O duelo entre o golpe e o contragolpe em torno do julgamento do
mensalão continua. Afasta-se cada vez mais das discussões a perspectiva
de como e por que os condenados foram parar na cadeia. A história que se
procura reescrever cria mártires, perseguidos e injustiçados para
mobilizar a militância. A máquina de propaganda omite que o caso foi
analisado e dissecado por anos pela maior instância do Judiciário do
país, que concluiu pelo cometimento de vários e diferentes crimes. ...
Fala-se em golpe político que vitimiza apenas a ex-cúpula do PT. Ninguém cogita golpe na condenação de Roberto Jefferson, delator do esquema. Ou do ex-deputado pelo PMDB Romeu Queiroz. Nem contra o ex-presidente do antigo PL (hoje PR) deputado Valdemar Costa Neto.
Os condenados são figuras importantíssimas na História do PT e do Brasil. Se agiram como agiram foi pela causa, pelo partido. Muitos devem a eles o poder de que hoje desfrutam. Confundir as condenações com golpe ou fazer ataques com intuito de enfraquecer e desacreditar o Supremo é escapismo.
A população carcerária do país se sente ofendida com os novos colegas, dizem parentes de outros presos. Triste ligar isso à figura de José Dirceu e José Genoino, que lutaram contra a ditadura e pela democracia. As pessoas não podem ser desassociadas de seus atos. A imparcialidade do resultado final do julgamento deveria ser um mérito para o PT.
As condenações não foram obra de um juiz, o ministro Joaquim Barbosa. Tiveram votos de outros quatro ou cinco ministros pelo menos. Fora as condenações por unanimidade. Alguns dos advogados mais competentes e caros do país cuidam da defesa dos réus.
Mesmo assim, o processo legal sofre campanha difamatória e de desqualificação. Seria um golpe do PT contra o PT? Ou foi um contragolpe do destino a um grupo que tentou implantar um plano de apropriação do Estado para um projeto de eternização de um partido no poder? O PT foi reeleito no comando do país por duas vezes enquanto o julgamento do mensalão ocorria. E fala em golpe e perseguição política. Onde está o golpe? Resumir o julgamento do mensalão a essa forma é dar a entender que respeitaram e toleraram as regras porque acreditavam que o resultado seria outro. Como não foi, vitimizam os culpados e condenam o sistema.
Fonte: Sergio Fadul é jornalista do GLOBO - O Globo -
Fala-se em golpe político que vitimiza apenas a ex-cúpula do PT. Ninguém cogita golpe na condenação de Roberto Jefferson, delator do esquema. Ou do ex-deputado pelo PMDB Romeu Queiroz. Nem contra o ex-presidente do antigo PL (hoje PR) deputado Valdemar Costa Neto.
Os condenados são figuras importantíssimas na História do PT e do Brasil. Se agiram como agiram foi pela causa, pelo partido. Muitos devem a eles o poder de que hoje desfrutam. Confundir as condenações com golpe ou fazer ataques com intuito de enfraquecer e desacreditar o Supremo é escapismo.
A população carcerária do país se sente ofendida com os novos colegas, dizem parentes de outros presos. Triste ligar isso à figura de José Dirceu e José Genoino, que lutaram contra a ditadura e pela democracia. As pessoas não podem ser desassociadas de seus atos. A imparcialidade do resultado final do julgamento deveria ser um mérito para o PT.
As condenações não foram obra de um juiz, o ministro Joaquim Barbosa. Tiveram votos de outros quatro ou cinco ministros pelo menos. Fora as condenações por unanimidade. Alguns dos advogados mais competentes e caros do país cuidam da defesa dos réus.
Mesmo assim, o processo legal sofre campanha difamatória e de desqualificação. Seria um golpe do PT contra o PT? Ou foi um contragolpe do destino a um grupo que tentou implantar um plano de apropriação do Estado para um projeto de eternização de um partido no poder? O PT foi reeleito no comando do país por duas vezes enquanto o julgamento do mensalão ocorria. E fala em golpe e perseguição política. Onde está o golpe? Resumir o julgamento do mensalão a essa forma é dar a entender que respeitaram e toleraram as regras porque acreditavam que o resultado seria outro. Como não foi, vitimizam os culpados e condenam o sistema.
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