureza, há inúmeros lugares para ir: Chez Michou, La Nouvelle Eve ou no Madame Arthur.

Como dizem os franceses: “Chacun à sa place“. Em bom português: “Cada macaco no seu galho”. O que seria um espetáculo divertido se transformou em uma ode ao mau gosto, um desrespeito. Não um desrespeito à religião como alguns compraram. A abertura pós-modernista, kitsch, das Olimpíadas foi um desrespeito ao contexto, ao ideal humanista clássico, uma agressão contra o espírito olímpico que foi destituído de sua identidade.

Honte à toi“, Monsieur Thomas Jolly. Criatividade não significa destruir o contexto, mas torná-lo sublimemente verdadeiro, belo, ideal, de acordo com os princípios que fazem parte da natureza do ser, sem entrar em contradição.










PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/a-abertura-das-olimpiadas-e-o-contexto/

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