Jornalista Andrade Junior

domingo, 27 de setembro de 2020

A BALA DE PRATA DA PROPAGANDA

  por Cel Jorge Baptista Ribeiro. 


Não é novidade que a principal condição para uma exitosa propaganda é a infatigável repetição das ideias força que se destinam a persuadir, vender uma boa imagem ou denegrir e destruir reputações de determinado produto ou alvo. E não surgem e martelam, por obra e graça do Divino Espírito Santo ou despacho de Pai ou Mãe de Santo... Tem mão de gente diabólica e destrutiva! E bem definido alvo!

Não nos custa lembrar a famosa e ladina palavra do propagandista de Hitler, citada numa sua biografia. Goebbels afirmava: "A Igreja Católica mantém-se porque repete a mesma coisa há dois mil anos”. E aduzia: “o Estado nacional-socialista deve agir analogamente". Ipso facto suas células de agitação e propaganda e seus veículos de propaganda adversa seguem na mesma trilha. Complementando, recomendava: “a repetição pura e simples, entretanto, logo suscitaria o tédio. Trata-se, por conseguinte, ao insistir, obstinadamente, sobre o tema central, de apresentá-lo sob diversos aspectos, variadas formas, por variados meios”.

Lembro que na arte da guerra, multiplicar e diversificar os meios de ataque é o que mais preocupações e dissabores causa e intranquiliza o inimigo. Mas o cerne, o núcleo assassino, “a bala de prata” da propaganda deve limitar-se a pequeno número de ideias que devem ser repetidas, incansavelmente. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”!!!. O intento sedutor pode ser apresentado sob diversas formas, entretanto, o núcleo, o tema central da propaganda, deverá estar sempre presente, mesmo na diversidade das formas. As possíveis alterações, porventura, nela introduzidas não devem jamais prejudicar o fundo destrutivo ou edificante.

Toda essa tramoia, não é uma invenção recente, mas, a sistematização de um processo já conhecido desde a Idade Média. O famoso tribuno romano, o velho Senador Catão, por exemplo, terminava todas as suas arengas pela mesma exclamação: "Delenda Carthago"!! Mais tarde, o médico, jornalista e político francês Georges Benjamim Clemenceau que foi Primeiro Ministro da França, durante a Primeira Guerra Mundial falava no mesmo tom. Em todos os seus discursos não faltava o bordão mantenedor da alma do objetivo a alcançar : "Je fais la guerre!".

A qualidade fundamental de toda campanha de propaganda é a permanência do tema central, aliado a propaganda política, muitas vezes induzida na forma subliminar. Não estou inventando moda, apenas desejando, nestas linhas, lembrar que, também, desde o “QUE FAZER” de Lenine, os partidos comunistas, seus disfarces, sob as máscaras das suas organizações de frente ou de fachada e seus agentes de agitação e propaganda, nos proporcionam um modelo semelhante, nessa matéria, pela obstinação com que repetem um mesmo tema, mesmo alvo, tratando-o sob todos os ângulos possíveis e imaginados.

A orquestração de dado assunto consiste na sua repetição por todos os órgãos de propaganda, nas formas adaptadas aos diversos públicos e é tão variada quanto possível. "Para um público diferente, sempre um matiz, uma incitação diferente", já prescrevia uma das diretivas de Goebbels.

Tal como em uma campanha militar, cada um combate com suas próprias armas no setor que lhe é designado. A campanha antissemita dos nazistas, por exemplo, foi conduzida simultaneamente pelos jornais, que "informavam" e polemizavam, pelas revistas, que publicavam “sábios artigos” sobre a noção de raça pura e impura, pelo cinema, que produzia filmes. Quando os nazistas tiveram em mãos os meios de agir sobre toda a opinião europeia, a sua técnica de orquestração atingiu sua máxima amplitude.

Então, semanalmente, aparecia no “Das Reich” um editorial do Dr. Goebbels, logo adaptado e divulgado em várias línguas e linguagens, em registros diferentes, com as correções e ajustagens, demandadas pelas diversas mentalidades nacionais, pelos jornais e pelo rádio alemão, pelo jornais da Frente de fachada e pela imprensa de todos os países ocupados. Os partidos comunistas, à imagem e semelhança, na sua maneira, também praticam persistentes orquestrações.

Os temas fundamentais, “a bola da vez”, regularmente fixada pelos partidos e\ou na pauta diária da editoria das redações, dos aparelhados órgãos da imprensa, escrita, falada e televisiva buscam alcançar quase todas as classes sociais. É assim que a BANDA TOCA!



















PUBLICADAEMhttp://www.puggina.org/artigo/convidados/a-bala-de-prata-da-propaganda/17250

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