MIRANDA SÁ
“Meu ofício é dizer o que penso” (Voltaire)
Com a experiência de setenta anos como observador e, às vezes, como participante das lutas sociais pelo progresso dos povos e justiça social para os trabalhadores, sofro um pesar imenso pela visão equivocada dos que assumem o chamado “esquerdismo”.
Tenho pena principalmente dos jovens, alguns que me seguem no Twitter, por repetirem como papagaios as lições inconsistentes e inconsequentes de agitadores travestidos de professores, por sua vez confusos nas interpretações teóricas.
Em primeiro lugar, vejo extemporâneo seu modo de assumir a atividade política. Têm a visão distorcida da realidade. Como o mitológico Mapinguari das lendas amazônicas, parece terem apenas um olho atrás da cabeça, olhando sempre para trás…
Sonham com os desfiles dos descamisados e a tomada da Bastilha; com as tricoteiras ao pé da guilhotina, as barricadas da Comuna de Paris, as revoluções camponesas na Alemanha e o 1917 na Rússia. Traindo os ensinamentos da História, caem nas teias narcopopulistas apoiando a corrupção financeira e ideológica do lulopetismo.
Até os ditos “marxistas” distorcem a conjuntura nacional praticando uma política da contestação pela contestação, numa prática indeterminada. Miram generalizadamente qualquer sistema de governo que não seja aquele que financie as suas tresloucadas ações para conquistar votos em nome da “revolução”.
As lutas sociais estão esquecidas, exceto as que a História registra no passado. São incapazes de enxergar que a ciência e os avanços tecnológicos asseguram no alvorecer deste século 21 o domínio da natureza, favorecendo o padrão de vida da sociedade, mesmo entre os desiguais, os mais e os menos favorecidos.
Os comunistas atuais (“herdeiros legítimos da frustrada experiência na finada URSS) arrotam a “luta de classes” se esquecendo de que o assassinato dos kulaks e os milhões de contestadores mandados para a Sibéria, não extinguiram a divisão de classes na URSS onde se instalou uma nova classe dominante, a burocracia partidária.
Fotografias manipuladas, documentos rasgados, omissões de depoimentos como o famoso Relatório Kruschev, apagam da memória a triste experiência marxista-leninista escorregando para o “esquerdismo”, uma falsa ideologia que, segundo Richard Gombin, ”opera como uma inversão total de perspectiva”.
O esquerdismo como verbete não consta de nenhum dicionário do pensamento marxista, mas um vago texto no livro de Lênin “Esquerdismo, doença infantil do comunismo” diz que “designa correntes políticas que são criticadas por seu excessivo radicalismo”. Como teórico, o líder revolucionário russo só viu os ruídos das manifestações e os quebra-quebra produzidos pelos “Black Blocs” de então.
Na verdade, o esquerdismo através da História não passa de grupos desnorteados ou de revolucionários utópicos, mas, principalmente, de mercenários a serviço de um partido populista, como o PT. São os Stédiles e Boulos da vida, cuja principal atividade é conquistar espaço na mídia.
O espelho dos esquerdistas brasileiros são as caricaturais ditaduras dos Castro em Cuba e dos chavistas na Venezuela. Por isso, esses ídolos de barro foram financiados pelos governos Lula e Dilma com o dinheiro do contribuinte brasileiro, rendendo propinas para a caixa do PT.
Lamento que muitos jovens estudantes e trabalhadores bem-intencionados não enxerguem as arapucas em que caem por falta de conhecimento da História. Nada mais claro de que o esquerdismo prejudica o progresso e estimula, em lugar do pensamento livre, um fanatismo de seita.
O esquerdismo foi bem definido pelo psiquiatra Lyle Rossiter no seu livro “The Liberal Mind”, ao perguntar: “Enquanto a crença da direita é coerente até onde a teoria da evolução nos leva, em que se baseia a crença esquerdista?
extraidadeblogdfomiran da
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