Jornal da Cidade
Agências de notícias do Irã disseram que os agressores explodiram um carro-bomba perto do veículo de Fakhrizadeh e, em seguida, atiraram nele. O cientista era tido como o mentor do programa secreto de armas nucleares daquele país e, segundo as agências de inteligência ocidentais, ele era chamado como “o criador da bomba iraniana”.
Mohammad Javad Zarif, chanceler iraniano, condenou o crime e, sem provas concretas, vinculou a Israel o ocorrido.
"Terroristas assassinaram um eminente cientista iraniano hoje. Esta covardia, com sérios indícios de participação israelense, mostra o belicismo desesperado dos assassinos. O Irã apela à comunidade internacional, e especialmente à União Europeia, para que ponha fim à sua vergonhosa política de dois pesos e duas medidas e condene este ato de terror de Estado", escreveu em uma postagem no Twitter.
Fakhrizadeh era professor de física e o chefe da Organização de Pesquisa e Inovação do Ministério da Defesa iraniano e é, agora, qualificado como “mártir”.
O assassinato do cientista acontece em um momento delicado para o país, visto que, há anos, cresce a preocupação internacional sobre o aumento da quantidade de urânio enriquecido produzido pelo Irã. Esse material é utilizado para a produção de energia nuclear e a fabricação de armas nucleares. Apesar dos questionamentos de outros governos, Teerã sempre alegou que o programa era destinado para “fins pacíficos”.
Segundo o Ministério da Defesa, "depois de um confronto entre os terroristas e os guarda-costas de Fakhrizadeh, o cientista ficou gravemente ferido e foi levado às pressas para o hospital", onde faleceu, minutos depois.
Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, antecipou-se às investigações e disse que o Irã vingará o assassinato do cientista.
"O assassinato de cientistas nucleares é a violação mais óbvia da hegemonia global para impedir nosso acesso às ciências modernas", disse.
Já o assessor militar do aiatolá Ali Khamenei, também prometeu vingança contra os responsáveis pelo crime.
"Vamos atacar como um trovão os assassinos deste mártir caído e fazê-los se arrepender de sua ação”.
O ex-diretor da CIA, no governo de Barack Obama, John Brennan, classificou o atentado que matou o cientista como “ato criminoso e extremamente perigoso” e disse que o ato poderia acarretar em “represálias letais e uma nova fase de conflito regional”. Mas não soube dizer de quem era a autoria do crime.
Segundo a Reuters, o governo de Israel e o Pentágono dos EUA ainda não se manifestaram sobre o caso.
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