Jornalista Andrade Junior

domingo, 7 de outubro de 2018

Com mais de 45%, Bolsonaro larga forte para o 2º turno

O deputado JairBolsonaro chega ao segundo turno em situação numericamente muito semelhante à do ex-presidente Lula em 2006, quando, disputando a reeleição,  teve 48,6% dos votos no primeiro turno. Há, no entanto, algumas diferenças. Ao contrário do que ocorria com o petista 12 anos atrás, a trajetória do candidato doPSL é claramente ascendente nas pesquisas , ainda que seus admiradores saiam frustrados por não terem conseguido encerrar a fatura neste domingo. Por outro lado, ele terá agora que se expor e dizer claramente o que pretende fazer caso seja eleito, tarefa da qual foi dispensado no primeiro turno em função do pouco tempo de TV e do atentado que sofreu.
O segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad deve levar a uma polarização ainda maior da campanha eleitoral. As fake news divulgadas nas últimas semanas, e intensificadas neste domingo, são só o prenúncio do que pode se tornar a disputa presidencial deste ano. A tendência é que os eleitores votem mais por rejeição a um dos nomes do que por alinhamento com o outro. Todas as pesquisas feitas nos últimos dias mostram que os índices de rejeição de ambos candidatos eram maiores do que seus apoios.
O PT, que temia uma onda de última hora de Ciro Gomes, respira aliviado e precisa se reorganizar para uma longa caminhada na nova etapa. De cara, a tendência é buscar o apoio de Ciro e de outros políticos relevantes, na tentativa de reduzir sua rejeição e se mostrar como um nome amplo. No campo oposto, é provável que Bolsonaro opte por seguir navegando onde é melhor: na antipolítica.
O resultado deste primeiro turno deixa claro que em nenhum momento se deu de fato uma onda relevante pró-Ciro Gomes ou em nome de outro candidato que quebrasse essa polarização. Geraldo Alckmin exibe o pior resultado da história do PSDB, o que obrigará a uma reorganização profunda do partido. Por fim, é estarrecedor o resultado de Marina Silva até o momento. Após figurar com cerca de 20% dos votos por duas eleições seguidas, está agora embolada com nanicos como Cabo Daciolo e Álvaro Dias.

Paulo Celso Pereira, O Globo

































extraídaderota2014blogspot

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