Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 25 de junho de 2024

A INSUPORTÁVEL LIBERDADE ALHEIA

 GILBERTOSIMÕESPIRES/PONTOCRITICO


SEM FELICIDADE

Antes de tudo, para que fique bem claro, não me faz nem um pouco feliz escrever -repetidamente- editoriais contendo comentários ou críticas sobre SITUAÇÕES, PROPOSTAS e/ou DECISÕES EQUIVOCADAS, algumas até CRIMINOSAS, que vem sendo tomadas com preocupante frequência por diversos integrantes dos PODERES DA REPÚBLICA (??), notadamente pelos SUPERMINISTROS DA SUPREMA CORTE.

LIBERDADE ALHEIA

Mais do que sabido por todos os leitores, as minhas opiniões têm como base 1- a LIBERDADE DE PENSAMENTO; e, 2- o uso constante da LÓGICA DE RACIOCÍNIO, coisas que, a bem da verdade absoluta, passaram a ser fartamente condenadas e repudiadas por simpatizantes do comunismo que, de forma inquestionável, não suportam a LIBERDADE ALHEIA.  

CENSURA

Pois, por incrível que possa parecer, quem efetivamente está combatendo, com unhas e dentes, a LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DE PENSAMENTO ALHEIA, são os -PROFISSIONAIS- QUE ATUAM NAS EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO. Para esses, os AMADORES, que se utilizam das REDES SOCIAIS para postar NOTÍCIAS, INFORMAÇÕES, OPINIÕES, etc., precisam ser BANIDOS DO SISTEMA. Para tanto defendem a REGULAÇÃO DAS MÍDIAS SOCIAIS, que soa e ressoa, em todos os cantos do mundo, como pura CENSURA. 

RESERVA DE MERCADO

Pois, em defesa da clara PERDA DE ESPAÇO DA MÍDIA formada por -PROFISSIONAIS-, que passou as ser paulatinamente OCUPADA pelas MÍDIAS SOCIAIS, formadas por -comunicadores AMADORES-, para minha SURPRESA o presidente emérito do Grupo RBS, Jaime Sirotsky, em entrevista publicada na ZH de ontem, defendeu a REGULAÇÃO DAS MÍDIAS SOCIAIS. No fundo, no fundo, Jaime quer que o governo imponha uma -RESERVA DE MERCADO-, do tipo que possa garantir o futuro da sua empresa de comunicação. Pode? 

COMENTÁRIOS A RESPEITO

No seu blog, o atento jornalista Políbio Braga postou: -Jaime Sirotsky saiu do seu tradicional silêncio obsequioso para falar sobre seu jornal, sobre a imprensa e a respeito da liberdade de expressão, com ênfase para as redes sociais. Jayme, associado ao seu irmão Maurício, compraram Zero Hora no início do regime militar, pouco depois que o jornal mudou de nome da noite para o dia, 4 de maio de 1964, abandonando a roupagem do esquerdista Última Hora. Ele sempre foi DEFENSOR DA AUTORREGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE JORNALÍSTICA, como conta na entrevista, mas, agora, acha que o JORNALISMO DIGITAL, com ênfase para as redes sociais, precisa ser CENSURADO ("Regulamentados", como diz ele e o pessoal da esquerda e do STF). 

O que o presidente emérito da RBS não reconhece publicamente, é que o tipo de jornalismo tradicional que o grupo faz, não possui mais o monopólio da informação e da verdade, atacado que é pelo livre ambiente das redes sociais. Mais: ignora que pontos fora da curva possuem sanções brutais e disponíveis nos âmbitos da Constituição, dos Códigos Civil, Processo Civil, Penal e Processo Penal, sem contar o Marco Civil da Internet e a Lei de Proteção de Dados. 

VERDADES (IN)CONVENIENTES    

Já o pensador e advogado Pedro Lagomarcino postou um texto com o título -VERDADES (IN)CONVENIENTES- que diz o seguinte:  

-Eu sempre tive náuseas do comportamento social de Sartre. Mas, como uma única frase dele tenho de concordar:
" Odeio vítimas que respeitam os seus carrascos ".
Equivoca-se, e muito, Jaime Sirotsky ao dizer que " é indispensável a regulação das mídias sociais ".
Esse argumento coloca em xeque a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão.
Mais, faz de ambas verdadeiros capachos para as botas dos carrascos que irão exterminá-las num horizonte não muito distante, com os excessos de regulação. Aliás, e que já fazem da sociedade e dos cidadãos reféns de suas próprias consciências, impondo-lhes o medo da perseguição e o silêncio.
A excessiva regulação das redes sociais que objetiva o Projeto das Fake News é eivada de interesses escusos e objetiva promover desenfreado e tirânico controle social, criminalizado condutas.
Referido Projeto, se virar Lei, será utilizada, conforme o governo da ocasião, como instrumento de perseguição de desafetos políticos e de pessoas (físicas ou jurídicas) que querem mudar o "status quo" mediante o exercício das garantias constitucionais, leia-se, direitos fundamentais, de poder livremente se expressar e de noticiar os fatos, sem as amarras das pomposas contribuições que recebem dos governos que as financiam, para que disseminem uma visão de mundo panglossiana, querendo proliferar uma escala fordista de ingenuidade, como se todos fôssemos Cândidos.
Há algo ainda mais preocupante, o que seja, a afirmação de que " uma sociedade cria seus regulamentos por meio dos instrumentos que legalizam a Constituição ".
Respeitosamente, é exatamente o oposto que deve ocorrer.
Uma sociedade só pode criar regulamentos a partir da Constituição. É ela que valida ou não as regulamentações criadas.
Se o contrário fosse possível, não bastasse a trágica realidade imposta pelos que têm dever constitucional de serem os guardiões da Constituição, viveríamos num estado de anomia e barbárie, porque cada um se acharia no direito de criar o regulamento que melhor lhe favorece, para moldar a Constituição que quer que exista. E assim, a Constituição se tornaria então um ciborgue, formado de regulamentos isolados e autóctones, os quais teriam vida própria.
Verdade seja dita, a sociedade brasileira está imersa em um pântano de veículos tradicionais, no qual empresas de comunicação pregam uma ética volátil que tem por hábito suavizar a verdade dos fatos e não raras vezes mudar abruptamente a linha editorial conforme o aumento do aporte da cota de publicidade oficial que recebem dos governos eleitos.
E neste pântano encontram-se quatro flores de lótus, senão quatro bastiões da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão: a Revista Oeste, o Programa + Brasil (de Júlio Ribeiro), Agora (de Guilherme Baumhardt) e Ponto Crítico (de Gilberto Simões Pires). Nestes Programas, tenho certeza absoluta: o telefone não toca pedindo que "rolem cabeças" dos que verdadeiramente defendem a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão, para que venham a preterir noticiar os fatos e preferir as versões.
Aliás, e se toca, tenho certeza absoluta que logo em instantes emudece, digamos assim, para economizar o tempo de quem liga e, em especial, o de quem atende a ligação.


























PUBLICADAEMhttps://pontocritico.com/artigo/a-insuportavel-liberdade-alheia

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