por Marco Frenette
Ocorre que não há neutralidade possível. A suposta neutralidade é, na verdade, uma tomada de posição: a defesa do que não presta.
Exemplo já clássico no Brasil são os programas de "debate", onde de um lado temos um "especialista" defendendo o crime - por exemplo, defendendo a "inocência" do Lula - e do outro alguém defendendo a vida honesta; e quando o lado honesto se exalta e chama o defensor de bandidos por nome mais próximo da realidade, é repreendido pelo mediador. Afinal, é preciso manter a neutralidade...
É assustador que milhões de brasileiros tomem esse circo, e tantos outros semelhantes, como sinônimo de jornalismo.
Não há ética e nem moralidade onde as coisas não são claramente nomeadas. A única ética real é a busca da verdade; e ela passa, necessariamente, pelo uso correto das palavras e pela decisão de não compactuar com o crime, nem mesmo no campo da linguagem.
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2020/11/a-falsa-neutralidade-jornalistica-nao.html
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